Há muito que o governo português patenteia que está apostado em fomentar um clima propiciador de uma invasão estrangeira na Guiné-Bissau. Mas que esteja a aproveitar para isso um caso ocorrido com a sua própria transportadora aérea, prejudicando os seus nacionais bem como os naturais da Guiné-Bissau vivendo em Portugal, não tem pés nem cabeça. Se a conspiração vem de longe, está a assumir contornos de idiotice e fanfarronice inimagináveis, que em nada abonam a honra de Portugal. De mãos atadas, o imprestável Ministro dos Negócios Estrangeiros português já devia ter, há muito, seguido o exemplo do seu homólogo guineense: se, como o próprio diz, não tem relações com estas autoridades, que quer fazer? Quando é que, em vez de visar o pé, como tem feito, aponta directamente à cabeça?
A insidiosa campanha contra a Guiné-Bissau parece esconder outras intenções: a presença de Cadogo na Praia já por outra vez esteve relacionada com uma suspeita actividade de conspiração do mesmo tipo. Porque razão esta obsessiva insistência no desmantelamento das Forças Armadas guineenses? Que espera Portugal ganhar com a dissolução que preconiza para o Estado guineense? Talvez fosse melhor refazerem os cálculos: mesmo que, por absurdo, conseguissem derrotar as Forças Armadas guineenses, teriam de repartir o «bolo» com a comunidade internacional, na maior das confusões; mais do que impossível, seria uma vitória de Pirro; não chega o exemplo da Líbia, que agora propagaram à Síria? (com todos os lamentáveis «danos colaterais» que pudemos ver, dando aliás origem a este «casus belli»). Haja vergonha!
Há 4 minutos
2 comentários:
M.D.M.
Nada, mas nada mesmo denigre ou conspira contra os interesses do povo guineense, mais do que o comportamento vil e criminoso dos militares e políticos golpistas e o governo de corruptos, incompetentes e malandro instalado pela CEDEAO em Bissau.
É impressionante a postura de certos blogueiros que se consideram ultra nacionalistas, que não emitem um pio diante das atrocidades, espancamentos e matanças que os golpistas estão perpetrando no País, verdadeiro fator que denegri a imagem da Guiné, mas se levantam com toda a euforia contra qualquer coisa que possa manchar a imagem dos golpistas.
E pior, tentam confundir a cabeça dos menos avisados de que a reação contra o governo e os militares golpistas é um a reação contra o povo da Guiné. O povo da Guiné não se vê representado nas ações deste bando de criminosos, pelo que não se associa a eles, como pretendem fazer acreditar certos blogueiros.
Caro MDM
Apenas para corrigir uma pequena imprecisão: ao contrário do que diz, não foi a CEDEAO que instalou os «golpistas» em Bissau, mas sim os contra-golpistas que instalaram a CEDEAO em Bissau, para contrabalançar as ameaças da CPLP. É a diferença (independentemente de tudo o resto) entre ser independente, com umas Forças Armadas soberanas e respeitadas, e a dissolução nacional, a que parecem querer conduzir alguns adeptos da invasão estrangeira.
E é sabido que quando os países são ofendidos na sua honra e soberania, o nacionalismo tende a exacerbar-se: trata-se de um mecanismo de auto-defesa social.
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