Parabéns ao Progresso Nacional, pelo primeiro aniversário. Quase um milhão de visualizações em um ano é um feito. Não há dúvida que o panorama informativo guineense beneficiou de um grande aumento da oferta neste ano de 2013, tendo saído claramente reforçado com a vossa juventude e vigor.
Refiro-me especialmente à importância crescente que assumiram os blogs e redes sociais, no contexto de uma cada vez maior acessibilidade à internet, não só por parte da Diáspora (o que não é propriamente novidade), mas também por parte de uma franja cada vez maior de leitores na Guiné.
Continuem a trabalhar!
Um grande abraço colectivo
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
De barriga inchada
«Não é por ser um governo inclusivo com todas as forças políticas presentes, incluindo os partidos políticos sem representação na Assembleia Nacional Popular, logo, sem legitimidade popular, que lhe confere a legalidade necessária para governar e representar o povo.»
Pergunto-me se este trecho é um elogio à exclusividade, se uma crítica à falta de representatividade...
Vamos lá ver se percebi bem: podem muito bem lá estar todos, mas a maior parte está a mais, porque não representa ninguém, por isso a palavra deve ser devolvida ao povo, numa óptica de exclusão (de todos os que não concordarem com a sua pessoa, presuma-se).
Denota de forma grosseira precisamente o contrário do espírito das recomendações do Representante do Secretário Geral da ONU, Ramos-Horta: «Eu é que sou o dono e o campeão da legalidade, da legitimidade e da representatividade»: trago na barriga um milhão de votos.
Pergunto-me se este trecho é um elogio à exclusividade, se uma crítica à falta de representatividade...
Vamos lá ver se percebi bem: podem muito bem lá estar todos, mas a maior parte está a mais, porque não representa ninguém, por isso a palavra deve ser devolvida ao povo, numa óptica de exclusão (de todos os que não concordarem com a sua pessoa, presuma-se).
Denota de forma grosseira precisamente o contrário do espírito das recomendações do Representante do Secretário Geral da ONU, Ramos-Horta: «Eu é que sou o dono e o campeão da legalidade, da legitimidade e da representatividade»: trago na barriga um milhão de votos.
Ossos do ofício
O PR Serifo Nhamadjo tem uma crise política entre mãos, titula a RFI (ver Progresso Nacional): esteve hoje reunido com vários «stakeholders» (para utilizar a terminologia internacional), para a tentar resolver.
Obrigado, PN
Se uns falam em erosão do Governo de Transição, outros arriscam mesmo ser um fenómeno de dissolução. O Presidente parece que está «à espera de Godot», retendo as demissões do MNE e MI.
Resta ainda eventualmente, acrescentar à lista de cargos de «disponibilidade pendente» o de PGR. A confirmarem-se as notícias das «dificuldades de coabitação» entre PM e PR, o caso é grave.
Quem não deve andar nada satisfeito com o andar da carruagem é o Comando Militar. Impossível que o PM coloque o cargo à disposição sem que caia todo o Governo. Nesta altura do campeonato...
Será caso para simples remodelação ministerial?
Obrigado, PN
Se uns falam em erosão do Governo de Transição, outros arriscam mesmo ser um fenómeno de dissolução. O Presidente parece que está «à espera de Godot», retendo as demissões do MNE e MI.
Resta ainda eventualmente, acrescentar à lista de cargos de «disponibilidade pendente» o de PGR. A confirmarem-se as notícias das «dificuldades de coabitação» entre PM e PR, o caso é grave.
Quem não deve andar nada satisfeito com o andar da carruagem é o Comando Militar. Impossível que o PM coloque o cargo à disposição sem que caia todo o Governo. Nesta altura do campeonato...
Será caso para simples remodelação ministerial?
Marcha triunfal
Carlos Gomes Junior, em comunicado publicado há pouco no Ditadura do Consenso, assume que o seu recenseamento não se destina apenas a exercer o direito de voto, como qualquer cidadão na Diáspora, mas constitui um primeiro passo para uma candidatura presidencial.
Depois de imensos erros de concordância com os quais semeia as suas expressões, perdendo constantemente o sujeito das suas próprias afirmações, termina o documento aplaudindo-se a si próprio como virtual vencedor, que se julga, do acto eleitoral a realizar.
De humilde pouco tem: ou é bruxo, ou está muito à frente no tempo (aliás, até data os seus Comunicados de Imprensa do dia seguinte ao da publicação - o documento apresenta-se datado de amanhã, dia 31 de Dezembro - mais um pouco e era datado de um ano antes!).
Depois de imensos erros de concordância com os quais semeia as suas expressões, perdendo constantemente o sujeito das suas próprias afirmações, termina o documento aplaudindo-se a si próprio como virtual vencedor, que se julga, do acto eleitoral a realizar.
De humilde pouco tem: ou é bruxo, ou está muito à frente no tempo (aliás, até data os seus Comunicados de Imprensa do dia seguinte ao da publicação - o documento apresenta-se datado de amanhã, dia 31 de Dezembro - mais um pouco e era datado de um ano antes!).
O moço com o osso no pescoço II
Paulo Gorjão voltou ao tema da Guiné-Bissau para parafrasear o artigo de Francisco Seixas da Costa, adoptando uma ridícula postura de superioridade em relação ao Senhor Embaixador. Reconhecendo explicitamente que Portugal tem perseguido por todos os meios e em todos os fóruns internacionais a Guiné-Bissau («sem o sucesso desejado», como o próprio confessa, aliás). Mais: assume a morte da CPLP, na sequência desta questiúncula sem jeito nenhum.
Estamos portanto reconhecidamente a falar de coisas muito graves, que o politólogo de Passos Coelho tenta varrer para debaixo do tapete, com inabalável displicência.
Quanto à teoria da «conspiração mediática» pró-guineense (esqueceu-se de anotar a coincidência de serem os mesmos da «anti-angolana», coisa que não lhe deve ter passado despercebida), os mecanismos foram os mesmos que os utilizados pelo MNE português e por Machete (para fazer o alarido que se sabe e deu celeuma): o pouco conhecimento dos jornalistas (olho por olho, dente por dente). Enquanto se tratou de bater no ceguinho (a Guiné-Bissau), aplaudiu; agora chore.
Estamos portanto reconhecidamente a falar de coisas muito graves, que o politólogo de Passos Coelho tenta varrer para debaixo do tapete, com inabalável displicência.
Quanto à teoria da «conspiração mediática» pró-guineense (esqueceu-se de anotar a coincidência de serem os mesmos da «anti-angolana», coisa que não lhe deve ter passado despercebida), os mecanismos foram os mesmos que os utilizados pelo MNE português e por Machete (para fazer o alarido que se sabe e deu celeuma): o pouco conhecimento dos jornalistas (olho por olho, dente por dente). Enquanto se tratou de bater no ceguinho (a Guiné-Bissau), aplaudiu; agora chore.
Por falar em ofícios...
Afinal, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que chorou baba e ranho, armado em prima dona ofendida, clamando que não tinha conhecimento dos vistos e que «deveriam» ter informado o «seu» Ministério da Embaixada da Guiné-Bissau em Marrocos, afinal foi informado, com vários dias de antecedência, pelo ofício 422 daquela representação diplomática, datado de 2 de Dezembro.
Mais informa a respectiva Embaixada, que tal documento era desnecessário, face à decisão do Governo de Transição de autorizar a entrada no país a qualquer interessado em viajar para lá (incumbindo as autoridades locais da emissão dos respectivos vistos, na entrada), logo a própria informação também não era obrigatória, tendo-o feito, no entanto, por uma «questão de transparência».
A confirmar-se esta notícia (solicita-se publicidade a uma cópia digital do ofício, que é coisa oficial e pública), as declarações tempestuosas de Delfim da Silva soam agora a falso e a pura hipocrisia.
O embaixador em Rabat.
Ver notícia.
Mais informa a respectiva Embaixada, que tal documento era desnecessário, face à decisão do Governo de Transição de autorizar a entrada no país a qualquer interessado em viajar para lá (incumbindo as autoridades locais da emissão dos respectivos vistos, na entrada), logo a própria informação também não era obrigatória, tendo-o feito, no entanto, por uma «questão de transparência».
A confirmar-se esta notícia (solicita-se publicidade a uma cópia digital do ofício, que é coisa oficial e pública), as declarações tempestuosas de Delfim da Silva soam agora a falso e a pura hipocrisia.
O embaixador em Rabat.
Ver notícia.
Chover no molhado
O PGR, segundo o blog Saiba novidades publicou de manhã, «voltou à carga», afirmando ter falado «pessoalmente» com o Director da Polícia Judiciária, no sentido de proceder à detenção do Ministro. Mas o senhor Procurador não entende o que lhe dizem? Onde já se viu um Procurador dar «ordens» informais, pouco instruídas e de execução (mais do que) duvidosa e equívoca? O PGR ordena a um subordinado a prisão de um superior hierárquico, Ministro imune e em funções, e espera execução tempestiva?
Se tivesse feito o seu trabalho como deve ser, teria insistido em apurar que género de razões de segurança interna motivaram o Ministro a tão arriscada atitude, bem como fundamentado também, devida e formalmente, a acusação ao empresário envolvido, que a Polícia Judiciária manteve duas semanas à sua disposição. O que não foi manifestamente o caso: as acusações mantiveram-se vagas e improcedentes, nunca tendo sido tipificado qual o crime ou crimes de que os «suspeitos» eram acusados.
Achar que o Ministro não procedeu lá muito bem neste caso, é uma coisa; mas este não pode ser acusado a posteriori de «tráfico de refugiados» ou «criação de atrito político com Portugal», pois tais crimes não estão tipificados na Lei guineense; teria de moldar a acusação em termos de Lei ou conjunto de Leis nacionais grave e grosseiramente violadas, de forma a convencer a Assembleia da República a levantar a imunidade, equiparada a Deputado, de que gozam os membros do Governo. Senão qualquer um pode ser PGR!
Palavras, leva-as o vento. Um Procurador que não cumpre os trâmites oficiais e ainda vem reclamar de um «incumprimento» oficioso? E que, depois de ser formal, pública e oficialmente notificado, insiste na barbaridade cometida, afirmando pretender mover processos disciplinares, sem pés nem cabeça, a funcionários competentes? (ou será que o processo disciplinar também é só de boca?) O melhor que tem a fazer é pegar na caneta, verificar que tem tinta, e escrever uma carta colocando o cargo à disposição.
Obrigado, irmão Saiba
Se tivesse feito o seu trabalho como deve ser, teria insistido em apurar que género de razões de segurança interna motivaram o Ministro a tão arriscada atitude, bem como fundamentado também, devida e formalmente, a acusação ao empresário envolvido, que a Polícia Judiciária manteve duas semanas à sua disposição. O que não foi manifestamente o caso: as acusações mantiveram-se vagas e improcedentes, nunca tendo sido tipificado qual o crime ou crimes de que os «suspeitos» eram acusados.
Achar que o Ministro não procedeu lá muito bem neste caso, é uma coisa; mas este não pode ser acusado a posteriori de «tráfico de refugiados» ou «criação de atrito político com Portugal», pois tais crimes não estão tipificados na Lei guineense; teria de moldar a acusação em termos de Lei ou conjunto de Leis nacionais grave e grosseiramente violadas, de forma a convencer a Assembleia da República a levantar a imunidade, equiparada a Deputado, de que gozam os membros do Governo. Senão qualquer um pode ser PGR!
Palavras, leva-as o vento. Um Procurador que não cumpre os trâmites oficiais e ainda vem reclamar de um «incumprimento» oficioso? E que, depois de ser formal, pública e oficialmente notificado, insiste na barbaridade cometida, afirmando pretender mover processos disciplinares, sem pés nem cabeça, a funcionários competentes? (ou será que o processo disciplinar também é só de boca?) O melhor que tem a fazer é pegar na caneta, verificar que tem tinta, e escrever uma carta colocando o cargo à disposição.
Obrigado, irmão Saiba
domingo, 29 de dezembro de 2013
Refresh de comentários
Apenas para publicar um comentário, entretanto colocado, ao artigo do Embaixador Seixas da Costa, publicado pelo Didinho.
«Sempre que se fala das ex-colónias, os portugueses inflam-se como nos tempos do ultimato inglês. Os comentários que surgem trazem o eco fantasmagórico do: "Para Angola rapidamente e em força!". A análise do embaixador é profundamente lúcida e obviamente não se insere naquele contexto. A questão essencial nas (não) relações entre a Guiné-Bissau e Portugal não é somente este episódio. O Governo de transição que resultou do golpe de estado de 2012 (acto naturalmente condenável, mas que, infelizmente, não é único na história daquele país) tomou em mãos uma situação muito complexa, mas tentou, e em certa medida conseguiu-o, manter os militares tranquilos, e conseguiu igualmente promover um governo de coligação com representação de todos os partidos, PAIGC incluído, pois este partido detém 5 ministérios (desde pelo menos Julho de 2013) e sem apoios financeiros excepto os da CEDEAO e muito significativamente de Timor-Leste, promover pela primeira vez naquele país um recenseamento que vai permitir outra transparência nas eleições marcadas para 16 de Março de 2014, retirando assim uma "justificação" para os sucessivos golpes de estado que contestam os poderes saídos de eleições grosseiramente fraudulentas, mesmo tomando em consideração o critério largo das outras eleições em África. Portugal nunca teve uma estratégia patriótica em relação aos países que outrora foram nossas colónias e nessa matéria também somos originais e diferentes das outras nações europeias que foram potências coloniais. Descolonizámos tarde e reactivamente aos acontecimentos que se impuseram no terreno. Agora com a democracia estabilizada andamos ao sabor da maré, leia-se dos negócios de uns poucos e, para mim, só neste âmbito se pode perceber as posições genuflectidas do nosso Governo em relação a Angola e a contrastante agressividade em relação à Guiné-Bissau. Somos fortes com os fracos e fracos com os fortes. Independentemente da forma, a posição do ministro guineense reflecte exactamente isso.»
Com o nosso agradecimento a Jorge Lemos Peixoto, pela citação;
Eu acrescentaria, em jeito de resposta a alguns dos comentários a esse artigo, que quiseram colocar ao mesmo nível o caso de Portugal (ou melhor, do seu incompetente MNE, que está em todas) com Angola e com a Guiné-Bissau (quando, precisamente, são opostos e antagonistas, passe a redundância), que é a própria soberania que está em causa, com esta atitude tão pouco digna (para não dizer cobarde) dos governantes portugueses.
Quanto ao erro que o Embaixador propaga, de que a «CPLP não se viu nem se ouviu», será simples falta de informação? Portugal e Angola constrangeram a CPLP a fazer e a dizer tudo e mais alguma coisa, moveram montanhas... (aliás, foi devido a esse mau ambiente que a CPLP morreu e deixou de ouvir falar dela, senhor Embaixador da memória curta) Parece antes má fé: tentativa de ignorar as inevitáveis consequências das incompetentes e pouco prudentes atitudes da diplomacia portuguesa; tentativa de arranjar bodes expiatórios para se a história das relações (as mais antigas do Império Português, com cinco séculos e meio: só para se ter uma ideia, os primeiros colonos brancos a chegarem à América, foi dois séculos depois) com a Guiné-Bissau correrem mal.
