segunda-feira, 6 de maio de 2013

Inclusividade, excluindo o 1º

Ouvi com agrado o Secretário-Geral do PRS, em entrevista há pouco à RFI, à saída do encontro da Delegação do seu Partido com o Presidente da República, manifestando o seu apoio perante a ideia da inclusão, no governo de transição, de personalidades da sociedade civil e da comunidade religiosa.

Para o PRS, o que está em cima da mesa não é um novo governo, mas sim uma «remodelação», mantendo-se portanto o actual Primeiro-Ministro no cargo. A entrevista de Florentino Mendes Pereira é elucidativa, mais pelos silêncios, que propriamente pelo que «expressa» directamente.

Tentando desencriptar a mensagem: porque é que o PRS insiste tanto em «representatividade»? Será um simples jogo de rato e gato com o PAIGC por mais Ministérios? Julgo que não. O adversário (para os dois maiores partidos) parece ser agora a opinião, questionando a legitimidade da caduca ANP.

Uma remodelação parcial e condicionada, neste momento, poderá não fazer qualquer sentido. Nenhuma figura proeminente da sociedade civil aceitará integrar um governo de gestão, por seis meses. Numa «transição», será que o mais importante é a rapidez? Não será antes a sua sustentabilidade?

3 comentários:

Anónimo disse...

O que desperta interesse para postar aqui umas letrinhas apenas, é o dever cívico de lhe afiançar que a procissão ainda vai no adro. Se alguém julga que o paigc arredado da governação através de golpe de estado militar, se submeterá sem pio a uma ditadura de consenso (que me perdoe o Aly) parlamentar, desengane-se. Então não é que os golpistas do prs que assaltaram o poder em “12 de Abril” não haviam de estar satisfeitos com os seus militantes no (des) governo da GB? Rui de Barros ( o homem das despesas não tituladas e reprovadas pelo FMI aquando da sua passagem pelo M. das Finanças), jamais governaria a GB se a vontade do povo da Guiné fosse assuntado como o único soberano.

7ze disse...

Acredito piamente que a procissão ainda vai no adro.

Mas não acredito que Rui de Barros, depois de ter assumido fazer auditorias não só ao governo de Cadogo, como ao seu próprio, de ter defendido a «transparência» no seu discurso de tomada de posse, a 2 de Julho do ano passado, etc, sobreviva a uma simples avaliação interna.

Que (des)governo foi o dele? Para quê a multiplicação artificial de Ministérios? (ver elenco na página do Governo). A responsabilidade é sobretudo do Comando Militar, que lhe delegou, pelos vistos, indevidamente, a sua legitimidade.

Obrigado, de qualquer forma, pelo contributo. Chamou a atenção para um ponto importante: a vontade popular; como tal, será esse o título do meu próximo artigo.

Não perca!

7ze disse...

A vontade popular como único soberano!

(ver precedências na alínea 2 do artigo 2º da Constituição)