Reviravolta e (apenas) a primeira humilhação para Paulo Portas. A CEDEAO deverá reconhecer dentro de poucas horas o novo Estado guineense: na sequência da delegação de alto nível enviada, impressionados com a dignidade da recepção a que tiveram direito em Bissau, com a disciplina, a unidade, o rigor e o aprumo do Comando Militar, os nigerianos, que também aspiram ao estatuto de potência regional, e não estavam nada a ver com bons olhos o expansionismo angolano para norte do ecuador, e muito menos agora forças europeias a voltarem para África sabe-se lá com que intenções, decidiram: qual democracia, qual carapuça: estes homens estão decididos a salvar a sua independência!
Talvez agora percebam as declarações de Passos Coelho no Montijo, que tão mal caíram, por serem tomadas num sentido abstracto e genérico: não, o senhor Primeiro-Ministro não estava a falar em termos genéricos e filosóficos, mas em termos muito actuais, de venderem as carcaças a troco de dá cá aquela palha: a constituição não obriga a uma autorização para declarar guerra a outro país? Recusem-se a alinhar nesta estupidez, sem honra nem glória, que só pode envergonhar os quase novecentos anos de história militar do exército; caso contrário, se de lá voltar algum, vai direitinho para o manicómio; perguntem aos mais velhos...
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