«Sempre que se fala das ex-colónias, os portugueses inflam-se como nos tempos do ultimato inglês. Os comentários que surgem trazem o eco fantasmagórico do: "Para Angola rapidamente e em força!". A análise do embaixador é profundamente lúcida e obviamente não se insere naquele contexto. A questão essencial nas (não) relações entre a Guiné-Bissau e Portugal não é somente este episódio. O Governo de transição que resultou do golpe de estado de 2012 (acto naturalmente condenável, mas que, infelizmente, não é único na história daquele país) tomou em mãos uma situação muito complexa, mas tentou, e em certa medida conseguiu-o, manter os militares tranquilos, e conseguiu igualmente promover um governo de coligação com representação de todos os partidos, PAIGC incluído, pois este partido detém 5 ministérios (desde pelo menos Julho de 2013) e sem apoios financeiros excepto os da CEDEAO e muito significativamente de Timor-Leste, promover pela primeira vez naquele país um recenseamento que vai permitir outra transparência nas eleições marcadas para 16 de Março de 2014, retirando assim uma "justificação" para os sucessivos golpes de estado que contestam os poderes saídos de eleições grosseiramente fraudulentas, mesmo tomando em consideração o critério largo das outras eleições em África. Portugal nunca teve uma estratégia patriótica em relação aos países que outrora foram nossas colónias e nessa matéria também somos originais e diferentes das outras nações europeias que foram potências coloniais. Descolonizámos tarde e reactivamente aos acontecimentos que se impuseram no terreno. Agora com a democracia estabilizada andamos ao sabor da maré, leia-se dos negócios de uns poucos e, para mim, só neste âmbito se pode perceber as posições genuflectidas do nosso Governo em relação a Angola e a contrastante agressividade em relação à Guiné-Bissau. Somos fortes com os fracos e fracos com os fortes. Independentemente da forma, a posição do ministro guineense reflecte exactamente isso.»
Com o nosso agradecimento a Jorge Lemos Peixoto, pela citação;
Eu acrescentaria, em jeito de resposta a alguns dos comentários a esse artigo, que quiseram colocar ao mesmo nível o caso de Portugal (ou melhor, do seu incompetente MNE, que está em todas) com Angola e com a Guiné-Bissau (quando, precisamente, são opostos e antagonistas, passe a redundância), que é a própria soberania que está em causa, com esta atitude tão pouco digna (para não dizer cobarde) dos governantes portugueses.
Quanto ao erro que o Embaixador propaga, de que a «CPLP não se viu nem se ouviu», será simples falta de informação? Portugal e Angola constrangeram a CPLP a fazer e a dizer tudo e mais alguma coisa, moveram montanhas... (aliás, foi devido a esse mau ambiente que a CPLP morreu e deixou de ouvir falar dela, senhor Embaixador da memória curta) Parece antes má fé: tentativa de ignorar as inevitáveis consequências das incompetentes e pouco prudentes atitudes da diplomacia portuguesa; tentativa de arranjar bodes expiatórios para se a história das relações (as mais antigas do Império Português, com cinco séculos e meio: só para se ter uma ideia, os primeiros colonos brancos a chegarem à América, foi dois séculos depois) com a Guiné-Bissau correrem mal.
Atrofio africano
«O principal problema da governança» no continente, segundo Carlos Lopes, «é gerir a diversidade, o respeito pelas minorias e pelas mulheres. É um problema sério que explica muitos dos conflitos em África. A falta de integração das minorias conduz à corrupção, serve regimes patrimoniais de apropriação, pela classe dirigente, dos meios do Estado em benefício próprio.»
Faltaria acrescentar que os países ocidentais, embora apregoem formalmente a democracia, aplaudem e dão palmadinhas nas costas a esses regimes, que, em troca, oferecem uma necessária (mas ilusória) estabilidade, para a prossecução dos seus negócios de carácter predatório, regra geral primários. Pouco antes de morrer, Cabral antecipou e denunciou estas derivas neo-colonialistas.
O discurso de Carlos Lopes, endereçado ao tecido empresarial espanhol, insiste num ponto importante: o principal problema «mental», em relação a um «retorno» dos empresários europeus a África, que oferece imensas oportunidades de negócio consistentes e sustentáveis, tem a ver com a percepção errada destes, fomentada por lugares comuns mediáticos equivocados.
A oportunidade propriamente dita é esta décalage, este lag, entre o potencial de crescimento por explorar, (suportado num influxo de divisas proveniente da exploração de recursos naturais, sobretudo minerais) e o seu liminar desaproveitamento. África tem de (re)começar a ser «vendida», com operações de marketing e de charme, como aos nossos bisavós, com o encanto de «virgem».
Serão os próprios empresários, que se queiram estabelecer, fortes do seu contributo de saber fazer, conhecimento e experiência, que deverão criar o seu próprio estatuto, defendê-lo e valorizá-lo, integrando-se (desta vez, sem a «cobertura» administrativa colonial) no tecido económico local, contribuindo para o seu crescimento consentâneo, retroalimentando e potenciando o todo.
Terão também de estar atentos aos escolhos, excluir, sem excepções e por uma importantíssima questão de princípio, deixarem-se envolver em sistemas de corrupção, ou de «partilha» de benefícios. A sua transparência e seriedade, mantendo-se acima de qualquer suspeita, serão decerto os seus melhores cartões de visita, garantia de investimento e mesmo, seguro de vida.
Obrigado, Carlos Lopes e Progresso Nacional (artigo do El Pais)
Faltaria acrescentar que os países ocidentais, embora apregoem formalmente a democracia, aplaudem e dão palmadinhas nas costas a esses regimes, que, em troca, oferecem uma necessária (mas ilusória) estabilidade, para a prossecução dos seus negócios de carácter predatório, regra geral primários. Pouco antes de morrer, Cabral antecipou e denunciou estas derivas neo-colonialistas.
O discurso de Carlos Lopes, endereçado ao tecido empresarial espanhol, insiste num ponto importante: o principal problema «mental», em relação a um «retorno» dos empresários europeus a África, que oferece imensas oportunidades de negócio consistentes e sustentáveis, tem a ver com a percepção errada destes, fomentada por lugares comuns mediáticos equivocados.
A oportunidade propriamente dita é esta décalage, este lag, entre o potencial de crescimento por explorar, (suportado num influxo de divisas proveniente da exploração de recursos naturais, sobretudo minerais) e o seu liminar desaproveitamento. África tem de (re)começar a ser «vendida», com operações de marketing e de charme, como aos nossos bisavós, com o encanto de «virgem».
Serão os próprios empresários, que se queiram estabelecer, fortes do seu contributo de saber fazer, conhecimento e experiência, que deverão criar o seu próprio estatuto, defendê-lo e valorizá-lo, integrando-se (desta vez, sem a «cobertura» administrativa colonial) no tecido económico local, contribuindo para o seu crescimento consentâneo, retroalimentando e potenciando o todo.
Terão também de estar atentos aos escolhos, excluir, sem excepções e por uma importantíssima questão de princípio, deixarem-se envolver em sistemas de corrupção, ou de «partilha» de benefícios. A sua transparência e seriedade, mantendo-se acima de qualquer suspeita, serão decerto os seus melhores cartões de visita, garantia de investimento e mesmo, seguro de vida.
Obrigado, Carlos Lopes e Progresso Nacional (artigo do El Pais)
sábado, 28 de dezembro de 2013
Cadogo desmente Nando Vaz
Logo depois de o Ministro da Presidência ter produzido afirmações, em Lisboa, ao Jornal Ionline, de que Carlos Gomes Junior não se poderia candidatar por não se ter recenseado (declaração algo prematura, não estando o acto encerrado), eis que Fernando Vaz é contrariado pelo recenseamento do ex-candidato presidencial, no Consulado da cidade da Praia (ver Ditadura do Consenso, link à direita), primeiro passo para aquilo que se pensa poder vir a constituir uma renovada candidatura à Presidência.
Faz assim orelhas moucas aos vários apelos populares, para que deixe a política (activa, pelo menos; poderia aceitar um cargo de conselheiro) e se dedique aos seus negócios. Neste momento, constitui um factor de instabilidade para a Guiné-Bissau (e estou a ser simpático, pois poderia ser considerado uma ameaça externa, ao defender o envio de forças ocupantes para o país). Defender perante as Nações Unidas operações de «reposição de legitimidade perdida» quando esta nem a Paz consegue manter?
Além disso, continua a insistir nas suas atitudes contraditórias: por um lado afirma-se chefe de um governo legítimo, por outro, faz o recenseamento num «sistema» diferente. Será o mesmo país? Aparentemente, coabita facilmente com múltiplas máscaras, o que pouco abona para a seriedade e integridade que devem ser apanágio de um Presidente. Um Presidente deve servir a unidade, não a separação e a divisão dos seus cidadãos. A vaidade do poder (que não soube justificar) estará a subir-lhe à cabeça?
Faz assim orelhas moucas aos vários apelos populares, para que deixe a política (activa, pelo menos; poderia aceitar um cargo de conselheiro) e se dedique aos seus negócios. Neste momento, constitui um factor de instabilidade para a Guiné-Bissau (e estou a ser simpático, pois poderia ser considerado uma ameaça externa, ao defender o envio de forças ocupantes para o país). Defender perante as Nações Unidas operações de «reposição de legitimidade perdida» quando esta nem a Paz consegue manter?
Além disso, continua a insistir nas suas atitudes contraditórias: por um lado afirma-se chefe de um governo legítimo, por outro, faz o recenseamento num «sistema» diferente. Será o mesmo país? Aparentemente, coabita facilmente com múltiplas máscaras, o que pouco abona para a seriedade e integridade que devem ser apanágio de um Presidente. Um Presidente deve servir a unidade, não a separação e a divisão dos seus cidadãos. A vaidade do poder (que não soube justificar) estará a subir-lhe à cabeça?
Felicitações à Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária deu uma resposta institucional às acusações (públicas) do Ministério Público. Com elevado sentido de Estado e de enquadramento orgânico legal, a PJ solicita (desafia) o PGR a tornar público o respectivo ofício (que se perdeu pelo caminho), pedindo humilde e submissamente que o MP observe «o primado da tramitação documental».
A PJ tem um triste histórico no relacionamento com militares, mas é uma respeitável instituição guineense de elite, muito devendo à acção da sua ex-Directora, Lucinda Barbosa, bem como ao seu substituto João Biagué, que se demitiu (notem a diferença: não colocou o cargo à disposição, demitiu-se, pura e simplesmente) por razões éticas.
Pelos vistos, o novo Director Armando Namontche também não deixa o prestígio da instituição por mãos alheias. O esforço de todas estas pessoas, o seu talento, mérito e capacidade, deveria ser reconhecido, e não ofendido gratuitamente, como o fez o PGR. Talvez o Procurador se deva auto-processar, neste caso, no qual revelou uma certa infantilidade.
Foi uma postura digna de um Estado de Direito. Ver Nota de Imprensa. Obrigado Ditadura do Consenso
A PJ tem um triste histórico no relacionamento com militares, mas é uma respeitável instituição guineense de elite, muito devendo à acção da sua ex-Directora, Lucinda Barbosa, bem como ao seu substituto João Biagué, que se demitiu (notem a diferença: não colocou o cargo à disposição, demitiu-se, pura e simplesmente) por razões éticas.
Pelos vistos, o novo Director Armando Namontche também não deixa o prestígio da instituição por mãos alheias. O esforço de todas estas pessoas, o seu talento, mérito e capacidade, deveria ser reconhecido, e não ofendido gratuitamente, como o fez o PGR. Talvez o Procurador se deva auto-processar, neste caso, no qual revelou uma certa infantilidade.
Foi uma postura digna de um Estado de Direito. Ver Nota de Imprensa. Obrigado Ditadura do Consenso
UÁ, UÁ, o rei vai NU
Carlos Gomes Junior em entrevista à revista Monocle, citado em cabeçalho pelo Ditadura do Consenso:
Forças sob a égide da UA e NU? Amplo mandato... situação «já anteriormente denunciada». O «governo legítimo» cai mal porque as NU estão-se a ver «gregas» para aguentar o continente, que ameaça «rebentar pelas costuras».
O bangui-bangui continua, o mal ali à espreita no Mali enquanto arranjam maneira de ver s'o dão por acabado no Sudão: vão estar ocupadíssimos com coisas importantes, para se debruçarem sobre as suas preocupações.
Na África austral também há problemas sérios, que justificariam a atenção da respectiva organização sub-regional, bem como, num âmbito mais alargado, da UA, em especial através do seu Conselho de Paz e Segurança.
Forças sob a égide da UA e NU? Amplo mandato... situação «já anteriormente denunciada». O «governo legítimo» cai mal porque as NU estão-se a ver «gregas» para aguentar o continente, que ameaça «rebentar pelas costuras».
O bangui-bangui continua, o mal ali à espreita no Mali enquanto arranjam maneira de ver s'o dão por acabado no Sudão: vão estar ocupadíssimos com coisas importantes, para se debruçarem sobre as suas preocupações.
Na África austral também há problemas sérios, que justificariam a atenção da respectiva organização sub-regional, bem como, num âmbito mais alargado, da UA, em especial através do seu Conselho de Paz e Segurança.
Pegar o boi pelos cornos
Sendo eu scalabitano, capital dos forcados, não posso deixar de me insurgir contra o tom pejorativo que o anónimo que se envolveu em polémica com o Filomeno Pina, no blog do irmão Doka, quis atribuir ao termo forcado. Aqui, na minha terra, um forcado improvisado e sem preparação que ousa desafiar (as más línguas dirão que está bêbado - e não andarão longe da verdade - mas isso não é chamado ao caso) o touro na picaria, tem todo o valor.
Uma coisa é a gente fina, que anda lá em cima do cavalo a ferir o animal, simulando reminiscências de caça com requintes de malvadez; outra, de valorizar, é a luta mano a mano, sem armas, com o objectivo de o imobilizar. Enfrentar, olhos nos olhos. Como o faz Filomeno Pina, que não brinca em serviço. Sobretudo ao serviço da Guiné-Bissau. Vamos falar de coisas sérias?
Uma coisa é a gente fina, que anda lá em cima do cavalo a ferir o animal, simulando reminiscências de caça com requintes de malvadez; outra, de valorizar, é a luta mano a mano, sem armas, com o objectivo de o imobilizar. Enfrentar, olhos nos olhos. Como o faz Filomeno Pina, que não brinca em serviço. Sobretudo ao serviço da Guiné-Bissau. Vamos falar de coisas sérias?
Portugueses na Diáspora
Depois de ter gasto cerca de seis milhões de euros para «tentar repatriar» uma comunidade portuguesa na Guiné-Bissau que nunca se sentiu ameaçada, eis que o mesmo Governo perdulário prejudica de forma preocupante a vida a essa mesma comunidade.
Ver o grito de alerta da Associação representativa dessa comunidade (que em Abril do ano passado se recusou a ser salva pela operação Manatim), a quem cortaram agora o cordão umbilical, por dá cá aquela palha. Uma vez mais, a hipocrisia venceu.
