Os funcionários dos Correios têm todo o direito à greve: não são meses de atraso, são muitos anos de salários em atraso, quase cinco!
No entanto, uma vez que a situação não é nova (dura, de forma intermitente, desde 2007) e pode dar azo a aproveitamentos «políticos» desadequados e perturbadores para a percepção interna e externa de uma desejável estabilidade pré-eleitoral, talvez fosse melhor apresentarem um mapa da última meia dúzia de anos, assinalando os meses que receberam e aqueles que não receberam, para melhor compreensão.
É que a propaganda sindical é um pouco incoerente. Senão façamos as contas: meia dúzia de anos, com uma dúzia de meses por cada, são 72 meses; dos quais, segundo informações veiculadas 52 estão em atraso. Mas como se distribuem? Talvez se der muito trabalho apresentar um mapa, pode ser feito de forma simplificada, numa simples tabela de 2x2, dividindo os pagos ou não, por antes de 12 de Abril do ano passado e depois dessa data.
Em média receberam aproximadamente 2 salários em cada 7 «devidos», nestes últimos seis anos. Mantendo esse ritmo (ou seja, não considerando as dificuldades acrescidas da instabilidade vivida devido ao ignóbil boicote promovido pela CPLP contra a Guiné-Bissau), deveriam já ter recebido quatro (4) salários, desde que entrou em funções a figura do Governo de Transição.
Esclarecida a verdade, os arautos do «Não Estado» poderão então explanar a sua maledicência, em pleno conhecimento de causa, para imputar todos os males do mundo ao actual Governo de conjuntura, elevando aos píncaros o «milagre económico» do anterior... a quem se ficaram a dever «magníficas campanhas de caju», como se o caju (ou a sua cotação) também fosse contra os golpes de Estado!
Há 3 horas
1 comentário:
Os salários dos funcionários públicos guineenses foram sempre simbólicos, apenas.
Enquanto o peso era a moeda existente, peso=escudo, o salário de um funcionário médio dava para um saco de arroz, pois passados mais de 20 anos o salário era igual ao de 1974 (colonial)
Há 39 anos atraz, os guineenses foram enganados em Argel por Mário Soares e Pedro Pires.
Estes não quizeram ensinar "o caminho das pedras" aos guineenses.
Em Caboverde só após um governo de transição, é que se declarou a independência em Julho de 1975, já na guiné estava tudo em ódios e assassinatos.
"gito ká tem"!
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