Há três anos atrás, Rafael Marques escrevia no Maka Angola, sob o título (passe a redundância do «dispersos») Desmobilizados dispersos a tiro
«O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA),
general Geraldo Sachipengo Nunda, dialogou com uma comissão de
ex-desmobilizados e deu garantias de resolução dos seus problemas na
semana seguinte.
No mesmo dia, à noite, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior
General das FAA emitiram um comunicado conjunto em que assumiam o
compromisso de pagar os subsídios dos ex-militares “tão breve quanto
possível, através do sistema bancário nacional”. No referido comunicado,
o exército apelava “à calma e compreensão de todos os ex-militares,
porque já foram tomadas as medidas necessárias para resolver a
situação”.
Eurico Jeremias, de 54 anos, está à espera dos seus subsídios há
vinte anos. Foi desmobilizado em 1987, após 16 anos de serviço militar,
após ter perdido o olho direito numa batalha. “Vimos manifestar-nos
frente à embaixada americana, porque o nosso governo não nos ouve. Aqui,
fomos travados pela cavalaria, a brigada canina e o gás lacrimogéneo
que atiraram contra nós”, disse o manifestante.»
Por parte do regime, o CEMGFAA será responsabilizado por ter cão e por não ter. A sua responsabilidade deve ser encarada do ponto de vista dos angolanos, pela visão de reconciliação que o gesto presidencial significava com a sua nomeação ao cargo. Há três anos traiu as expectativas criadas pelas suas declarações: de boas intenções está o inferno cheio; admitindo a sua boa fé, resta-lhe entregar o responsável pela traição à palavra dada e aos compromissos assumidos em seu nome.
Há 13 minutos
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