Hoje foi um dia farto de informações na rede guineense.
Em Bissau
parece que o Primeiro-Ministro trouxe de Macau um cheque com dinheiro fresco (e aqui pergunto-me em que é que a arrogância e má educação de Paulo Portas terá contribuído para esse envelope «imediato», sendo os chineses - que não fazem promessas vãs... cumprem-nas logo - conhecedores da situação), o que vai contribuir para aliviar a tensão «financeira» que se vivia. Será inteligente que se dê boa conta desse apoio, devido à boa vontade chinesa, cujos dirigentes continuam a demonstrar confiança numa solução de estabilidade (mesmo se «musculada»). A transparência e exactidão das contas, deverá ser assegurada pela presença de elementos das Forças Armadas destacados para o efeito; a solução de transparência «governativa» escolhida deveria ser institucionalizada, através de adenda ao Pacto de Transição, para evitar ser-lhe apontada a falta de suporte legal - isto enquanto se espera por uma solução consagrando um Pacto de Regime (tão veementemente defendido por Ramos Horta, que hoje se encontrou com Kumba, para o tentar convencer) patrocinado pelas Forças Armadas. Esta benesse não pode servir para que «se descanse sobre os remos»; há que justificar a confiança dos chineses, a sua aposta numa nova fórmula de poder, estável e responsável, na Guiné-Bissau. Obrigado, irmãos de Macau, pela vossa intercessão.
Em Luanda
o regime de José Eduardo dos Santos assumiu hoje (num verdadeiro lavar de roupa suja associado a tentativas de encontrar bodes expiatórios) a responsabilidade pelo assassinato dos dois activistas desaparecidos, Alves Kamulingue e Isaías Cassule (Nito Alves tinha sido libertado na Sexta-Feira, depois de ter encetado uma greve da fome - entretanto interrompida a pedido do pai - a qual transpirou para o exterior), cujo caso acompanhámos, na altura, aqui neste blog. Circula mesmo a versão que a ordem de eliminação dos activistas teria vindo do «topo»; aparece a desculpa de as palavras utilizadas não terem «dito» expressamente isso. A ter sido esse o caso, Napoleão também cometeu uma gaffe do mesmo género: querendo assustar o Duque de Enghien, mandou prendê-lo e «fuzilá-lo», tendo despachado logo de seguida contra-ordens (que depois se atrasaram e só chegaram depois do nascer do sol e do facto consumado). Ninguém acredita que Salazar tivesse ordenado o assassinato do General Humberto Delgado, mas bastou que, na PIDE, alguém tivesse sonhado que era esse o seu desejo... Poderá servir para o senhor Presidente tomar consciência do monstro que criou... a UNITA saiu a terreiro, no Parlamento, com uma missiva pedindo a demissão do Presidente, considerando que, depois deste escândalo, perdeu a legitimidade.
Obrigado, Bambaram di Padida (e Bravo! Margarida Paredes, também!) e Samuel, no Nô Djemberém
Talvez fosse de aproveitar esta onda de esclarecimentos, para assumir igualmente o assassinato de Milocas Pereira e restituir os seus restos mortais à família e país de origem.
Em Moçambique
Guebuza fala em Paz, mas envia uma coluna militar para prender o pai do seu opositor? E, ainda por cima, falha o objectivo, por incompetência... O velho régulo, de 80 anos, também representa um perigo militar? Ou tinham um mandato de captura de algum tribunal? Faria um favor ao futuro do seu país, demitindo-se a bem, de forma a se poderem encetar conversações tripartidas, para dar lugar aos mais novos (e mais velhos), num Governo de Unidade Nacional...
Há 2 horas
17 comentários:
Se Ramos Horta conseguir alguma solução duradoira para a Guiné-Bissau, vai merecer um segundo ou terceiro ou mil Prémios Nobel da Paz.
África inteira terá que criar o dia africano "RAMOS HORTA".
De qualquer maneira, enquanto há vida, há esperança.
Luanda – Uma cidadã angolana residente em Portugal que se encontrava desaparecida desde o passado dia 28 de Outubro do corrente ano, foi encontrada morta no dia 2 de Novembro, na capital portuguesa.
Fonte: Club-k.net
As autoridades polícias portuguesa que somente conseguiram contactar a família da malograda na quinta-feira, 07, explicaram que Tina Chimuvo foi raptada, assassinada e abandonada numa estrada em Sintra.
A malograda era cabeleira de profissão, razão pela qual era bastante conhecida pela comunidade angolana em Lisboa, deixa três filhos, um de 21, 19 e o menor de 4 anos de idade.
Isso é um crime civil, sem motivações políticas. É como comparar o Mercado de Bandim com o olho do ... O que tem um crime passional a ver com um assassinato de uma jornalista estrangeira no desempenho das suas funções?
Sr 7zé, como sabe que um é crime passional e o outro é politico? Eu sou Guineense e repudio tudo que é assassinato ou crime qualquer!!! Mas Milocas era uma e(i)migrante a exercer funçoes de jornalismo e professora numa universidade em Luanda. E a Angolana também é uma imigrante em portugal a procura de melhores condições de vida! Isto é, ambas estavam na mesma situação! O que o senhor teria que responder, era condenar ambas as situação porque é crime e uma vida humana é sempre uma vida humana! Seja ela Guineense ou Angolana!
E condeno.
Mas neste contexto a comparação é irrelevante.
Além disso,julga que o Estado e a Justiça portugueses não vão querer saber desse caso? Que não vão investigar por ser angolana?
Então não destoe, junte-se ao coro de protestos pelo esclarecimento do caso Milocas Pereira (e deixe-se de fitas, dizendo que é guineense).
