sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tratar os bois pelo nome

Passado quase um ano da tomada de posse do Governo «de Transição», pelos vistos, houve uma alteração da designação para «Governo de Inclusão». Mas há que reconhecer que não se «transitou» para lado nenhum. Em que é que a situação actual difere daquela de há um ano? A hipocrisia não ajuda, a figura «Governo de Inclusão» disfarça mal o falhanço de propostas desarticuladas, inorgânicas e sem futuro.


Seria melhor chamar-lhe «Governo de Exclusão»? Pelo menos demonstraria a vontade de quebrar com compadrios improcedentes: Exclusão da mentalidade do «político» que pretende servir-se do seu posto em benefício próprio, exclusão da falta de estratégias claras e transparentes... exclusão de gente incompetente e pouco ou nada empenhada na coisa pública (ou em coisa alguma, excepto o próprio bolso).

O debate continua em aberto, mas face ao prometido pronunciamento da Diáspora, julgo que seria prematuro o Presidente avançar já com qualquer proposta, que querem apresentar como iminente. Talvez valha a pena abrir um período de reflexão, de debate de ideias, de maneira a que se possa configurar uma verdadeira solução. Insistir nos erros do passado parece hoje uma pura e simples perda de tempo. Faz lembrar um provérbio com virtudes de acalmar os condutores um pouco loucos: «Mais vale perder um minuto na vida, que a vida num minuto.»

Proposta de Roteiro nacional para a estabilidade e crescimento económico:

Reconhecimento do papel das Forças Armadas como pilar da estabilidade nacional
Escolha de um novo Chefe de Estado Maior e promoção de uma cultura de disciplina
Dissolução da ANP e demissão do Governo
Passagem por Plebiscito da Presidência a um militar de carreira de consenso
Continuidade dos Partidos a título consultivo (para desmame construtivo: só atravessarão o deserto os verdadeiros políticos, podiam ver isso como um teste de resistência)
Preparação de um Plano Quinquenal de desenvolvimento
Nomeação de um Governo de tecnocratas transparentes e de boa vontade recorrendo à Diáspora (insuspeitos de tráfico de droga e de corrupção)
Manutenção de uma boa matilha de cães atentos aos resultados (desenvolverei a ideia num próximo artigo «Watch Dogs»)
Criação de uma Comissão de Refundação Constitucional

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