Segundo declarações, há pouco, de Rui Machete, o que se passou em Bissau é o equivalente a um atentado terrorista. Pena que os jornalistas engulam barbaridades destas e não peçam ao senhor ministro para esclarecer o que entende por isso. Pelos vistos, por milagre, conseguiram impedir a tempo que os 74 terroristas detonassem as suas cinturas de explosivos, no aeroporto de Lisboa. Decerto o senhor ministro tem provas concludentes do que afirma, talvez uns quilitos de explosivos (de fabrico comprovadamente guineense, claro) apreendidos na operação, que faria bem em mostrar à televisão.
Cada vez que abre a boca, senhor ministro, sai baboseira, e da grossa. Não bastavam as acusações de:
1) Tráfico de armas
2) Tráfico de drogas
3) Tráfico de orgãos humanos
4) Tráfico de refugiados
temos agora também
5) Terrorismo
A nova acusação é consubstanciada da seguinte forma:
«pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização»
claro que pouco importa o pormenor de que essa organização tenha sido uma agência de viagens, as quais, normalmente, fazem precisamente isso, cobram uma certa quantia por cabeça para facilitar uma viagem
Portanto, já estamos a ver que é, salvo erro, o novo slogan de uma campanha de marketing com o objectivo de promover o destino Portugal no estrangeiro, especialmente vocacionado para o segmento geográfico do Médio-Oriente:
«FAÇA T(ERR)URISMO EM PORTUGAL»
P.S. Não sei o que me custa mais: um acto de terrorismo ou ter de gramar com um acto de estupidez deste calibre. Agora que as coisas se estavam a acalmar e a seguir a via da normalização, por parte da TAP, estas declarações inflamatórias soaram a perfeitamente gratuitas, lançando a suspeita de que estarão em curso pressões sobre a TAP para que a companhia mantenha o cancelamento dos voos para Bissau, por razões políticas. Isso sim, poderia ser legitimamente apelidado de terrorismo de Estado para com os seus próprios concidadãos, que toma como reféns.
Há 43 minutos
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