segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Eleições: produto para exportação?

Aparentemente, a repetição de eleições parece estar a tornar-se no único produto de exportação capaz de gerar entrada de divisas. 20 milhões de dólares para realizar eleições? O orçamento proposto suscita-me algumas questões:

Recenseamento: nada se aproveita, na CNE, do ficheiro relativo ao recenseamento anterior, no qual assentaria a eleição para Presidente, entretanto interrompida? Ainda não passaram dois anos...

Se considerarmos um milhão de votantes, chegamos à quantia de $20 por voto. É um serviço caro... Julgo que, se dessem a escolher aos guineenses, entre votarem e uma nota de vinte, ninguém deve ter dúvidas do resultado desse «escrutínio».

Esta é uma crítica ao actual estado de coisas. Chamo a atenção para aqueles que acusam os (contra-)«golpistas» de defenderem acriticamente a situação. Mas mais: também proponho «soluções e alternativas».

Sairia muito mais barato (e seria criado um ficheiro durável) e inovador utilizar, por exemplo, o FaceBook: contratavam-se 1000 jovens com portátil (com ligação à internet) e uma câmara fotográfica (ou telemóvel), que criariam perfis na plataforma para todos os eleitores: cada um faria 50 perfis por dia, o que multiplicado por 20 dias úteis daria 1000 perfis por recenseador. 1000 x 1000 é igual a um milhão, o recenseamento ficaria feito num mês.

Grande parte da população vivendo em Bissau, alguns meios de transporte, um sistema simples de FB em «off», permitiria cobrir o resto do território, com o apoio das autoridades tradicionais. Simples e transparente; se calhar, bem tratadas as coisas, até o FaceBook se oferecia para patrocinar a operação (poderia fazer-se da coisa uma festa e trazer jovens voluntários de várias nacionalidades). Poderia ser a primeira «democracia» virtual.

Melhor: a votação, para não haver dúvidas, poderia ser feita de «braço no ar», ou seja, o voto, feito igualmente pela plataforma, seria público, dispensando o segredo, que pode servir para encobrir todas as fraudes. Todos poderiam assim confirmar o seu voto, a sua área, etc. Cada voto ficaria associado transparente e inequivocamente a uma face, a um rosto, a uma pessoa! O orçamento para isto (sem contar com os patrocínios)? Por menos de um milhão de dólares (que Timor até já ofereceu para isso), com boa vontade e criatividade (para além de a maior parte do dinheiro ficar na Guiné-Bissau), conseguia-se fazer a «festa».

ESCLARECIMENTO: Este artigo não significa que defenda a realização de eleições, legislativas ou presidenciais.

8 comentários:

Anónimo disse...

rapaz, e se deixasse as drogas?

7ze disse...

Caro senhor, brevemente publicarei um artigo sobre esse assunto, com uma proposta para resolver definitivamente o problema do epíteto «narco» aplicado ao Estado; nada como legalizá-las, acaba-se com o crime; ou concorda com a Lei Seca e as máfias? não toma café? olhe que tem cafeína: veja lá que hoje esqueci-me de tomar, de manhã, e estava com uma grande dor de cabeça ao meio-dia, de viciado que sou.

Anónimo disse...

ONDE ESTÁ SERIFO NHAMADJO???...

7ze disse...

Está na Arábia Saudita, de onde deverá seguir amanhã directamente para Dakar, para a cimeira da CEDEAO...

Anónimo disse...

Exporta ideias para solucionar a crise em Portugal também já que és um sábio. Andas a apagar comentários mas antes de apaga-los já muita gente leu.

Anónimo disse...

O Serifo conseguiu em pouco tempo que está na presidência, fazer mais viagens ao estrangeiro que o General Kabi ao longo de cerca de 20 anos de seu mandato

Anónimo disse...

Poie é meus caros! Acho que a pessoa que mais se beneficiou com o golpe é o Serifo Nhamadjo. Um derrotado na eleição que recebeu a presidencia de mão beijada; não está sendo procurado pelo DEA e até discursou na ONU; deu emprego de luxo a todos os seus aliados e cabos eleitorais como assessores presidenciais, às custas do sacrifício do povo guineense; Não perdeu a oportunidade de ser o primeiro hospede do novo palácio, reconstruido pelos chineses e não perde nenhuma oportunidade de viajar o tempo que lhe der na telha no exterior, a gozar da mordomias de um chefe de estado num país sem rumo que ele ajudou a afundar.
Tudo isto sem ter sido eleito pelo povo!...

7ze disse...

Anónimo matutino das 9h42

Eu não quero saber se mais ou menos pessoas lêem as porcarias que aqui escreve.

Se bem se lembra a sua outra mensagem utilizava linguagem imprópria. Além disso o blog é meu e apago o que quiser sem ter de lhe dar justificações, para além dos múltiplos avisos que já aqui tenho feito.

Para que disso tome consciência, vou apagar-lhe esse comentário na mesma, mas só à noite, para que mais umas tantas pessoas o possam ver.