sábado, 28 de abril de 2012

Caçada ao elefante II


Não nos vamos precipitar a fazer leituras apressadas... Daba Na Walna é uma maravilha política, extremamente selecto na escolha das palavras. Na sequência da aceitação, logo no início do prazo dado, de todas as imposições da CEDEAO:

Foram ex-patriados o ex-Presidente interino e o ex-Primeiro-Ministro. Foi mesmo admitida a hipótese de poderem vir a ser nomeados respectivamente Presidente interino e Primeiro-Ministro do Governo de Transição (cuja duração foi acordado reduzir para um ano); sublinha-se que a legitimidade governativa lhes vem do Comando Militar e não de qualquer eleição ou situação anterior.

O novo Governo legítimo a constituir, com o apoio da CEDEAO e do Comando Militar, graças ao presente protocolo, ao consolidar as perspectivas de consolidação da paz, segurança e estabilidade governativa no país, permitirá decerto rentabilizar esta oportuna iniciativa diplomática e poupar maiores esforços no futuro à Comunidade, estando previsto, no âmbito da sua «Force en attente», mobilizar, nos respectivos países, no espaço de três a quatro semanas, uma força de 500 a 600 homens (dont le deployement devra être mis au point entre les signataires).

É uma grande vitória do legítimo presidente da Costa do Marfim, anfitrião da reunião de Abidjan, aliás conhecedor das questões geo-políticas em questão, depois de uma transição complicada ainda há relativamente pouco tempo no seu próprio país, com o seu rival a recusar-se a acatar os resultados eleitorais, contando mesmo para isso com o apoio de forças estrangeiras presentes no terreno.

Portugal «estuda» a retirada da sua Força. A ONU delegou na CEDEAO, portanto, face ao sucesso desta, qualquer iniciativa no Conselho de Segurança acerca da Guiné-Bissau perdeu oportunidade e será adiada para as calendas gregas. Os Estados Unidos, até aqui discretos entraram de cabeça para salvar Angola: declarações do Embaixador, a senhora Clinton endereçou um convite a Georges Chicoti para lhe fazer uma «visita de alto nível», com o objectivo (quase hilariante) de o desagravar das injustas acusações de que, na sua opinião, tem vindo a ser alvo no âmbito da questão da Guiné.

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