quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Oposição angolana prepara mega-manifestação pacífica?

Em artigo do Club-K subscrito pela UNITA, reconhece-se que a queda de Compaoré representa uma oportunidade de ouro para os angolanos saírem à rua e provocarem a derrocada do regime. Num outro artigo do Angola24Horas, também subscrito pela UNITA, defende-se que Angola está «à beira de um colapso total», sugerindo que «os bons do MPLA, da UNITA, da FNLA, da CASA-CE, etc etc se juntem para contagiar os maus de Angola, através duma manisfestação pacífica bem organizada nas ruas, com lenços brancos significando a paz, e convençam JES a partir para a reforma tranquilamente».

Transcrevo igualmente alguns excertos relevantes, do discurso proferido por Isaías Samakuva, presente em Lisboa, precisamente no momento (durante o dia 30 de Outubro) em que Compaore caía nas ruas da amargura:

«Angola é um país maravilhoso, onde se pode ganhar muito dinheiro em muito menos tempo, se calhar, em menos tempo do que noutras partes do Mundo. Porém, esta facilidade encobre uma séria doença cancerosa que preocupa os que olham para o seu futuro. Por isso dizemos que Angola atravessa um daqueles momentos críticos da história de uma nação que redefinem o seu futuro. Como já dizia há uns dias atrás, há um conflito sério entre Angola e o regime que a governa. Os angolanos querem mudança, mas o regime continua fixado no passado, esticando a crise social e institucional ao limite da ruptura, na sua vã tentativa de subjugar Angola e comandar o futuro. A intensidade do conflito entre estes dois polos - o do regime e o dos Angolanos - cresceu de tal forma que um terá de sobreviver ao outro. Hoje, temos em Angola uma democracia tutelada por um Partido-Estado, que organiza processos eleitorais viciados para sequestrar o poder político que é exercido por formas não previstas nem conformes com a Constituição.»

(...)
«Os níveis de desgovernação e de corrupção tornaram-se insuportáveis. Alguns mais velhos dizem correctamente que “Angola precisa de uma nova independência”. De facto, há necessidade de uma nova ordem política, uma nova matriz económica e uma nova cultura de governação. O actual governo chegou ao seu fim porque já não consegue reunir condições políticas de governabilidade e de legitimidade para se manter em plenitude de funções.»

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