Este governo discrimina as comunidades portuguesas: com a angolana, está disposto, se necessário for, (como já mostrou) a humilhar-se; parecendo desprezar a comunidade guineense, que, pela pequena dimensão, considera um simples joguete diplomático.
Uns são filhos, outros enteados. Este Governo é fraco perante os fortes, mas quer fazer-se forte perante aqueles que julga perceber como fracos. Seis milhões de euros sobravam para oferecer uma viagem TAP de ida e volta a Lisboa a cada português em Bissau.
Podem guardar o troco. Obrigado, PN
Ver o grito de alerta da Associação representativa dessa comunidade (que em Abril do ano passado se recusou a ser salva pela operação Manatim), a quem cortaram agora o cordão umbilical, por dá cá aquela palha. Uma vez mais, a hipocrisia venceu.
Este governo discrimina as comunidades portuguesas: com a angolana, está disposto, se necessário for, (como já mostrou) a humilhar-se; parecendo desprezar a comunidade guineense, que, pela pequena dimensão, considera um simples joguete diplomático.
Uns são filhos, outros enteados. Este Governo é fraco perante os fortes, mas quer fazer-se forte perante aqueles que julga perceber como fracos. Seis milhões de euros sobravam para oferecer uma viagem TAP de ida e volta a Lisboa a cada português em Bissau.
Podem guardar o troco. Obrigado, PN
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Gorgolejão
O politólogo editor do Blog ítica, acaba de publicar mais uma das suas tiradas inócuas, convencionais e ressabiadas. Gorgolejo é o que se recomenda para a espinha atravessada na garganta. Quem tem uma trave à frente dos olhos, tem tendência a apontar o cisco no olho do vizinho. Tal como o Governo português, também Paulo Gorjão «profetizou» a rápida queda (poucos dias lhe dava) daquele que agora (passados quase dois anos) chama de «governo de facto» (e a «reacção da comunidade internacional» que propala em tons ameaçadores também não é novidade, é mesmo um pouco dejà vu...) Essa é a espinha atravessada na sua garganta. Não espere que lhe dêem palmadinhas nas costas, precisa mas é de um valente gorgolejão.
Pode ser uma resposta um pouco infantil, mas, como foi a moda do dia, não resisto:
«Quem diz é quem é!»
Pode ser uma resposta um pouco infantil, mas, como foi a moda do dia, não resisto:
«Quem diz é quem é!»
Inexistência de condições de segurança
Não se percebe por que razão o PGR insiste na deslealdade e injustiça da acusação ao Director da Polícia Judiciária, que se justificou, no referido momento, com a inexistência de condições de segurança para levar a cabo tal incumbência. Quem leia esta notícia da Lusa (obrigado, Umaro), poderá ser levado a pensar que o Procurador duvida de tal facto. Pretende que o Tribunal passe um atestado da evidência? Ou é uma lavagem de mãos, como Pilatos e Delfim?
O máximo de desinformação
Jorge Heitor voltou a comentar a situação na Guiné-Bissau, mostrando-se pouco informado sobre a realidade. As autoridades guineenses não vendem bilhetes de avião (pelo menos ainda), muito menos passam vistos para Portugal.
Quanto à presença de Fernando Vaz, cidadão português, em Lisboa, não estou a ver porque o estranha: trata-se de um elo de ligação. Mais improvável, seria o ex-jornalista estar em Bissau, a inteirar-se melhor da situação.
Insinuar uma «conspiração» interna e insuspeitas amizades junto do Governo português revela uma imaginação muito fértil. Disparates de quilates! Obrigado, Ditadura do Consenso
Quanto à presença de Fernando Vaz, cidadão português, em Lisboa, não estou a ver porque o estranha: trata-se de um elo de ligação. Mais improvável, seria o ex-jornalista estar em Bissau, a inteirar-se melhor da situação.
Insinuar uma «conspiração» interna e insuspeitas amizades junto do Governo português revela uma imaginação muito fértil. Disparates de quilates! Obrigado, Ditadura do Consenso
Imprecisão de Fernando Vaz
Fernando Vaz, em entrevista à TSF retomada pela RTP, afirma que Cavaco Silva revelou precipitação e um posicionamento infantil, ao ir a correr participar na «brincadeira» de mau gosto contra o bom nome da Guiné-Bissau. Infantil ainda parece simpático; senil seria mais adequado. E, como sugeriram, imbecil também não ficaria mal. De qualquer forma, ouvido o audio, o governante classificava atitudes de Estado, posicionamentos institucionais, não brindou propriamente com esse epíteto a pessoa do Presidente da República portuguesa.
Opinião MDM
Não acho Filomeno um doente mental, antes pelo contrário, um ser altamente pensante e racional, pese embora podermos discordar de algumas das suas ideias, o que é natural. Até posso entender os elogios atribuídos ao Kumba Yalá, como uma forma de o sensibilizar a abandonar a sua intenção de ser de novo presidente, pois realmente a Guiné precisa de mudança e Kumba faz parte de um passado a esquecer. Foi presidente e não foi um bom presidente. A questão central que me preocupa é toda uma onda de supervalorização das qualidades intelectuais e patrióticas de Kumba Yalá que na realidade não existem. Como intelectual Kumba está ultrapassado. Nunca produziu uma obra digna de reconhecimento e de algum valor intelectual. E como estadista foi um desastre. Não acredito que as memórias sejam tão curtas a este ponto!
Obrigado, Malam Dindim Mané
Obrigado, Malam Dindim Mané
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Balas de algodão doce
Ao ler a resposta de Filomeno Pina aos cidadãos pró-Kumba, compreendi o tom de irritação em que este o fez, pois nota-se de início apenas simples animosidade e vontade de contrariar, sem deixar qualquer espaço de respiração, no texto, para sequer uma opinião ou uma discussão construtiva.
Por isso me parece bastante injusto o comentário que o Doka acabou de publicar, que é ainda mais depreciativo, para as competências e boa vontade de Filomeno Pina, o qual lançou bastantes mais desafios para reflexão e sempre com todo o amor. Ironizar com trabalho de equipa não fica bem.
Por isso me parece bastante injusto o comentário que o Doka acabou de publicar, que é ainda mais depreciativo, para as competências e boa vontade de Filomeno Pina, o qual lançou bastantes mais desafios para reflexão e sempre com todo o amor. Ironizar com trabalho de equipa não fica bem.
Nt'chamada má
A não demissão do Ministro do Interior e dos Negócios Estrangeiros arrisca-se a ser mal entendida junto da opinião pública portuguesa e mundial. O Presidente, ao reter a «disponibilização» dos seus lugares, parece querer evitar a todo o custo uma remodelação ministerial, a qual parece impor-se. Mais do que uma simples «remodelação», julgo que é absolutamente necessária uma redefinição do modelo de governação, cuja importância estratégica e relevância para o futuro, não permite que fique dependente do resultado de eventuais eleições.
Cabe às Forças Armadas, um papel de relevo, segundo a Constituição, na interpretação dos anseios colectivos da alma nacional. Viva a aliança da Força com o Povo, num pacto de estabilidade, transparência e responsabilidade de regime, encarnado num projecto claro e consistente, envolvendo a Diáspora e as forças vivas do país. Constatada uma vontade convergente, será lógico convidar-se o Povo a exercer directamente a sua soberania, como recomenda a Constituição, selando assim uma nova esperança com original LEGITIMIDADE.
Cabe às Forças Armadas, um papel de relevo, segundo a Constituição, na interpretação dos anseios colectivos da alma nacional. Viva a aliança da Força com o Povo, num pacto de estabilidade, transparência e responsabilidade de regime, encarnado num projecto claro e consistente, envolvendo a Diáspora e as forças vivas do país. Constatada uma vontade convergente, será lógico convidar-se o Povo a exercer directamente a sua soberania, como recomenda a Constituição, selando assim uma nova esperança com original LEGITIMIDADE.
Proposta de «religação»
Um triunvirato de académicos, da área da «Ciência» da religião, na Universidade Lusófona, produziram um oportuno documento, para o Público. Não tanto pelo conteúdo propriamente dito, mas mais pelo sentido de oportunidade. Parabéns.
Qual a raiz etimológica de religião? Ora! Precisamente essa: religação. Neste contexto, é um pouco pretensioso falar em «ciência», talvez fosse mais adequado (logo, mais propriamente científico) reconhecer que se trata sobretudo de uma Arte.
Interessante que a proposta cai precisamente num momento em que o Doka lançou um apelo no mesmo sentido, dirigido à comunidade virtual guineense, com especial ênfase para os blogues com quem já manteve algumas disputas e desavenças.
Não podemos mudar o mundo, se primeiro não fizermos nós próprios um esforço para mudarmos. E o mundo está especialmente carente de modelos e de bons exemplos. Se o «piorzinho» do «mundo», a Guiné-Bissau, se endireitasse!...
Esse seria um grande pedido para 2014. Também eu me quero associar ao espírito da iniciativa, e lembro aqui uma grande verdade publicada pelo retornado (um bloguista «passivo», que não tem blog mas participa activamente com comentários).
Comentava este, em tom de mágoa, que a Guiné-Bissau poderia ser um magnífico balão de ensaio, para as Nações Unidas, uma experiência piloto, que ajudasse o mundo a perceber o quanto há a ganhar numa nova fórmula de desenvolvimento.
A democracia, nesse contexto, parece mais um empecilho que um calço, como reconhecem os autores do artigo, sugerindo outras fontes de legitimidade, filão aliás já explorado pelo Fórum dos Partidos, bem como pelo Porta-Voz do Comando.
Se, na «amostra» de mundo mais diversa, onde se multiplicam com facilidade as ocasiões de divergências e desentendimentos, ocorrer um «clique»... Não resisto, neste contexto, a «profetizar» que a Guiné-Bissau está destinada a grandes coisas.
Igualmente imbuído de espírito natalício, agradeço ao Progresso Nacional e Ditadura do Consenso - ver links à direita
Qual a raiz etimológica de religião? Ora! Precisamente essa: religação. Neste contexto, é um pouco pretensioso falar em «ciência», talvez fosse mais adequado (logo, mais propriamente científico) reconhecer que se trata sobretudo de uma Arte.
Interessante que a proposta cai precisamente num momento em que o Doka lançou um apelo no mesmo sentido, dirigido à comunidade virtual guineense, com especial ênfase para os blogues com quem já manteve algumas disputas e desavenças.
Não podemos mudar o mundo, se primeiro não fizermos nós próprios um esforço para mudarmos. E o mundo está especialmente carente de modelos e de bons exemplos. Se o «piorzinho» do «mundo», a Guiné-Bissau, se endireitasse!...
Esse seria um grande pedido para 2014. Também eu me quero associar ao espírito da iniciativa, e lembro aqui uma grande verdade publicada pelo retornado (um bloguista «passivo», que não tem blog mas participa activamente com comentários).
Comentava este, em tom de mágoa, que a Guiné-Bissau poderia ser um magnífico balão de ensaio, para as Nações Unidas, uma experiência piloto, que ajudasse o mundo a perceber o quanto há a ganhar numa nova fórmula de desenvolvimento.
A democracia, nesse contexto, parece mais um empecilho que um calço, como reconhecem os autores do artigo, sugerindo outras fontes de legitimidade, filão aliás já explorado pelo Fórum dos Partidos, bem como pelo Porta-Voz do Comando.
Se, na «amostra» de mundo mais diversa, onde se multiplicam com facilidade as ocasiões de divergências e desentendimentos, ocorrer um «clique»... Não resisto, neste contexto, a «profetizar» que a Guiné-Bissau está destinada a grandes coisas.
Igualmente imbuído de espírito natalício, agradeço ao Progresso Nacional e Ditadura do Consenso - ver links à direita
Angola volta à carga
Novamente através do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, presidido por Angola, chega a intenção de reforçar (decerto com angolanos) a força da CEDEAO em Bissau; segundo o seu representante local, que, para além de porta-voz da UA, aparentemente também é porta-voz de Ramos-Horta (por sua vez porta-voz do Secretário Geral da ONU), este apoiaria essa intenção...
Obrigado Progresso Nacional >
Angola defende o «policiamento» africano do continente, tendo ainda, há poucos dias, o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, num resumo do ano de 2013, no Jornal de Angola, criticado a França pelas suas intervenções no Mali e na República Centro-Africana. «Angola continua a manter a sua vocação de factor de paz, estabilidade e desenvolvimento no continente». Um modelo, portanto.
Por outro lado, talvez estejam a abusar da paciência da CEDEAO, organização que não deverá estar muito interessada em desempenhar o papel de pau mandado. Os renovados e insistentes oferecimentos do regime angolano, com a mal escondida intenção de se (voltar a) imiscuir na política interna guineense (muito longe de casa!) já não são novidade, é mesmo uma tecla que está completamente gasta.
Depois de tanta pressão (e falta de respeito), o melhor a fazer será dissolver e repatriar a força da CEDEAO em Bissau (enviá-la por exemplo para o Sudão do Sul, para o Mali, ou para a República Centro-Africana, onde há guerra e estão a morrer muitas pessoas), que não tem outra serventia para além da de motivar propostas indecentes. Antes de meter a colher, é preciso ter propostas.
Obrigado Progresso Nacional >
Angola defende o «policiamento» africano do continente, tendo ainda, há poucos dias, o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, num resumo do ano de 2013, no Jornal de Angola, criticado a França pelas suas intervenções no Mali e na República Centro-Africana. «Angola continua a manter a sua vocação de factor de paz, estabilidade e desenvolvimento no continente». Um modelo, portanto.
Por outro lado, talvez estejam a abusar da paciência da CEDEAO, organização que não deverá estar muito interessada em desempenhar o papel de pau mandado. Os renovados e insistentes oferecimentos do regime angolano, com a mal escondida intenção de se (voltar a) imiscuir na política interna guineense (muito longe de casa!) já não são novidade, é mesmo uma tecla que está completamente gasta.
Depois de tanta pressão (e falta de respeito), o melhor a fazer será dissolver e repatriar a força da CEDEAO em Bissau (enviá-la por exemplo para o Sudão do Sul, para o Mali, ou para a República Centro-Africana, onde há guerra e estão a morrer muitas pessoas), que não tem outra serventia para além da de motivar propostas indecentes. Antes de meter a colher, é preciso ter propostas.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
tap, tap, tap
«Absolutamente inaceitável» é como o Ministério dos Negócios Estrangeiros português classifica o caso do encaminhamento dos 74 sírios no avião da TAP. Embora o pretexto da comunicação fosse a divulgação do relatório da comissão de inquérito guineense, nem uma palavra sobre as suas conclusões, insistindo mesmo na tese da «coerção» e não referindo o aval que teria vindo de Lisboa.
A expressão «absolutamente inaceitável» é claramente desadequada: utilizar-se-ia com propriedade se houvesse uma proposta ou um acto em curso; ora o caso foi pontual e está encerrado, o voo aterrou tranquilamente em Lisboa, a maior parte dos passageiros nem sequer se tendo apercebido do «desvio» à normalidade. O que é que Rui Machete não quer aceitar? O avião já lá vai...
