Thomas Friedman, um jornalista consciencioso, sentiu-se atraído pela Guiné-Bissau, por todo o «barulho» em torno deste pequeno país; e não se quis ficar pela recolha de informações (talvez tenha sentido o contraditório), viajou até Bissau há um mês, para ver com os seus próprios olhos: e o resultado foi uma total surpresa, que partilha com os seus leitores.
Critica os media, por não estarem atentos ao que se passa no terreno, «papando», sem espírito crítico, aquilo que lhes querem vender. Afirma que, passadas quatro décadas de ditaduras, violências e guerras, se abriu no último ano uma improvável e quase «estranha» janela de paz e estabilidade, que se sente na rua. Só depois então se pronuncia.
E a sua opinião vai precisamente no sentido contrário ao da «carneirada». Pergunta-se «Que deveríamos fazer [comunidade internacional] quanto ao aparente caos na Guiné-Bissau?» e responde: «Bem, talvez seja mais fácil começar por aquilo que não deveríamos fazer. (...) Temos de ter cuidado com a tessitura dos ideais de democracia que pretendemos exportar.»
E continua: a liberdade que se sente em Bissau representa uma grande e histórica oportunidade; seria injusto trair o povo guineense, retirando-lhe a confiança que parece manifestar nas suas hipóteses de desenvolvimento, fazendo-o duvidar das suas próprias capacidades. Depois elogia o espírito empreendedor dos guineenses...
Num oportuno recado, iluminado por uma imagem, diz que a Guiné-Bissau se encontra perante uma descida pejada de obstáculos, que deverá percorrer «muito lentamente». E talvez daqui a uns anos a Guiné seja um país completamente diferente, que compara (no título), imagine-se, com o Japão! Utopia? Talvez. «As pessoas em Bissau ainda não deixaram de sonhar».
Ver New York Times.
Há 2 horas
2 comentários:
Que boa noticia meu amigo...
O certo é que aos poucos o mundo vai percebendo todo a pintura ruim que alguns nós colocam apesar de sermos pobre...mas temos muita coisa boa..
Abraço...
Sim, pareceu-me uma nota de alegria no meio de tanta pintura tão feia.
Abraço, Marcelino.
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