quinta-feira, 23 de maio de 2013

Em defesa de Egas Moniz

Há quem diga que o velho Conde Dom Henrique, com a idade que tinha (morreu quando o putativo filho tinha um ano), não foi o verdadeiro pai de Afonso Henriques. E aqui, há duas «teorias da conspiração» paralelas. Uns apresentam uns relatos referindo que quando viram o bebé, era tão feio e deformado que, apercebendo-se que nunca serviria para rei e não querendo criar um caso «político» de falta de herdeiro do «condado-futuro reino», o enjeitaram e puseram no seu lugar um dos muitos filhos de Egas Moniz, igualmente recém-nascido; outros dizem que Egas Moniz era amante da Condessa portucalense... Só fumo?

Mas não é desse Egas Moniz que eu quero falar. É do seu homónimo e único cientista português que teve um (meio) Prémio Nobel, a quem quiseram recentemente, e sem qualquer justificação, retirar o mérito: o culpado de Hiroshima é Einstein? O que fizeram depois com a sua descoberta e o seu conhecimento neuro-anatómico, que permite transformar pessoas em vegetais, poderá servir para acusar o cientista que ia «roubar» cadáveres ao hospital e os levava no seu carro pessoal (parece um pouco macabro, bem sei), para depois fazer evoluir a ciência? É como acusar Wagner de ser Nazi.

Se nesse caso, o processo intentado, não parece ter qualquer justificação; já com o Prémio Nobel atribuído à causa da libertação timorense, não se passa o mesmo. Todos sabem que os laureados naturais eram Xanana Gusmão e Dom Ximenes Belo. Com a sua simplicidade e humildade, e para mais sendo um chefe de guerrilha aceitando um prémio de paz, pediu a Ramos Horta que fosse buscar a sua metade; consolidado o processo em Timor, não estará na altura de este devolver aquilo que não lhe pertence?

Ninguém quer lançar uma petição? Eu assino.

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