Sr 7ze quem lhe garante que a Milocas foi assassinada e se foi por motivos políticos? como chegou a esta conclusão? já foi encontrado o cadáver? o que é que o sr sabe da vida desta senhora em Angola além das suas actividades profissionais dadas a conhecer?
M.D.M.
De que maneira Kumba Yalá pretende contribuir para a paz na Guiné? Kumba Yalá é o mentor político do golpde de 12 de abril. Ele forjou, intencionalmente, a suspeita de fraude eleitoral, sem mínimas evidências; ele anuciou o golpe ao afirmar que não ia ter nem segunda e nem terceira volta, o que mostra que estava em sintonia com os militares; Ele não soltou um pio, durante todo este tempo em que os militares persseguiram, espancaram, mataram cidadãos guineenses, além das mil atrocidades cometidas! Agora que as eleições estão às portas, graças ao sacrifício da comunidade internacional, ele vem ao público oferecer ajuda para a consolidação da paz, sem nunca ter dado provas de que é um homem da paz!
De que maneira, Sr. Kumba Yalá, pretende contribuir para a paz na Guiné-Bissau?...
Pelos vistos temos um contra-informador a soldo, de serviço aqui a este blog...
Ok, há uma ínfima probabilidade de a jornalista ter tropeçado, caído ao rio e sido comida pelos crocodilos...
No entanto, as «suas actividades profissionais» levaram-na a criticar o Presidente José Eduardo dos Santos.
MDM
Kumba pode contribuir para isso: continuando discreto, não se candidatando às «não» eleições.
E considerar Kumba o «mentor» do 12 de Abril é sobrevalorizá-lo; «profeta», talvez... (também não era difícil).
M.D.M.
Antes pelo contrário! É revelar o seu carater antidemocrárico e populista, produndamente alicerçado em bases tribais e pseudointelectais. Senão vejamos a sua única e exclusiva "produção" intelectual (O pensamento Político e filosofico de Koumba Yalá), uma autêncita fraude literária! Profeta dos tolos, e para os tolos, isso sim, ele sempre foi. É bom, sim que ele se candidate para enfrentar, num debate político e acadêmico o Paulo Gomes, o Helder Vaz e o Tcherno Indjai, já que na eleição passada que ele ajudou a golpear, não tinha ninguem à sua altura.
"Não eleição" é uma construção da pseuso intelectualidade golpista, que tu bem representas. Os interesses sórdidos (droga, curu ou tribalismo) que estão por trás desta vossa irmandade perversa, atentadora aos interesses do povo hão de vir a tona um dia. E tu continuas a abusar e a pregar desgraça para o povo da Guiné!...
Podes até apagar a mensagem, já está em mais de 200 e-mails.
Anónimo disse...
Nanthoy
Dr. Koumba Yalá é um pensador e um dos quadros políticos mais importantes da Guiné-Bissau, por isso é bem-vinda a sua disponibilidade em ajudar a consolidar a paz e o desenvolvimento no nosso país.
12 de Novembro de 2013 às 10:58
Sabia que pode ser responsabilizado criminalmente pelo que publica na internet? Que provas tem para sustentar que a senhora foi assassinada e por motivos políticos em Angola? E já agora, faremos chegar as suas afirmações junto aos familiares da senhora no sentido de solicitar que o 7ze concretize ao que escreveu junto das instâncias judiciárias competentes.
Por favor, MDM, utiliza os termos adequados: ermondadi.
E, por favor, respeita os objectivos da instituição: a Guiné.
Pretendemos valorizar o povo. Essa é a nossa matéria prima.
Não vou apagar a tua mensagem. Já apaguei alguma?
(a única excepção, recente, prende-se com insultos a outrém)
E basta-me este cantinho, estou-me a ... para os 200 emails.
Ao anónimo que se segue:
Sim, o Dr. Kumba é um senador da República. Tem responsabildades.
Ajudar a mostrar ao povo que primeiro é preciso produzir, para depois repartir.
Ao outro anónimo:
seria um prazer e uma glória ser formalmente acusado;
envie o processo para o TPI.
E, já agora, a quem devo o prazer?
Sr.(a) Procurador(a)?
É verdade, não houve assassinatos durante o mandato do Dr. Kumba Yalá. Só houve algum tempo depois, num esquema de ajuste de contas que ceifou duas vidas, um deles, CEMGFA. Contudo o Dr. Kumba Yalá fechou a Assembleia (poder legislativo) e fechou o Supremo Tribunal (poder judiciário). Estes actos, per si, constituem o mais duro golpe num sistema democrático, que tem como alicérce os três poderes. Por isso este homem, por definição, pode ser chamado de tudo, menos de democrata. A governação do Dr. Kumba Yalá não pode ter orgulhado a nenhum guineense pelos constantes gafes palacianos, inclusive no exterior, pelas peripécias, pelas trocas cíclicas de Primeiros Ministros e pelos discursos desastrosos e fatalistas que muitas vezes nos fez ouvir.
Definitivamente e com todo o respeito ao Nanthoy, não reconheço quaisquer qualidades no Dr. Kumba Yalá, do ponto de vista de promoção do diálogo a da busca da paz. Antes pelo contrário, as evidência têm nos revelado um homem "problema" para a Guiné, um agitador tribal e profundamente envolvido na manipulação dos militares, com argumentos etnicos, para a ruptura da ordem constitucional.
Que venha o Dr. Kumba Yalá, mas sem os militares, sem a manipulação étnica. Que venha participar do debate político e de propostas concretas para o pais, e assim provar que os meus argumentos estão errados.
Perdão, caro anónimo, permita-me uma pequena correcção, igualmente com todo o respeito pela opinião do Nanthoy:
Houve pelo menos um assassinato de que me lembre, logo no primeiro ano de mandato de Kumba, e igualmente de um CEMFA: Brik Brak.
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