sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Dois patinhos

22/11 apresenta-se já como uma data histórica para Angola.

22/11 = 2

Tinha um grande amigo que gostava de decifrar símbolos e estudar números, que tratava o 22 pela engraçada expressão de «dois patinhos em contra-mão» (uma vez que nadam para a esquerda).

Além disso, no Montijo, já para se prevenirem do «azar» do 11, fazem do número um tabu. Quem disser «onze» arrisca-se a ser tratado de cornudo. Tradição local, em terras de touros, associando um par de cornos ao enunciador. No Montijo conta-se: «...oito, nove, dez, dezmaisum, doze...»

Para ser mais claro, os dois patinhos são:

2é2é / 1sa1as

Zantos e Zamakuva

Retomando o Luaty Beirão:

Ti'Zé, arreda o pé!
T'Isaías, perdes o pé!

Neste momento, parece haver uma única forma de conter a fúria popular: o Presidente e o chefe da oposição darem as mãos e juntarem-se aos jovens angolanos, numa manifestação pacífica que marque um novo pacto de regime, um governo inclusivo e partilhado, com base no mérito.

Segundo muitas opiniões, expressas em fóruns e comentários, se querem ter alguma coisa a dizer no futuro de Angola, é obrigatório darem o corpo ao manifesto; não venham depois tentar confiscar a sofrida vitória do vasto movimento revolucionário desencadeado, à imagem do Burkina Faso.

A «convocatória» dos professores, cujo único objectivo é conduzir à proibição ilegal da manifestação e não dar origem a uma verdadeira «contra-manifestação», é um feitiço que pode virar-se contra o feiticeiro. É que os professores, tomando o recente exemplo dos colegas chadianos, que a 11/11 se juntaram aos jovens nas ruas, podem tomar uma atitude pedagógica...

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