Não quer aceitar a realidade, a situação política «de facto», vigente no país, como reconhece. Depois de ter sido desautorizado, vem uma vez mais fazer uma declaração extemporânea e abusiva para a própria transportadora, que em última análise é a responsável técnica pela análise acerca da «existência de condições de segurança no aeroporto de Bissau», sem interferências políticas.
No entanto, como sempre, no comunicado foge-lhe a boca para a verdade, reconhecendo que está em curso um processo de reavaliação do caso, na expectativa que sejam dadas garantias, através de elos de ligação entretanto estabelecidos com as autoridades de facto, no sentido de que não voltem a ocorrer situações similares, de forma a permitir «a retoma da rota» da TAP para Bissau.
Ver notícia.
A expressão «absolutamente inaceitável» é claramente desadequada: utilizar-se-ia com propriedade se houvesse uma proposta ou um acto em curso; ora o caso foi pontual e está encerrado, o voo aterrou tranquilamente em Lisboa, a maior parte dos passageiros nem sequer se tendo apercebido do «desvio» à normalidade. O que é que Rui Machete não quer aceitar? O avião já lá vai...
Não quer aceitar a realidade, a situação política «de facto», vigente no país, como reconhece. Depois de ter sido desautorizado, vem uma vez mais fazer uma declaração extemporânea e abusiva para a própria transportadora, que em última análise é a responsável técnica pela análise acerca da «existência de condições de segurança no aeroporto de Bissau», sem interferências políticas.
No entanto, como sempre, no comunicado foge-lhe a boca para a verdade, reconhecendo que está em curso um processo de reavaliação do caso, na expectativa que sejam dadas garantias, através de elos de ligação entretanto estabelecidos com as autoridades de facto, no sentido de que não voltem a ocorrer situações similares, de forma a permitir «a retoma da rota» da TAP para Bissau.
Ver notícia.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Segurança interna
O Ministro do Interior terá invocado motivos de «segurança interna» para «ordenar» o embarque dos sírios, segundo noticia o Expresso baseado nos resultados do inquérito ao caso, publicado hoje; não sendo muito esclarecedor que o inquérito seja omisso quanto a isso.
A comissão de inquérito apurou igualmente não ter existido qualquer coacção física (e muito menos «armada») sobre a tripulação do avião ou sequer o chefe de escala; segundo a Lusa a ordem terá sido «visada» por um Director de Escalas da TAP, a partir de Lisboa.
A comissão de inquérito apurou igualmente não ter existido qualquer coacção física (e muito menos «armada») sobre a tripulação do avião ou sequer o chefe de escala; segundo a Lusa a ordem terá sido «visada» por um Director de Escalas da TAP, a partir de Lisboa.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Quem salva Kiir?
O porta-voz do governo sul sudanês admitiu a perda de Bor. (não, não é na Guiné-Bissau)
O Presidente insiste em tentativas de «diálogo», mas o seu rival, na resposta, limita-se a repetir incansavelmente: «Kiir para a rua, Kiir para a rua».
O Presidente insiste em tentativas de «diálogo», mas o seu rival, na resposta, limita-se a repetir incansavelmente: «Kiir para a rua, Kiir para a rua».
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Resposta a um anónimo
Um anónimo defendeu ser «deselegante embaraçar as potenciais candidaturas», mas não se percebe bem se defende que seja o Supremo Tribunal a fazê-lo... Ora é precisamente porque Kumba é livre de se candidatar, que teria imenso valor a sua atitude activa de abandono (honrando Mandela), desmascarando assim, com esse gesto, a «esperança quimérica» de Cadogo, de que fala.
Mais vale um lugar de Senador vitalício e o eterno respeito dos guineenses, que uma efémera cadeira de Presidente enlameada.
Ver Bambaram di Padida
Mais vale um lugar de Senador vitalício e o eterno respeito dos guineenses, que uma efémera cadeira de Presidente enlameada.
Ver Bambaram di Padida
Paulo Gomes candidato a Primeiro-Ministro
O candidato Paulo Gomes parece andar com problemas de identidade quanto às suas futuras atribuições presidenciais, referindo-se ao «seu» Programa Nacional de Desenvolvimento, desdobrando-se em promessas eleitoralistas pouco consistentes, quando a procissão ainda vai no adro. Um pouco de contenção e atenção à realidade, só poderá melhorar a sua prestação. Ver Progresso Nacional >
Matchundadi
Felicitações ao irmão Filomeno Pina, pela bela e oportuna Carta Aberta ao irmão Kumba Yalá, apelando ao seu sentido de Estadista. Kumba Yalá teve o grande mérito, como presidente, de saber afirmar a sua identidade; pena que depois nem tudo tenha corrido pelo melhor...
É um sentido apelo a uma verdadeira matchundadi; a da inteligência e respeito. Por isso, no seu último artigo, o psicólogo falava igualmente de temperar esse sentimento masculino, assertivo e identitário, com o feminino, num fértil casamento com uma emergente mindjerdadi.
Trata-se agora de construir uma Nação, e a livre opção de Kumba seria sem dúvida um grande passo (uma bofetada de luva branca e barrete vermelho) no sentido de uma verdadeira reconciliação nacional! A da razão, como defendia ontem Adulai Indjai. Estamos juntos. Mantenhas di ermondadi.
Adulai é nome próprio, não uma invectiva golpista (mas desde já reconheço que me tornei um adulador de Indjai).
Adulai é nome próprio, não uma invectiva golpista (mas desde já reconheço que me tornei um adulador de Indjai).
Portugal dá braço a torcer
De forma atabalhoada, o Governo português acaba de reconhecer as autoridades de facto na Guiné-Bissau, ao nomear, em Diário da República de hoje, o Coronel Armindo da Costa Caio, ao abrigo da figura de «elo de ligação», recorrendo a um Decreto-Lei de 1994 (139) consubstanciado em elementos das Forças Armadas ao serviço do Ministério da Administração Interna.
Entre as suas atribuições, «servir de elo de ligação entre as forças e serviços portugueses e os seus congéneres da República da Guiné-Bissau»; «colaborar com os serviços competentes da República da Guiné-Bissau»...
Este passo à frente, denotando a vontade de caminhar no sentido da normalização das relações diplomáticas com a Guiné-Bissau (se bem que lance uma certa confusão inter-ministerial, desautorizando, de alguma maneira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros), permite esperar que se deva a pressões da TAP, no sentido de semelhante normalização, repondo o destino Bissau na sua oferta.
Entre as suas atribuições, «servir de elo de ligação entre as forças e serviços portugueses e os seus congéneres da República da Guiné-Bissau»; «colaborar com os serviços competentes da República da Guiné-Bissau»...
Este passo à frente, denotando a vontade de caminhar no sentido da normalização das relações diplomáticas com a Guiné-Bissau (se bem que lance uma certa confusão inter-ministerial, desautorizando, de alguma maneira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros), permite esperar que se deva a pressões da TAP, no sentido de semelhante normalização, repondo o destino Bissau na sua oferta.
Preocupação & Pedido
Julgo que as autoridades de Transição devem compreender o Presidente da Administração da TAP, colocado entre três fogos: o Governo Português; a confiança nas autoridades guineenses (que teve o mérito de manter «durante» o 12 de Abril do ano passado); e os accionistas (dos quais depende, claro, o seu bom nome como melhor gestor português - mesmo não o sendo de verdadeiro passaporte), preocupados com a multa milionária que poderão ter de pagar.
Antes de o irmão Fernando ter de inscrever nas contas da empresa uma provisão para o próximo exercício económico, julgo que o Governo da Guiné-Bissau deveria dar garantias à empresa (em termos comerciais, claro, e não diplomáticos), prontificando-se para tal eventualidade. Podem fazê-lo, aliviando assim a tensão entre a Guiné-Bissau e a TAP; não custa nada para já, será apenas preciso recrutar uma equipa de advogados guineenses à altura e está no papo.
Quanto ao novo destino da TAP, Bissau, um pouco de senso comum e um protocolo estrito daqui para a frente, aplanarão sem dificuldades as pequenas arestas que ainda possam subsistir. Como a empresa, não tendo razão para duvidar da boa-fé da proposta, tem conhecimento das dificuldades de tesouraria a que fazem face as actuais autoridades em Bissau, se os irmãos timorenses aceitassem servir de simples fiadores, poderia ajudar ao rápido desenlace.
PS Parabéns ao editor do blog Ditadura do Consenso, pela rábula da nova companhia aérea concorrente da TAP. Está com piada. «Rir é o melhor remédio».
Antes de o irmão Fernando ter de inscrever nas contas da empresa uma provisão para o próximo exercício económico, julgo que o Governo da Guiné-Bissau deveria dar garantias à empresa (em termos comerciais, claro, e não diplomáticos), prontificando-se para tal eventualidade. Podem fazê-lo, aliviando assim a tensão entre a Guiné-Bissau e a TAP; não custa nada para já, será apenas preciso recrutar uma equipa de advogados guineenses à altura e está no papo.
Quanto ao novo destino da TAP, Bissau, um pouco de senso comum e um protocolo estrito daqui para a frente, aplanarão sem dificuldades as pequenas arestas que ainda possam subsistir. Como a empresa, não tendo razão para duvidar da boa-fé da proposta, tem conhecimento das dificuldades de tesouraria a que fazem face as actuais autoridades em Bissau, se os irmãos timorenses aceitassem servir de simples fiadores, poderia ajudar ao rápido desenlace.
PS Parabéns ao editor do blog Ditadura do Consenso, pela rábula da nova companhia aérea concorrente da TAP. Está com piada. «Rir é o melhor remédio».
Tradução livre II
A Rádio ONU veio confirmar a intenção já manifestada por António Patriota (ex-MNE brasileiro), de visitar a Guiné-Bissau no princípio do ano. Ver notícia.
No entanto, o nome da sua Comissão é claramente desadequado, mesmo se, na tradução para português (bastante livre) conseguiram disfarçar um pouco melhor: o tradutor está de parabéns, pois tem a noção disso, e fala da sigla (PBC), mas não diz o que quer dizer para não deixar o «rabo de fora».
O PB da Comissão vem de Peace Building; ora o building é uma acção positiva, estruturada, lançando alicerces onde não existe senão um terreno vazio. Mas na Guiné-Bissau não há guerra, para ser preciso «construir» a paz de raiz. Nation Building, ainda se percebia. People Empowering, ou qualquer outra coisa...
Mas voltando à referida Comissão das Nações Unidas: a tradução para português faz um downgrade do Building para Consolidação (da Paz). Consolidar, não podendo ser considerado sinónimo, continua a não se ajustar à realidade, mas tem no mínimo o mérito de ser claramente bem menos pretensioso.
(pelos vistos os tradutores são melhores que os políticos, na ONU).
Verdadeiros patriotas respeitam as pátrias dos outros, sem preconceitos, condições ou agendas. O senhor candidato a pedreiro tenha a liberdade e humildade suficiente para saber apreciar a hospitalidade da casa guineense antes de começar a fazer a massa.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Leão desgrenhado
Muitos interesses em jogo, com mais de 120 «diplomatas» americanos a serem intempestivamente repatriados. E mais uma guerra local de interesses globais. Para um país novo, violando um tabu fronteiriço continental com bem mais de 120 anos, não é um bom augúrio.
Balcanização africana? Fantasmas étnicos fomentados por interesses petrolíferos? O leão não vai ficar bem na fotografia, com essa Juba. Todos foram (hipocritamente?) colocar flores no túmulo de Mandela, mas não basta elogiá-lo: seria preciso respeitá-lo igualmente.
Esta ordem mundial só serve aos países desenvolvidos; o seu conforto é mantido à custa de guerras periféricas, fomentando modelos interesseiros de apropriação pessoal das lideranças, em vez de verdadeiros Estados de Direito, alicerçados no desenvolvimento.
Balcanização africana? Fantasmas étnicos fomentados por interesses petrolíferos? O leão não vai ficar bem na fotografia, com essa Juba. Todos foram (hipocritamente?) colocar flores no túmulo de Mandela, mas não basta elogiá-lo: seria preciso respeitá-lo igualmente.
Esta ordem mundial só serve aos países desenvolvidos; o seu conforto é mantido à custa de guerras periféricas, fomentando modelos interesseiros de apropriação pessoal das lideranças, em vez de verdadeiros Estados de Direito, alicerçados no desenvolvimento.
Todos golpistas
Porém, não se pode dizer que os novos golpistas são piores ou melhores, mas pode-se, isso sim, esperar e desejar que não sejam derrubados para evitar que a história se repita, mais uma vez, graças a incapacidade de construir um verdadeiro estado de direito.
Publicado pelo Didinho, um magnífico artigo, de Adulai Indjai: «Golpistas em nome do Povo, pelo Povo e para o Povo». Nem sempre é fácil separar o trigo do joio. Há que ler e reler...
Está na altura de inverter a situação, cujo diagnóstico dos males está bem estabelecido, mas alterando o guião: «Estadistas em nome do Povo, pelo Povo e para o Povo». É a hora.
Golpista vem de golpe. Estadista vem de estado. Acabaram-se os golpes e os estados falhados. Agora ou nunca. Viva a verdadeira matchundadi e mindjerdadi da inteligência e da razão.
Publicado pelo Didinho, um magnífico artigo, de Adulai Indjai: «Golpistas em nome do Povo, pelo Povo e para o Povo». Nem sempre é fácil separar o trigo do joio. Há que ler e reler...
Está na altura de inverter a situação, cujo diagnóstico dos males está bem estabelecido, mas alterando o guião: «Estadistas em nome do Povo, pelo Povo e para o Povo». É a hora.
Golpista vem de golpe. Estadista vem de estado. Acabaram-se os golpes e os estados falhados. Agora ou nunca. Viva a verdadeira matchundadi e mindjerdadi da inteligência e da razão.
«Controlo total»
O Presidente do Sudão do Sul, encurralado no seu Palácio, três dias de confrontos e meio milhar de mortos depois de ter anunciado que controlava inteiramente a situação no terreno, tenta agora ganhar tempo, fazendo um apelo ao seu rival para encetar conversações...
O expansionismo angolano em África, sob o modelo de marketing da autocracia totalitária, pelos vistos não acerta uma, a estrela de José Eduardo dos Santos está definitivamente a perder o brilho. Já os franceses também perdem, não conseguindo o controlo Total.
O expansionismo angolano em África, sob o modelo de marketing da autocracia totalitária, pelos vistos não acerta uma, a estrela de José Eduardo dos Santos está definitivamente a perder o brilho. Já os franceses também perdem, não conseguindo o controlo Total.
AFP propaga mentiras
A agência noticiosa francesa AFP produziu um artigo datado de hoje, no qual se revela, no mínimo, pouco atenta, pois continua a insistir em boatos já inequivocamente desmentidos, ao mais alto nível, pela operadora aérea «vítima» dos factos: os refugiados sírios teriam sido, segundo a France Presse, embarcados «sous la menace de militaires armés de la Guinée-Bissau déployés à l'aéroport».
