A noite de ontem foi marcada por intensas trocas de tiros, incluindo armas pesadas, em Juba, capital do Sudão do Sul, cujo presidente tem José Eduardo dos Santos por mentor e modelo do seu regime. Quando este, no fim de Julho, criou a actual situação, ao demitir o seu opositor do cargo de vice-presidente, não se esqueceu de mandar um pombo-correio a Luanda avisar pessoalmente JES (bem ao estilo do próprio). Os americanos aproveitaram para avisar logo que não era solução, que o vazio político poderia contribuir para a instabilidade no país.
Hoje, o ex-vice-presidente e opositor, obviamente imediatamente acusado de ser o promotor de tentativa de golpe de estado, declarou que o Presidente «Quer instalar uma ditadura, não ouvindo ninguém».
O padrão está a tornar-se engraçado e recorrente: Angola exporta «guardas pretorianas» para se ingerir em assuntos internos de estados (mais ou menos) soberanos... Tal como com a MISSANG (felizmente, na Guiné-Bissau, ao contrário dos outros casos, não chegou a haver tiros), ninguém tenha a ousadia de colocar em causa o humanitarismo angolano, a sua vasta experiência em mediação de conflitos: que o diga o presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Ouattara!
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