Pelos vistos, tal como a comunicação social portuguesa, também «emprenham pelos ouvidos». Já não é a primeira vez que tal acontece em pouco tempo: ainda no caso da Embaixada da Nigéria, o sentido da desinformação era o mesmo: pintar o quadro de tons mais negros ainda que a realidade... E desmentidos, para reposição da verdade dos factos, nem vê-los. Que falta de seriedade!
Pelos vistos, tal como a comunicação social portuguesa, também «emprenham pelos ouvidos». Já não é a primeira vez que tal acontece em pouco tempo: ainda no caso da Embaixada da Nigéria, o sentido da desinformação era o mesmo: pintar o quadro de tons mais negros ainda que a realidade... E desmentidos, para reposição da verdade dos factos, nem vê-los. Que falta de seriedade!
Tradução livre
A TAP tem um Aviso, no seu site oficial, acerca das ligações com Bissau. Disponível em duas línguas, português e inglês.
Em inglês, referem que a rota está «temporariamente suspensa». No entanto, a tradução para português do temporarily suspended resulta em «rota na qual a operação está suspensa, como é do conhecimento público». A própria TAP está ainda confundida... uma no cravo, outra na ferradura.
As linhas tradicionais de língua portuguesa fazem parte da identidade da TAP.
Em inglês, referem que a rota está «temporariamente suspensa». No entanto, a tradução para português do temporarily suspended resulta em «rota na qual a operação está suspensa, como é do conhecimento público». A própria TAP está ainda confundida... uma no cravo, outra na ferradura.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
TAP aumenta frota e anuncia novos destinos
Em duas declarações simultâneas, mas distintas, a TAP pronunciou-se sobre o caso de Bissau.
Aparentemente cedendo a pressões políticas, o presidente da companhia, Fernando Pinto, em declarações à Lusa, afirma que o voo para Bissau foi definitivamente cancelado, não admitindo, para já, qualquer alteração nessa decisão, acrescentando mesmo que, se a TAP voltar a voar para Bissau, esse será um «novo» destino (há que relativizar estas informações com outras, de ontem, nas quais a TAP anunciava o reforço da frota com seis novos aparelhos, bem como uma dezena de novos destinos em vários continentes);
Numa outra declaração, por parte de um «porta-voz», num tom mais comercial e comedido, a companhia mostra-se preocupada com a situação, declarando-se apostada em minimizar os inconvenientes dos passageiros (que se esperam passageiros). O facto é que há um fluxo respeitável de viajantes entre Lisboa e Bissau (mesmo que as autoridades dos dois países não mantenham relações diplomáticas), suficiente para alimentar uma linha lucrativa e que resulta obviamente anti-económica, se tiver de andar aos saltinhos.
Aparentemente cedendo a pressões políticas, o presidente da companhia, Fernando Pinto, em declarações à Lusa, afirma que o voo para Bissau foi definitivamente cancelado, não admitindo, para já, qualquer alteração nessa decisão, acrescentando mesmo que, se a TAP voltar a voar para Bissau, esse será um «novo» destino (há que relativizar estas informações com outras, de ontem, nas quais a TAP anunciava o reforço da frota com seis novos aparelhos, bem como uma dezena de novos destinos em vários continentes);
Numa outra declaração, por parte de um «porta-voz», num tom mais comercial e comedido, a companhia mostra-se preocupada com a situação, declarando-se apostada em minimizar os inconvenientes dos passageiros (que se esperam passageiros). O facto é que há um fluxo respeitável de viajantes entre Lisboa e Bissau (mesmo que as autoridades dos dois países não mantenham relações diplomáticas), suficiente para alimentar uma linha lucrativa e que resulta obviamente anti-económica, se tiver de andar aos saltinhos.
Catarse
Mais um magnífico artigo de Filomeno Pina, a merecer profunda reflexão. Mas, antes disso, quero já reagir «a quente» e vou afirmando que é sobretudo o espírito da mensagem que veicula, o comprimento de onda em que vibra, que me interessa em primeiro lugar, neste momento.
Filomeno Pina inclui sempre subliminarmente, na minha opinião, categorias de análise da sua área profissional; já aqui o referi respeitosamente como o «psicólogo» da Nação. E uma leitura (e motivação) que me parece evidente neste seu texto é a ideia de ponto de não retorno.
Estas últimas provações, poderão ter o condão de induzir uma catarse colectiva: ao demonstrarem, sem sombras para dúvidas, que é necessário fazer algo, de forte e definitivo, sem complexos (e talvez com um pouco de utopia), que dignifique sem equívocos o país aos olhos de todos.
Em referência à vida do profeta Jesus, diria que a Guiné-Bissau está como o Mestre a caminho de Jerusalém, onde, depois de se defender de muitas e injustas acusações, ao sair do Templo, irrita-se, e começa à biqueirada às bancas dos vendilhões e trafulhas, expulsando-os.
Disponível no Nô Djemberém e site do Umaro. Ver links à direita.
Filomeno Pina inclui sempre subliminarmente, na minha opinião, categorias de análise da sua área profissional; já aqui o referi respeitosamente como o «psicólogo» da Nação. E uma leitura (e motivação) que me parece evidente neste seu texto é a ideia de ponto de não retorno.
Estas últimas provações, poderão ter o condão de induzir uma catarse colectiva: ao demonstrarem, sem sombras para dúvidas, que é necessário fazer algo, de forte e definitivo, sem complexos (e talvez com um pouco de utopia), que dignifique sem equívocos o país aos olhos de todos.
Em referência à vida do profeta Jesus, diria que a Guiné-Bissau está como o Mestre a caminho de Jerusalém, onde, depois de se defender de muitas e injustas acusações, ao sair do Templo, irrita-se, e começa à biqueirada às bancas dos vendilhões e trafulhas, expulsando-os.
Disponível no Nô Djemberém e site do Umaro. Ver links à direita.
Marfim
O Sudão do Sul não tem costa para desembarcar o «ouro» (nem branco nem preto). Mas o seu presidente tem guarda-costas. A estratégia é a mesma que a já ensaiada noutros lados: criar um abcesso de fixação, resistindo no palácio presidencial, continuando sempre a afirmar ter o controlo da situação (desde as primeiras horas). No entanto, não será bem assim, pois o tiroteio continua a fazer-se ouvir nas ruas desertas de Juba. Em caso de falência das tropas presidenciais, poderá tornar-se difícil evacuar eventuais mercenários que por lá se encontrem. As aventuras despropositadas, por vezes, têm o seu preço.
Pedido de desculpas «formal» a Portugal?
Acabo de saber pelo Saiba novidades, que se discute o impensável: será um cenário para o caso de Portugal restabelecer relações diplomáticas e apresentar primeiro igualmente uma desculpa «formal»?
É que não faz sentido discutir o que não tem sentido nenhum. A quem apresentariam esse «formulário» se não existem relações «formais» entre os dois países? Arriscam-se a não passar da portaria, sem cumprirem essas Necessidades. De quem a péssima ideia de submeter semelhante imbecilidade a discussão?
Julgo que essa discussão está uma grande confusão, que o Governo e a ANP (o seu Presidente foi «deslocado») ainda estão um pouco a «Leste» do que está a acontecer no fórum do poder.
Mas, se o pedido não pode ser «formal», nada impede que o Ministro que se sinta responsável, volte a telefonar ao comandante do avião da TAP (uma vez que já tem o número), e lhe apresente pessoalmente um pedido «informal» de desculpas por o ter aterrorizado com o anterior telefonema (isto se ele atender, claro, pois pode ter ficado traumatizado).
Mas, se o pedido não pode ser «formal», nada impede que o Ministro que se sinta responsável, volte a telefonar ao comandante do avião da TAP (uma vez que já tem o número), e lhe apresente pessoalmente um pedido «informal» de desculpas por o ter aterrorizado com o anterior telefonema (isto se ele atender, claro, pois pode ter ficado traumatizado).
Sindicatos pró-conspiração
Segundo notícia publicada pela Rádio Vaticano, os sindicatos recusaram-se a aceitar o pagamento de um mês de salário, fazendo chantagem política com a actual situação de tensão no país. A soldo de inconfessáveis interesses, pretendem passar para o exterior uma ideia de desordem e subversão, que de forma alguma traduzem o sentimento generalizado da população. Justificar-se-ia, neste contexto, uma violação da constituição, justificada para contrariar um mal maior: o lock out total, ameaçando os funcionários de perda do vínculo contratual, para recrutar depois apenas os mais capazes, com exame de admissão. Este é o canto do cisne do PAIGC, que ousa desafiar a existência do próprio Estado, que ajudou a criar; que é isto senão alta traição, instigada por actores políticos desclassificados, apostados na criação de um clima de instabilidade, do quanto pior, melhor?
Até quando a Guiné-Bissau estará refém de malfeitores mal disfarçando a sua natureza predatória e delapidatória? Até quando a Guiné-Bissau se julgará dependente de quem lhe quer impor, através de eleições desadequadas, uma insustentável pulverização da legitimidade, ainda para mais contaminada por espúrios candidatos proto-totalitários?
Até quando a Guiné-Bissau estará refém de malfeitores mal disfarçando a sua natureza predatória e delapidatória? Até quando a Guiné-Bissau se julgará dependente de quem lhe quer impor, através de eleições desadequadas, uma insustentável pulverização da legitimidade, ainda para mais contaminada por espúrios candidatos proto-totalitários?
Efervescência
As atabalhoadas declarações do ridículo Ministro dos Negócios Estrangeiros português, com quem as autoridades de facto da Guiné-Bissau não mantêm relações diplomáticas, provocaram uma autêntica roda viva de reuniões em Bissau, pela sua despropositada agressividade e pela gravidade formal das acusações implícitas, que permitem informalmente suspeitar das piores das intenções, justificando-se o alvoroço, bem como a preparação de uma resposta institucional solidária à altura das graves insinuações produzidas.
O convite ao suicídio das Forças Armadas guineenses, diabolizadas e tornadas em bode expiatório de todos os males, é um perigoso precedente, cuja corda está a ser esticada até aos limites do bom senso, sem que se percebam muito bem os objectivos que presidem a essa atitude. Descartando a hipótese de simples e grosseira estupidez pessoal do ministro envolvido (que, de qualquer forma, decerto não seria de todo despropositada), Portugal não pode tomar posturas belicistas sem consultar a Assembleia da República.
Para além da inconsequência do seu ministro, este não é um simples cidadão: no desempenho do seu cargo, obrigou o estado português com comparações temerárias, em relação a um país com o qual não tem quaisquer relações diplomáticas que possa cortar (o que se sabe ser um primeiro passo para a guerra); nessa situação, este discurso só pode ter uma leitura, que é o fabrico, de todas as peças (tentando envolver outros actores internacionais como a UE), de um casus belli, de forma a ofender a soberania alheia.
Impõem-se as palavras irritadas e abusadas de Cícero, nas suas Catalinárias:
«Até quando, Machete, abusarás da nossa paciência?»
PS Um pequeno pormenor que talvez tenha passado despercebido à maior parte dos comentadores, mas que a visualização do vídeo esclarece: apareceram, na comunicação social, duas versões concorrentes das afirmações de Machete, no seguinte ponto:
«Foi um ato muito próximo dos atos de terrorismo, portanto, que
versão 1) não tem exatamente os mesmos objetivos»
versão 2) tem exactamente os mesmos objectivos»
A maior parte dos jornalistas ouviram a versão 2, porque o ministro «comeu», quero dizer, engasgou-se, com o «não».
Um pequeno inquérito de opinião. O que acha que aconteceu neste caso:
1) Lapsus linguae
2) Acto falhado
3) Fugiu-lhe a boca para a verdade
4) Gaguez congénita
O convite ao suicídio das Forças Armadas guineenses, diabolizadas e tornadas em bode expiatório de todos os males, é um perigoso precedente, cuja corda está a ser esticada até aos limites do bom senso, sem que se percebam muito bem os objectivos que presidem a essa atitude. Descartando a hipótese de simples e grosseira estupidez pessoal do ministro envolvido (que, de qualquer forma, decerto não seria de todo despropositada), Portugal não pode tomar posturas belicistas sem consultar a Assembleia da República.
Para além da inconsequência do seu ministro, este não é um simples cidadão: no desempenho do seu cargo, obrigou o estado português com comparações temerárias, em relação a um país com o qual não tem quaisquer relações diplomáticas que possa cortar (o que se sabe ser um primeiro passo para a guerra); nessa situação, este discurso só pode ter uma leitura, que é o fabrico, de todas as peças (tentando envolver outros actores internacionais como a UE), de um casus belli, de forma a ofender a soberania alheia.
Impõem-se as palavras irritadas e abusadas de Cícero, nas suas Catalinárias:
«Até quando, Machete, abusarás da nossa paciência?»
PS Um pequeno pormenor que talvez tenha passado despercebido à maior parte dos comentadores, mas que a visualização do vídeo esclarece: apareceram, na comunicação social, duas versões concorrentes das afirmações de Machete, no seguinte ponto:
«Foi um ato muito próximo dos atos de terrorismo, portanto, que
versão 1) não tem exatamente os mesmos objetivos»
versão 2) tem exactamente os mesmos objectivos»
A maior parte dos jornalistas ouviram a versão 2, porque o ministro «comeu», quero dizer, engasgou-se, com o «não».
Um pequeno inquérito de opinião. O que acha que aconteceu neste caso:
1) Lapsus linguae
2) Acto falhado
3) Fugiu-lhe a boca para a verdade
4) Gaguez congénita
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Gato escondido com o rabo de fora
Há muito que o governo português patenteia que está apostado em fomentar um clima propiciador de uma invasão estrangeira na Guiné-Bissau. Mas que esteja a aproveitar para isso um caso ocorrido com a sua própria transportadora aérea, prejudicando os seus nacionais bem como os naturais da Guiné-Bissau vivendo em Portugal, não tem pés nem cabeça. Se a conspiração vem de longe, está a assumir contornos de idiotice e fanfarronice inimagináveis, que em nada abonam a honra de Portugal. De mãos atadas, o imprestável Ministro dos Negócios Estrangeiros português já devia ter, há muito, seguido o exemplo do seu homólogo guineense: se, como o próprio diz, não tem relações com estas autoridades, que quer fazer? Quando é que, em vez de visar o pé, como tem feito, aponta directamente à cabeça?
A insidiosa campanha contra a Guiné-Bissau parece esconder outras intenções: a presença de Cadogo na Praia já por outra vez esteve relacionada com uma suspeita actividade de conspiração do mesmo tipo. Porque razão esta obsessiva insistência no desmantelamento das Forças Armadas guineenses? Que espera Portugal ganhar com a dissolução que preconiza para o Estado guineense? Talvez fosse melhor refazerem os cálculos: mesmo que, por absurdo, conseguissem derrotar as Forças Armadas guineenses, teriam de repartir o «bolo» com a comunidade internacional, na maior das confusões; mais do que impossível, seria uma vitória de Pirro; não chega o exemplo da Líbia, que agora propagaram à Síria? (com todos os lamentáveis «danos colaterais» que pudemos ver, dando aliás origem a este «casus belli»). Haja vergonha!
A insidiosa campanha contra a Guiné-Bissau parece esconder outras intenções: a presença de Cadogo na Praia já por outra vez esteve relacionada com uma suspeita actividade de conspiração do mesmo tipo. Porque razão esta obsessiva insistência no desmantelamento das Forças Armadas guineenses? Que espera Portugal ganhar com a dissolução que preconiza para o Estado guineense? Talvez fosse melhor refazerem os cálculos: mesmo que, por absurdo, conseguissem derrotar as Forças Armadas guineenses, teriam de repartir o «bolo» com a comunidade internacional, na maior das confusões; mais do que impossível, seria uma vitória de Pirro; não chega o exemplo da Líbia, que agora propagaram à Síria? (com todos os lamentáveis «danos colaterais» que pudemos ver, dando aliás origem a este «casus belli»). Haja vergonha!
Acto de terrorismo
Segundo declarações, há pouco, de Rui Machete, o que se passou em Bissau é o equivalente a um atentado terrorista. Pena que os jornalistas engulam barbaridades destas e não peçam ao senhor ministro para esclarecer o que entende por isso. Pelos vistos, por milagre, conseguiram impedir a tempo que os 74 terroristas detonassem as suas cinturas de explosivos, no aeroporto de Lisboa. Decerto o senhor ministro tem provas concludentes do que afirma, talvez uns quilitos de explosivos (de fabrico comprovadamente guineense, claro) apreendidos na operação, que faria bem em mostrar à televisão.
Cada vez que abre a boca, senhor ministro, sai baboseira, e da grossa. Não bastavam as acusações de:
1) Tráfico de armas
2) Tráfico de drogas
3) Tráfico de orgãos humanos
4) Tráfico de refugiados
temos agora também
5) Terrorismo
A nova acusação é consubstanciada da seguinte forma:
«pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização»
claro que pouco importa o pormenor de que essa organização tenha sido uma agência de viagens, as quais, normalmente, fazem precisamente isso, cobram uma certa quantia por cabeça para facilitar uma viagem
Portanto, já estamos a ver que é, salvo erro, o novo slogan de uma campanha de marketing com o objectivo de promover o destino Portugal no estrangeiro, especialmente vocacionado para o segmento geográfico do Médio-Oriente:
«FAÇA T(ERR)URISMO EM PORTUGAL»
P.S. Não sei o que me custa mais: um acto de terrorismo ou ter de gramar com um acto de estupidez deste calibre. Agora que as coisas se estavam a acalmar e a seguir a via da normalização, por parte da TAP, estas declarações inflamatórias soaram a perfeitamente gratuitas, lançando a suspeita de que estarão em curso pressões sobre a TAP para que a companhia mantenha o cancelamento dos voos para Bissau, por razões políticas. Isso sim, poderia ser legitimamente apelidado de terrorismo de Estado para com os seus próprios concidadãos, que toma como reféns.
Cada vez que abre a boca, senhor ministro, sai baboseira, e da grossa. Não bastavam as acusações de:
1) Tráfico de armas
2) Tráfico de drogas
3) Tráfico de orgãos humanos
4) Tráfico de refugiados
temos agora também
5) Terrorismo
A nova acusação é consubstanciada da seguinte forma:
«pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização»
claro que pouco importa o pormenor de que essa organização tenha sido uma agência de viagens, as quais, normalmente, fazem precisamente isso, cobram uma certa quantia por cabeça para facilitar uma viagem
Portanto, já estamos a ver que é, salvo erro, o novo slogan de uma campanha de marketing com o objectivo de promover o destino Portugal no estrangeiro, especialmente vocacionado para o segmento geográfico do Médio-Oriente:
«FAÇA T(ERR)URISMO EM PORTUGAL»
P.S. Não sei o que me custa mais: um acto de terrorismo ou ter de gramar com um acto de estupidez deste calibre. Agora que as coisas se estavam a acalmar e a seguir a via da normalização, por parte da TAP, estas declarações inflamatórias soaram a perfeitamente gratuitas, lançando a suspeita de que estarão em curso pressões sobre a TAP para que a companhia mantenha o cancelamento dos voos para Bissau, por razões políticas. Isso sim, poderia ser legitimamente apelidado de terrorismo de Estado para com os seus próprios concidadãos, que toma como reféns.
Guarda Luandiana em Juba
Parece um nome mais adequado, preterindo «Pretoriana», pois Pretória é bem mais para Sul...
A noite de ontem foi marcada por intensas trocas de tiros, incluindo armas pesadas, em Juba, capital do Sudão do Sul, cujo presidente tem José Eduardo dos Santos por mentor e modelo do seu regime. Quando este, no fim de Julho, criou a actual situação, ao demitir o seu opositor do cargo de vice-presidente, não se esqueceu de mandar um pombo-correio a Luanda avisar pessoalmente JES (bem ao estilo do próprio). Os americanos aproveitaram para avisar logo que não era solução, que o vazio político poderia contribuir para a instabilidade no país.
Hoje, o ex-vice-presidente e opositor, obviamente imediatamente acusado de ser o promotor de tentativa de golpe de estado, declarou que o Presidente «Quer instalar uma ditadura, não ouvindo ninguém».
O padrão está a tornar-se engraçado e recorrente: Angola exporta «guardas pretorianas» para se ingerir em assuntos internos de estados (mais ou menos) soberanos... Tal como com a MISSANG (felizmente, na Guiné-Bissau, ao contrário dos outros casos, não chegou a haver tiros), ninguém tenha a ousadia de colocar em causa o humanitarismo angolano, a sua vasta experiência em mediação de conflitos: que o diga o presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Ouattara!
Besta política
Um anónimo publicou, em comentários:
Delfim da Silva é um animal político. Se alguém pensa que entrou neste governo de bandidos para corroborar a corrupção, desengane-se. Em tempos foi preso e recambiado de Moscovo para Bissau por ordem do PAIGC. O 7ze sabe porquê? Informe-se.
Ora por essa lógica, nunca deveria ter entrado para esse Governo. Não sabia no que se estava a meter? Coitadinho, tão ingénuo e cheio de boa vontade! Não se percebe é porque contribui para a confusão: se não se considera responsável, porque utiliza o «nós», isto e aquilo? Quem o oiça, parece que fala em nome de todos os guineenses... Delfim sempre teve a sua própria agenda, está a cobrar honorários e a posicionar-se, mas talvez o tiro, desta vez, lhe saia pela culatra.
A Guiné-Bissau não é nem nunca será um narco-estado.
Delfim da Silva é um animal político. Se alguém pensa que entrou neste governo de bandidos para corroborar a corrupção, desengane-se. Em tempos foi preso e recambiado de Moscovo para Bissau por ordem do PAIGC. O 7ze sabe porquê? Informe-se.
Ora por essa lógica, nunca deveria ter entrado para esse Governo. Não sabia no que se estava a meter? Coitadinho, tão ingénuo e cheio de boa vontade! Não se percebe é porque contribui para a confusão: se não se considera responsável, porque utiliza o «nós», isto e aquilo? Quem o oiça, parece que fala em nome de todos os guineenses... Delfim sempre teve a sua própria agenda, está a cobrar honorários e a posicionar-se, mas talvez o tiro, desta vez, lhe saia pela culatra.
A Guiné-Bissau não é nem nunca será um narco-estado.
Ainda a TAP
Agora pela pena de José Paulo Fafe. Ver artigo.
Afinal apurou-se a verdade, que em nada abona o sensacionalismo com que a notícia foi tratada na comunicação social portuguesa, para massacrar a Guiné-Bissau. O pior é que o massacre dura sempre mais que as notícias propriamente ditas, encartando e estimulando uma série de comentadores «bem falantes», que nunca perdem a ocasião para escarnecer e denegrir a imagem de um país, mesmo revelando, a maior parte das vezes, uma constrangedora ignorância.
É a parcialidade totalitária do «politicamente correcto», em gentinha prestes a agachar-se perante Angola, mas que se julga superior aos guineenses.
Afinal apurou-se a verdade, que em nada abona o sensacionalismo com que a notícia foi tratada na comunicação social portuguesa, para massacrar a Guiné-Bissau. O pior é que o massacre dura sempre mais que as notícias propriamente ditas, encartando e estimulando uma série de comentadores «bem falantes», que nunca perdem a ocasião para escarnecer e denegrir a imagem de um país, mesmo revelando, a maior parte das vezes, uma constrangedora ignorância.
É a parcialidade totalitária do «politicamente correcto», em gentinha prestes a agachar-se perante Angola, mas que se julga superior aos guineenses.
Voo TAP para Bissau nos Telejornais
Ouviram-se críticas, bastante «orientadas», mas também quem tenha resistido aos jornalistas e dito que essa era uma questão «diplomática», recusando-se a confirmar a «orientação» que queriam dar à questão:
RTP «_É mau para a imagem da Guiné?»
Entrevistado: «_Desculpa, não vou responder a isso»
(legendagem em português: _Vai bugiar!)
Versão
RTP
SIC
RTP «_É mau para a imagem da Guiné?»
Entrevistado: «_Desculpa, não vou responder a isso»
(legendagem em português: _Vai bugiar!)
Versão
RTP
SIC
Irresponsabilidade de Delfim
Na busca de protagonismo que se lhe conhece, o ex-ministro dos negócios estrangeiros, Delfim da Silva, fez declarações impróprias, ofensivas e injustas, relativamente ao país, rapidamente retomadas e propagadas pelos comentadores de serviço na comunicação social portuguesa.
Marcelo Rebelo de Sousa pegou nas palavras do ex-ministro, na sua conversa semanal com Judite de Sousa, na TVI, para dizer que:
1) «Portugal tem sabido lidar com habilidade com esta questão»: será, senhor Professor?
2) «O que apetece é ser radical»: o que quer dizer com isso? erradicá-los, aos guineenses?
3) «Não se pode ser radical à custa das relações com a Guiné»: quais relações?
4) «A ser verdade aquilo que diz o antigo ministro, quer dizer que a Guiné não só não é um Estado de Direito, como não é um Estado, é um estado falhado»: e Portugal, caro senhor professor, o que é? A Guiné pelo menos tem o futuro à sua frente, coisa que Portugal, com os políticos falhados que tem (a cujo rol Vocência pertence), nunca terá.
Claro que os papagaios de serviço aproveitam para editoriais insultuosos e agressivos. Como se não nos bastasse já um Filipe, eis que surge outro, com um curso incompleto de jornalismo (não chegou a passar na cadeira de higiene, etiqueta e boas maneiras), a querer dar lições de moral. Basta ler o título: «Os sanguessugas», mas veja-se a introdução, no pasquim de Negócios: «o Estado da Guiné-Bissau está podre, exala um cheiro nauseabundo»... acabando por defender o «desmantelamento das Forças Armadas».
Delfim prestou um mau serviço ao país. Se queria demitir-se, o silêncio teria sido decerto a atitude mais digna e apropriada.
Marcelo Rebelo de Sousa pegou nas palavras do ex-ministro, na sua conversa semanal com Judite de Sousa, na TVI, para dizer que:
1) «Portugal tem sabido lidar com habilidade com esta questão»: será, senhor Professor?
2) «O que apetece é ser radical»: o que quer dizer com isso? erradicá-los, aos guineenses?
3) «Não se pode ser radical à custa das relações com a Guiné»: quais relações?
4) «A ser verdade aquilo que diz o antigo ministro, quer dizer que a Guiné não só não é um Estado de Direito, como não é um Estado, é um estado falhado»: e Portugal, caro senhor professor, o que é? A Guiné pelo menos tem o futuro à sua frente, coisa que Portugal, com os políticos falhados que tem (a cujo rol Vocência pertence), nunca terá.
Claro que os papagaios de serviço aproveitam para editoriais insultuosos e agressivos. Como se não nos bastasse já um Filipe, eis que surge outro, com um curso incompleto de jornalismo (não chegou a passar na cadeira de higiene, etiqueta e boas maneiras), a querer dar lições de moral. Basta ler o título: «Os sanguessugas», mas veja-se a introdução, no pasquim de Negócios: «o Estado da Guiné-Bissau está podre, exala um cheiro nauseabundo»... acabando por defender o «desmantelamento das Forças Armadas».
Delfim prestou um mau serviço ao país. Se queria demitir-se, o silêncio teria sido decerto a atitude mais digna e apropriada.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Diplomacia particular
O governo «legítimo», que desembarcou na Praia, com vista para o continente, tem, segundo DC, mantido contactos com a TAP e o governo português... graças a esta multiplicação e convergência de esforços, é provável que a companhia aérea portuguesa retome sem delongas os voos para Bissau, dando por encerrado este lamentável equívoco.
Banana esteves
O Público publicou em Opinião um desconhecido, assinando Pedro Esteves, pseudo-intelectual pomposamente auto-intitulado de «analista», o qual, sem ter a boa educação de se apresentar, debita uma série de banalidades copiadas das piores fontes de lugares comuns acerca da Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau não foi nem nunca será um Narco-Estado! Isso não começou nem se agravou (pelo contrário, aliás) com o 12 de Abril. «É tempo de concertar posições e tomar medidas imediatas de isolamento e sancionamento»? Esteve, Pedro, desatento, nos últimos tempos... Vá informar-se.
Já conhecemos este discurso de cor e salteado. Não vale a pena servi-lo por pretextos menores (para não dizer inexistentes). Ou produz um pouco de sumo, apresentando um mínimo de consistência, ou os editores do Público deveriam rejeitar este género de lixo. Ó Estebes, bá ... postas de pescada para outro lado.
A Guiné-Bissau não foi nem nunca será um Narco-Estado! Isso não começou nem se agravou (pelo contrário, aliás) com o 12 de Abril. «É tempo de concertar posições e tomar medidas imediatas de isolamento e sancionamento»? Esteve, Pedro, desatento, nos últimos tempos... Vá informar-se.
Já conhecemos este discurso de cor e salteado. Não vale a pena servi-lo por pretextos menores (para não dizer inexistentes). Ou produz um pouco de sumo, apresentando um mínimo de consistência, ou os editores do Público deveriam rejeitar este género de lixo. Ó Estebes, bá ... postas de pescada para outro lado.
TAP reconsidera
Parabéns à TAP por ter começado a corrigir o tiro: por aí se vê que toda a visibilidade dada ao caso Airplane People e a extemporânea medida de suspensão do voo adoptada tinham sido desnecessárias, se tivessem deixado o SEF fazer calmamente o seu trabalho, na recepção já no chão, concentrando-se na sua vocação de transportadores. Pois, a menos que os comandantes da companhia tenham delegação de competências do SEF, atitudes deslocadas como a ocorrida em Bissau configuram apenas excesso de zelo.
A medida proposta, de apresentação de um visto válido para o Espaço europeu no acto da venda do bilhete, vem resolver tranquilamente a «tempestade num copo de água» que desencadearam. O melhor é anunciarem já a retomada dos voos para Bissau, nas novas condições. Um pouco de senso comum e de espírito prático resolveram o «bicho de 7 cabeças» que criaram.
A medida proposta, de apresentação de um visto válido para o Espaço europeu no acto da venda do bilhete, vem resolver tranquilamente a «tempestade num copo de água» que desencadearam. O melhor é anunciarem já a retomada dos voos para Bissau, nas novas condições. Um pouco de senso comum e de espírito prático resolveram o «bicho de 7 cabeças» que criaram.
El fim de delfim
O Ministro dos Negócios Estrangeiros guineense apresenta a demissão, exclusivo do Umaro. A quebra de solidariedade com o Governo justifica-o, tendo caído mal a sua infeliz prestação no caso do «Airplane People». A sua vocação para um protagonismo da «mediação» não favorece a presença no governo actual. Deveria ter aprendido a lição, quando o Presidente da República o mandou chamar ao Palácio por ter querido colocar paninhos quentes no caso dos polícias cabo-verdeanos. As suas manobras divisionistas no seio do governo não surtiram a solidariedade desejada, saindo sozinho...
Portugal reconhece que precisa da Guiné-Bissau
1) O Presidente da República, em Portugal, ao contrário do caso de França, por exemplo, não tem competências na área dos Negócios Estrangeiros.
2) Portugal não reconhece a Guiné-Bissau como Estado independente, vai para dois anos parado no tempo
A que propósito vem portanto a declaração de Cavaco Silva? Responsabilidades sobre uma viagem em grupo? Deve ser para rir. Responsabilidades tem o governo português, que, numa inqualificável atitude, tem vindo a perseguir e a prejudicar sistematicamente a Guiné-Bissau no palco internacional. A que autoridades estará Cavaco Silva a dirigir-se? Será que não conhece a posição oficial do seu país?
O encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa deveria declinar «diplomaticamente» qualquer convite posterior para se deslocar ao MNE a esse pretexto, significando ser o «negócio» matéria que o transcende, remetendo para futura acreditação de um embaixador, tais assuntos mais melindrosos.
O problema foi Portugal que o criou, ao cortar as relações com um país de língua portuguesa, onde possui uma importante comunidade, mantendo essa atitude para além do inimaginável, apenas por causa de uma «birra» infantil de um mentecapto do actual governo. Não queiram agora empurrar as culpas.
P.S. Se não fosse pedir muito, o senhor presidente poderia falar, isso sim, em termos genéricos, da catástrofe humanitária provocada pelos agitadores americanos, ingleses e franceses na Síria, que acaba por dar origem a estes tristes e lamentáveis casos para a dignidade humana. Congratular-se por terem escolhido Portugal, tão longe da sua origem (com a Grécia ali tão perto) e já agora, pelo jovem português de origem síria que veio selar este benefício de refúgio, que prestigia Portugal. Utilizar este caso, perante a Europa, para chamar a atenção para a tragédia que vive o povo sírio. Essa seria uma atitude humana, mas também inteligente, que prestigiaria a sua função, que gostaríamos de ter por nobre.
2) Portugal não reconhece a Guiné-Bissau como Estado independente, vai para dois anos parado no tempo
A que propósito vem portanto a declaração de Cavaco Silva? Responsabilidades sobre uma viagem em grupo? Deve ser para rir. Responsabilidades tem o governo português, que, numa inqualificável atitude, tem vindo a perseguir e a prejudicar sistematicamente a Guiné-Bissau no palco internacional. A que autoridades estará Cavaco Silva a dirigir-se? Será que não conhece a posição oficial do seu país?
O encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa deveria declinar «diplomaticamente» qualquer convite posterior para se deslocar ao MNE a esse pretexto, significando ser o «negócio» matéria que o transcende, remetendo para futura acreditação de um embaixador, tais assuntos mais melindrosos.
O problema foi Portugal que o criou, ao cortar as relações com um país de língua portuguesa, onde possui uma importante comunidade, mantendo essa atitude para além do inimaginável, apenas por causa de uma «birra» infantil de um mentecapto do actual governo. Não queiram agora empurrar as culpas.
P.S. Se não fosse pedir muito, o senhor presidente poderia falar, isso sim, em termos genéricos, da catástrofe humanitária provocada pelos agitadores americanos, ingleses e franceses na Síria, que acaba por dar origem a estes tristes e lamentáveis casos para a dignidade humana. Congratular-se por terem escolhido Portugal, tão longe da sua origem (com a Grécia ali tão perto) e já agora, pelo jovem português de origem síria que veio selar este benefício de refúgio, que prestigia Portugal. Utilizar este caso, perante a Europa, para chamar a atenção para a tragédia que vive o povo sírio. Essa seria uma atitude humana, mas também inteligente, que prestigiaria a sua função, que gostaríamos de ter por nobre.
Ainda a TAP
A morte de Mandela fez-me lembrar o «apartheid»: que achariam se, depois de subir no autocarro, o motorista cobrasse bilhete e depois vos expulsasse, dizendo que o autocarro era apenas para boers? Então dissesse antes de cobrar o bilhete, ora essa! A TAP é uma transportadora. Não quer transportar, não venda os bilhetes. Ou os bilhetes também eram falsos?
Quanto à diabolização subliminar da Guiné-Bissau na comunicação social portuguesa: mais um caso de «passaportes falsos», de «desordem», etc... vamos-nos habituando às injustiças. Mas quererem à força arranjar um bode expiatório, permite-nos questionar: os referidos «turcos» saíram da Turquia (um país em vias de aderir à União Europeia), com esses mesmos passaportes «grosseiramente falsificados», para Marrocos, e só depois para Bissau: porque não agridem esses países, por «quebras graves de segurança»? Não têm cá embaixadores? Chamem-nos... criem incidentes diplomáticos... (ou há países de primeira e países de segunda?) para a Guiné-Bissau pode seguir o «lixo» todo (deviam ter mais cuidado com os discursos pois estamos a falar de pessoas!) que ninguém se importa, mas os turistas escolhem um «destino de prestígio» e cai o Carmo e a Trindade. E não estamos a falar de desgraçados, mas de gente que pode pagar (segundo as más línguas, vinte e cinco mil dólares per capita só do «carimbo» Bissau no passaporte «falso»). Para um país que agora vende Vistos «Gold», não se percebe qual é a moralidade, ou sequer qual a sensibilidade «económica».
Já quanto a Delfim da Silva, não se percebe porque foi a correr pedir desculpa aos portugueses. Quererá imitar o modelo do triste ministro dos negócios estrangeiros português? E esse encarregado de negócios é uma pessoa importante (muito acima de embaixador): priva muito em particular com ambos os MNEs!
Como português sinto-me beneficiado com o nascimento da criança de origem síria, em Portugal; com o défice de natalidade que por cá grassa (e tantas casas desocupadas para alojamento), talvez se devesse agradecer a estes pioneiros, e fazer uma proposta mais alargada aos sírios, entregando-lhes aldeias inteiras para restaurar... Quando voltassem ao seu país, acalmadas as coisas, deixariam os locais beneficiados. É gente que não precisa de muito e ficarão muito agradecidos... E já, agora, deixem-se de histórias de terrorismos muçulmanos (estes sírios são cristãos), e de generalizações abusivas, é só gente que pretende um pouco de paz, que não tem no seu país (se calhar devido à ingerência estrangeira).
Quanto à diabolização subliminar da Guiné-Bissau na comunicação social portuguesa: mais um caso de «passaportes falsos», de «desordem», etc... vamos-nos habituando às injustiças. Mas quererem à força arranjar um bode expiatório, permite-nos questionar: os referidos «turcos» saíram da Turquia (um país em vias de aderir à União Europeia), com esses mesmos passaportes «grosseiramente falsificados», para Marrocos, e só depois para Bissau: porque não agridem esses países, por «quebras graves de segurança»? Não têm cá embaixadores? Chamem-nos... criem incidentes diplomáticos... (ou há países de primeira e países de segunda?) para a Guiné-Bissau pode seguir o «lixo» todo (deviam ter mais cuidado com os discursos pois estamos a falar de pessoas!) que ninguém se importa, mas os turistas escolhem um «destino de prestígio» e cai o Carmo e a Trindade. E não estamos a falar de desgraçados, mas de gente que pode pagar (segundo as más línguas, vinte e cinco mil dólares per capita só do «carimbo» Bissau no passaporte «falso»). Para um país que agora vende Vistos «Gold», não se percebe qual é a moralidade, ou sequer qual a sensibilidade «económica».
Já quanto a Delfim da Silva, não se percebe porque foi a correr pedir desculpa aos portugueses. Quererá imitar o modelo do triste ministro dos negócios estrangeiros português? E esse encarregado de negócios é uma pessoa importante (muito acima de embaixador): priva muito em particular com ambos os MNEs!
Como português sinto-me beneficiado com o nascimento da criança de origem síria, em Portugal; com o défice de natalidade que por cá grassa (e tantas casas desocupadas para alojamento), talvez se devesse agradecer a estes pioneiros, e fazer uma proposta mais alargada aos sírios, entregando-lhes aldeias inteiras para restaurar... Quando voltassem ao seu país, acalmadas as coisas, deixariam os locais beneficiados. É gente que não precisa de muito e ficarão muito agradecidos... E já, agora, deixem-se de histórias de terrorismos muçulmanos (estes sírios são cristãos), e de generalizações abusivas, é só gente que pretende um pouco de paz, que não tem no seu país (se calhar devido à ingerência estrangeira).
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Inconsistente mor
A decisão do Governo português de cancelar os voos da TAP para Bissau, na sequência de um incidente com refugiados sírios, poderia ser classificada de tiro no pé (prejudicar a sua própria companhia aérea nacional, bem como a sua comunidade residente no país) não fosse o facto de o Ministro dos Negócios Estrangeiros português ter, uma vez mais, posto a pata na poça, misturando alhos com bugalhos.
O que tem a ver o diferendo (pouco) «diplomático» com Bissau com o facto de a Europa ser um destino apetecível para os coitados dos refugiados sírios, que apenas pretendem fugir à guerra? Se estes pretendem fazer turismo em Portugal e optaram por um percurso mais confortável do que os tristes e infames boat people de Lampedusa, como podem classificar o caso como «grave incidente diplomático»?
Não se compreende o problema da TAP. Não venderam os bilhetes? Ou eles ficaram a dever? E talvez o Ministro devesse consultar os Direitos Humanos, nomeadamente o de asilo. Aos sírios, talvez se pudesse recomendar a instalação em Bissau, até que a situação no seu país acalme, face à má vontade e insensibilidade do Governo português, mesmo perante os casos das crianças e de uma grávida.
Mas leia-se a pérola de Rui Machete: «o ministério de Rui Machete afirma, em comunicado, que o encarregado de negócios da Guiné-Bissau "foi chamado" ao ministério dos Negócios Estrangeiros, "tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", uma das "medidas no campo diplomático" que o Governo português "encetou desde o primeiro momento"». Discurso chocho e oco. Não quer dizer nada.
Mas dá para perceber algumas coisas:
1) O MNE, embora não reconhecendo as autoridades de facto na Guiné-Bissau (não se coibindo de o lembrar nestes comunicados, lembrando aos seus cidadãos para evitarem viajar para lá, esquecendo todos aqueles que têm lá vida), «chama» ao Ministério o encarregado de negócios (que não pode ser confundido com um embaixador)
2) Gravidade do ocorrido? Só se for nas suas fracas cabecinhas: o problema é de Portugal, que foi o destino escolhido. Não reconhecem a Guiné-Bissau, perseguem as suas autoridades por todos os meios e vêm falar em «gravidade» do ocorrido? Nem a brincar! E agora, que sugerem? Vão redigir um ultimato a quem não reconhecem?
3) O texto torna-se depois completamente incompreensível: «medidas no campo diplomático»? que o Governo «encetou desde o primeiro momento»? Pois, pois, já se sabe: logo no dia 12 de Abril do ano passado, ficou tomada, essa medida; agora não há mais... Colocam a descoberto a própria incompetência e inconsistência...
O que tem a ver o diferendo (pouco) «diplomático» com Bissau com o facto de a Europa ser um destino apetecível para os coitados dos refugiados sírios, que apenas pretendem fugir à guerra? Se estes pretendem fazer turismo em Portugal e optaram por um percurso mais confortável do que os tristes e infames boat people de Lampedusa, como podem classificar o caso como «grave incidente diplomático»?
Não se compreende o problema da TAP. Não venderam os bilhetes? Ou eles ficaram a dever? E talvez o Ministro devesse consultar os Direitos Humanos, nomeadamente o de asilo. Aos sírios, talvez se pudesse recomendar a instalação em Bissau, até que a situação no seu país acalme, face à má vontade e insensibilidade do Governo português, mesmo perante os casos das crianças e de uma grávida.
Mas leia-se a pérola de Rui Machete: «o ministério de Rui Machete afirma, em comunicado, que o encarregado de negócios da Guiné-Bissau "foi chamado" ao ministério dos Negócios Estrangeiros, "tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", uma das "medidas no campo diplomático" que o Governo português "encetou desde o primeiro momento"». Discurso chocho e oco. Não quer dizer nada.
Mas dá para perceber algumas coisas:
1) O MNE, embora não reconhecendo as autoridades de facto na Guiné-Bissau (não se coibindo de o lembrar nestes comunicados, lembrando aos seus cidadãos para evitarem viajar para lá, esquecendo todos aqueles que têm lá vida), «chama» ao Ministério o encarregado de negócios (que não pode ser confundido com um embaixador)
2) Gravidade do ocorrido? Só se for nas suas fracas cabecinhas: o problema é de Portugal, que foi o destino escolhido. Não reconhecem a Guiné-Bissau, perseguem as suas autoridades por todos os meios e vêm falar em «gravidade» do ocorrido? Nem a brincar! E agora, que sugerem? Vão redigir um ultimato a quem não reconhecem?
3) O texto torna-se depois completamente incompreensível: «medidas no campo diplomático»? que o Governo «encetou desde o primeiro momento»? Pois, pois, já se sabe: logo no dia 12 de Abril do ano passado, ficou tomada, essa medida; agora não há mais... Colocam a descoberto a própria incompetência e inconsistência...
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Guiné-Bissau em Nº1
Nem tudo é mau: numa coisa a Guiné-Bissau lidera destacada! Com os apelos ao boicote do recenseamento, associados à multiplicação das candidaturas, a Guiné assume-se claramente como recordista no rácio candidatos/eleitores... Brevemente 1 para 1: empate em toda a linha; mil eleitores dificilmente «qualificados» votaram em si próprios... registando-se um empate a 1000-1000. Mil eleitores com um voto. Como desempatar?
Num país com apenas um milhão de potenciais eleitores e um boletim de voto retro-verso, no qual é precisa meia-hora para encontrar a foto/logo correspondente à intenção de voto, tudo pode acontecer. Não há «re»censeamentos, porque os «censos» foram apagados, não dá para «re»censear, há que, com pouco senso, registar tudo de novo, com todos os «defeitos» (as omissões) e «proveitos» (as redundâncias) que isso implica.
O boicote promovido pela Ditadura faz todo o sentido. Cada candidato que vote em si próprio: esse é o melhor elogio possível da democracia. O actual processo de recenseamento e o (in)consequente processo eleitoral encontra-se definitivamente desacreditado. Há que inventar um novo «boneco», mais consensual. Com senso ou sem senso, o figurino volta «à casa de partida», a responsabilidade retorna a quem criou o caso: U broke it, U own it.
Num país com apenas um milhão de potenciais eleitores e um boletim de voto retro-verso, no qual é precisa meia-hora para encontrar a foto/logo correspondente à intenção de voto, tudo pode acontecer. Não há «re»censeamentos, porque os «censos» foram apagados, não dá para «re»censear, há que, com pouco senso, registar tudo de novo, com todos os «defeitos» (as omissões) e «proveitos» (as redundâncias) que isso implica.
O boicote promovido pela Ditadura faz todo o sentido. Cada candidato que vote em si próprio: esse é o melhor elogio possível da democracia. O actual processo de recenseamento e o (in)consequente processo eleitoral encontra-se definitivamente desacreditado. Há que inventar um novo «boneco», mais consensual. Com senso ou sem senso, o figurino volta «à casa de partida», a responsabilidade retorna a quem criou o caso: U broke it, U own it.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Conselho de Segurança modera discurso
Grandes diferenças se podem encontrar no documento final emanado hoje do Conselho de Segurança, em relação ao «rascunho» (draft) divulgado há três dias atrás.
O proposta falava ostensivamente de reforço da ECOMIB, fazendo apelos aos vários parceiros para esse efeito, especificando um total de 300 homens de duas unidades de polícia formada para o efeito... Daba, quando apresentou os farsantes do BMW, no fim de Novembro, aproveitou para manifestar desconforto perante essa intenção da CEDEAO. Nada disso aparece na versão final do Conselho de Segurança, com uma redacção bem mais comedida e adequada.
Também o último parágrafo, que condicionava o restabelecimento de relações e o reconhecimento internacional (através da Comissão que António Patriota preside) à tomada de posse de um governo democraticamente eleito (conforme proposta do ex-ministro brasileiro), não passou: uma oposição cerrada do Ruanda e de Marrocos impuseram uma expressão bem mais feliz: «assim que estiverem reunidas as condições necessárias». Ler estes bastidores.
Parabéns à Organização pelo bom senso
O proposta falava ostensivamente de reforço da ECOMIB, fazendo apelos aos vários parceiros para esse efeito, especificando um total de 300 homens de duas unidades de polícia formada para o efeito... Daba, quando apresentou os farsantes do BMW, no fim de Novembro, aproveitou para manifestar desconforto perante essa intenção da CEDEAO. Nada disso aparece na versão final do Conselho de Segurança, com uma redacção bem mais comedida e adequada.
Também o último parágrafo, que condicionava o restabelecimento de relações e o reconhecimento internacional (através da Comissão que António Patriota preside) à tomada de posse de um governo democraticamente eleito (conforme proposta do ex-ministro brasileiro), não passou: uma oposição cerrada do Ruanda e de Marrocos impuseram uma expressão bem mais feliz: «assim que estiverem reunidas as condições necessárias». Ler estes bastidores.
Parabéns à Organização pelo bom senso
7ze: (10a)Conselho esta medida
O Conselho de Segurança parece apostado em confirmar a sua incompetência, associada a uma pertinaz tendência para «promulgar» conselhos desadequados, deslocados, inoportunos e ineficazes, ao fazer pender «recomendações» tendenciosas sobre organizações sub-regionais.
Cumpram-se os acordos assinados, evacuando, como previsto, a ECOMIB, até ao fim do ano. Para que servem estes apelos patéticos ofendendo as Forças Armadas guineenses, na sua capacidade para manter a ordem pública e acautelar a integridade territorial e soberania nacional?
Esse era o melhor conselho de segurança que poderiam dar à Guiné-Bissau: resolvam os vossos problemas sem interferências estrangeiras.
Onde é o Bangui-Bangui? Não me parece que seja bem aqui...
Cumpram-se os acordos assinados, evacuando, como previsto, a ECOMIB, até ao fim do ano. Para que servem estes apelos patéticos ofendendo as Forças Armadas guineenses, na sua capacidade para manter a ordem pública e acautelar a integridade territorial e soberania nacional?
Esse era o melhor conselho de segurança que poderiam dar à Guiné-Bissau: resolvam os vossos problemas sem interferências estrangeiras.
Onde é o Bangui-Bangui? Não me parece que seja bem aqui...
Pulverização da legitimidade
Os factos, recentes e menos recentes, mostram, sem margens para dúvidas, que nenhum candidato ou partido, conseguirá reunir de início, força ou adesão suficiente, que possam legitimar a sua ascensão ao poder. Onde está a reflexão política, a ideologia, onde estão os projectos para o país? O acto eleitoral vai desdobrar-se em vãs querelas e intrigas tendo exclusivamente por base a mais pura demagogia...
E não há que tentar fazer das Forças Armadas o bode expiatório para todos os males. O mal, como o porta-voz do Comando Militar já teve oportunidade para evidenciar, é bem mais profundo, tem a ver com todo o mal estar que a mediocridade da mentalidade política gerou ao longo dos anos. A Guiné-Bissau encontra-se numa encruzilhada e esse caminho está mais que gasto, valerá a pena voltar a optar pelo beco?
Em vez de perder ingloriamente tempo, dispersando todas essas forças anímicas, em inúmeros conflitos e frentes sem qualquer nexo com a realidade, exacerbando tensões até ao limite do tolerável, arriscando inutilmente tensões artificiais, num contexto económico e social já de si muito complicado, seria porventura mais útil e refrescante alguma iniciativa séria e sustentável de convergência nacional.
Poderosas forças de dispersão, potencialmente explosivas, estão à espreita. É a nacionalidade que está em causa: a capacidade para encontrar um modelo de governança adequado, que garanta estabilidade e previsibilidade. Para isso será necessário algum género de «entrega» (aqui sinónimo de legitimidade), capacidade para acreditar em propostas substanciais, mesmo que aparentem a sua quota parte de utopia.
Neste contexto, julgo importante considerar factores mentais importantes a trabalhar, em prol de uma nova e mais dinâmica conjuntura:
1) Necessidade de neutralizar o «potencial» de ambição de poder «político» e substituí-lo pelo conceito republicano de «serviço» público
2) Respeito em torno de uma hierarquia tecnocrata e pessoalmente responsável por um projecto nacional bem definido e transparente
3) Empenho das Forças Armadas, como pilar da soberania e independência, numa aposta consistente de progresso nacional
E não há que tentar fazer das Forças Armadas o bode expiatório para todos os males. O mal, como o porta-voz do Comando Militar já teve oportunidade para evidenciar, é bem mais profundo, tem a ver com todo o mal estar que a mediocridade da mentalidade política gerou ao longo dos anos. A Guiné-Bissau encontra-se numa encruzilhada e esse caminho está mais que gasto, valerá a pena voltar a optar pelo beco?
Em vez de perder ingloriamente tempo, dispersando todas essas forças anímicas, em inúmeros conflitos e frentes sem qualquer nexo com a realidade, exacerbando tensões até ao limite do tolerável, arriscando inutilmente tensões artificiais, num contexto económico e social já de si muito complicado, seria porventura mais útil e refrescante alguma iniciativa séria e sustentável de convergência nacional.
Poderosas forças de dispersão, potencialmente explosivas, estão à espreita. É a nacionalidade que está em causa: a capacidade para encontrar um modelo de governança adequado, que garanta estabilidade e previsibilidade. Para isso será necessário algum género de «entrega» (aqui sinónimo de legitimidade), capacidade para acreditar em propostas substanciais, mesmo que aparentem a sua quota parte de utopia.
Neste contexto, julgo importante considerar factores mentais importantes a trabalhar, em prol de uma nova e mais dinâmica conjuntura:
1) Necessidade de neutralizar o «potencial» de ambição de poder «político» e substituí-lo pelo conceito republicano de «serviço» público
2) Respeito em torno de uma hierarquia tecnocrata e pessoalmente responsável por um projecto nacional bem definido e transparente
3) Empenho das Forças Armadas, como pilar da soberania e independência, numa aposta consistente de progresso nacional
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Equilíbrio rompido
A candidatura de Kumba Yalá é claramente inoportuna. Destituído por um contra-golpe de Estado (oposição ao golpe do presidente na respeitabilidade do Estado), a concretizar-se a sua intenção de concorrer às eleições presidenciais, vem acirrar os ânimos e lembrar momentos do passado que todos gostariam que estivessem definitivamente enterrados.
Além disso, a partir desse momento, legitima claramente Carlos Gomes Junior, igualmente deposto por um contra-golpe, a voltar à Guiné, com o mesmo objectivo. E este, ou o faz já, voltando tempestivamente a Bissau, ou terá perdido definitivamente o «comboio» destas eleições. O confronto, que nada oferece de novo, não interessa à Guiné.
PS Pudessem os dois tirar algum proveito do caminho que mostrou Nelson Mandela, dariam um exemplo pedagógico de abandono.
Além disso, a partir desse momento, legitima claramente Carlos Gomes Junior, igualmente deposto por um contra-golpe, a voltar à Guiné, com o mesmo objectivo. E este, ou o faz já, voltando tempestivamente a Bissau, ou terá perdido definitivamente o «comboio» destas eleições. O confronto, que nada oferece de novo, não interessa à Guiné.
PS Pudessem os dois tirar algum proveito do caminho que mostrou Nelson Mandela, dariam um exemplo pedagógico de abandono.
Obrigado, Madiba
Numa redundância plenamente justificada, os blogs da rede guineense de informações publicaram a notícia da morte de Nelson Mandela, acompanhada de comentários e resumos da sua obra e feitos.
Pela parte de Angola, as condolências, desta vez, não vieram da Presidência da República. Foram enviadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. É que «o grande exemplo» não se adapta propriamente a Angola...
Mandela, depois de conquistar, com toda a legitimidade, o poder (o que não foi o caso de José Eduardo dos Santos); soube abandoná-lo, no cume da sua popularidade, deixando o palco aos mais novos (coisa que José Eduardo dos Santos, pelos vistos, também não consegue).
Lutava «contra a dominação branca e contra a dominação negra». Ver Ordidja, link à direita.
Também neste campo, o modelo angolano introduziu uma grave e perniciosa distinção: entre os extremamente ricos (estilo autocrata, arrogante e vaidoso), os seus escravos brancos (maioritariamente portugueses: embora mesmo esses - se bem que finjam que não - acabem por desprezar os seus «donos»), e o resto (a imensa maioria) da população, que vive abaixo de cão.
A morte de Mandela justifica uma reflexão profunda e consistente sobre a sua coragem e exemplo.
***********************
Comprar a tela de Nelson Mandela, na loja do 7ze.
Pela parte de Angola, as condolências, desta vez, não vieram da Presidência da República. Foram enviadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. É que «o grande exemplo» não se adapta propriamente a Angola...
Mandela, depois de conquistar, com toda a legitimidade, o poder (o que não foi o caso de José Eduardo dos Santos); soube abandoná-lo, no cume da sua popularidade, deixando o palco aos mais novos (coisa que José Eduardo dos Santos, pelos vistos, também não consegue).
Lutava «contra a dominação branca e contra a dominação negra». Ver Ordidja, link à direita.
Também neste campo, o modelo angolano introduziu uma grave e perniciosa distinção: entre os extremamente ricos (estilo autocrata, arrogante e vaidoso), os seus escravos brancos (maioritariamente portugueses: embora mesmo esses - se bem que finjam que não - acabem por desprezar os seus «donos»), e o resto (a imensa maioria) da população, que vive abaixo de cão.
A morte de Mandela justifica uma reflexão profunda e consistente sobre a sua coragem e exemplo.
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Comprar a tela de Nelson Mandela, na loja do 7ze.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Está na hora
De sentar à mesma mesa!
Obrigado Anónimo, em opinião publicada pelos irmãos balantas.
Obrigado, Dra Carmelita Pires, pelo realce dado às palavras do Bispo e Reitor da UMB.
Obrigado Anónimo, em opinião publicada pelos irmãos balantas.
Obrigado, Dra Carmelita Pires, pelo realce dado às palavras do Bispo e Reitor da UMB.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
A atónico e sem acento
Desculpem o pleonasmo, apenas para defender o nome correcto do escritor Abdulai Sila, que alguns continuam recorrente e erradamente (e ao contrário da vontade já expressa pelo escritor de deixar cair o acento tónico) a tratar por Silá. Não basta fazer elogios: há que lê-lo, e respeitar a sua identidade e opções.
Sucessão de sucesso?
Angola parece estar a ser dirigida por um Directório da guarda pretoriana de José Eduardo dos Santos, em resposta a uma ausência prolongada do Presidente. O «modelo» político do culto da personalidade tende forçosamente a ser colocado em causa face à certeza da condição humana do seu objecto (e sua inevitável mortalidade).
Parece ter-se criado, neste «folhetim» macabro, um ambiente de cumplicidade, por parte de muitos países (com destaque para Portugal) quanto à manutenção no poder das «relíquias» da repressão, «a bem» de uma pretensa estabilidade do regime, destinada a evitar «convulsões» que coloquem em causa a actividade económica.
A oposição parece disposta a abandonar o Parlamento em bloco, deixando o MPLA a falar sozinho. Por outro lado, o Directório parece preparar-se para ignorar o MPLA na questão da sucessão. A mensagem de condolências às famílias das vítimas do acidente de aviação, por parte do Presidente, soa um pouco a falso e hipócrita.
A menos que na altura estivesse inconsciente, não se ouviu qualquer mensagem de condolências à vítima dos excessos de zelo dos seus serviços de segurança pessoais. Não se tendo pronunciado sobre mortes que poderiam ter sido evitadas, pelas quais é, em última instância, responsável, deveria ter mantido o silêncio externo.
Essa mensagem aparenta mais uma tentativa para ganhar tempo, para fazer frente à pressão das notícias que ultimamente sugerem um estado terminal. A sucessão arrisca-se a configurar uma partilha necrófaga dos despojos de poder; será ilegítima, de pouca duração e mesmo perigosa, se não envolver todos os angolanos.
Parece ter-se criado, neste «folhetim» macabro, um ambiente de cumplicidade, por parte de muitos países (com destaque para Portugal) quanto à manutenção no poder das «relíquias» da repressão, «a bem» de uma pretensa estabilidade do regime, destinada a evitar «convulsões» que coloquem em causa a actividade económica.
A oposição parece disposta a abandonar o Parlamento em bloco, deixando o MPLA a falar sozinho. Por outro lado, o Directório parece preparar-se para ignorar o MPLA na questão da sucessão. A mensagem de condolências às famílias das vítimas do acidente de aviação, por parte do Presidente, soa um pouco a falso e hipócrita.
A menos que na altura estivesse inconsciente, não se ouviu qualquer mensagem de condolências à vítima dos excessos de zelo dos seus serviços de segurança pessoais. Não se tendo pronunciado sobre mortes que poderiam ter sido evitadas, pelas quais é, em última instância, responsável, deveria ter mantido o silêncio externo.
Essa mensagem aparenta mais uma tentativa para ganhar tempo, para fazer frente à pressão das notícias que ultimamente sugerem um estado terminal. A sucessão arrisca-se a configurar uma partilha necrófaga dos despojos de poder; será ilegítima, de pouca duração e mesmo perigosa, se não envolver todos os angolanos.