sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mimos do Manaças

O Jornal de Angola voltou às agressões, sob a capa de «opinião», a pretexto da não publicação, com igual relevo, na imprensa portuguesa, das recentes decisões de arquivamento (e fizeram bem, os jornalistas, pois é vergonhoso) dos processos envolvendo altos dirigentes do regime, brindando os portugueses com uma série de ofensas gratuitas, das quais colocamos aqui apenas o último parágrafo:

«O jornalismo em Portugal já foi chão que deu uvas. Hoje é uma actividade inquietante, praticada por malfeitores sem ética, sem ofício e sem carácter. Enquanto o Ministério Público e o jornalismo português viverem nesta lógica, Portugal não vai conseguir desenvolver relações de amizade e respeito mútuo com ninguém. Só com as ervas daninhas.»

No original está «daminhas». É uma boa forma de acabar um texto contra Portugal: assassinando a língua de Camões. A amizade de Portugal com Angola é entre os dois povos, nada tem a ver com as actuais manipulações políticas, num lamentável conluio entre «elites» dirigentes medíocres e corruptas, tanto de um lado como do outro. Quanta retórica e demagogia barata.

O pasquim não se devia chamar «de Angola», mas «do regime de José Eduardo dos Santos». Engraçado, parece que estou a ver o povo angolano a arrancar brevemente pela raiz uma erva daninha...

Está alguém de Serviço?

O Presidente está em Barcelona.

Demite o chefe da secreta, nomeando em seu lugar o seu adjunto, que se encontra na Rússia.

(o Club-K, que deu a notícia, realça o facto como inédito: nomeante e nomeado fora do país)

Um Departamento do Serviço (SISE), que tem a seu cargo a «Luta Contra Subversão Política e Social», emite um alerta «manifestação», mas o seu chefe encontra-se no Brasil.

Bode espiatório

Descansem os mais atentos, que não é erro nem gralha. Expiatório com X porque expia crimes alheios; deve aplicar-se com um S, quando se trata do chefe dos espiões (e ainda para mais tem nome de Marquês começando por S).

José Eduardo dos Santos, oportunamente no exterior na ocorrência do rebentamento do escândalo dos assassinatos políticos promovidos pelo seu regime, demitiu o chefe da secreta.

Lamentavelmente, o Decreto Presidencial, não satisfaz a curiosidade quanto ao motivo invocado para a exoneração de Sebastião José, recentemente nomeado para o referido cargo, há um mês... (o caso deu-se há ano e meio). Excesso de zelo como «Ministro do Interior» (como este era apresentado)?

Já agora, como as notícias de hoje espalham alguma confusão de siglas, refira-se que este Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado (SISE) já foi conhecido por outros nomes, como SINFO, SINSE ou MINSE, a não confundir com o Serviço de Inteligência Externa (SIE). No entanto, ambos os serviços funcionam sob a alçada da Presidência da Republica.

Porque razão os membros do regime nunca se insurgem quando são despedidos em circunstâncias como esta, nada dignas? Já foi sugerido que José Eduardo dos Santos recolhe provas dos desvios de dinheiro que ele próprio promove, para os ter na mão, com essa chantagem... O homem trabalhava para si, senhor Presidente, não queira varrer para debaixo do tapete.

E não era santo nenhum, o Sebastião José. Premonitoriamente, a 13 Setembro de 2011, o Club-K publicava que «Sebastião Martins, o ministro do Interior revestido nas funções de Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SISE) é a figura apontada como estando a introduzir no regime o recurso a práticas de raptos a elementos da oposição política e da sociedade civil».

Tudo sem o conhecimento do Presidente, claro. Essa teria sido a figura mais adequada para justificar esta demissão: «ocultação de informação relevante ao Presidente da República». Vai ser difícil fazer engolir isso aos angolanos, que viram manifestações pacíficas pedindo esclarecimentos sobre o caso, serem reprimidas com grande violência...

Senhor Presidente, se calhar é melhor abortar a descolagem para Angola, pois parece que se prepara uma grande manifestação em Luanda para o acolher de volta ao país, poderia diluir-se na massa. Devido à sua ascendência guineense, pode sempre pedir asilo à Guiné-Bissau, se preferir manter-se no continente.

Portugal - Santuário para corruptos VIP

Num deslocado e intolerável gesto de subserviência e bajulação, o Procurador encarregue do processo de Manuel Vicente, Vice-Presidente de Angola, perante a justiça portuguesa, exarou, no respectivo despacho de arquivamento, menções absolutamente estranhas à sua função e âmbito de competências:

Em que é que o «respeito e admiração de que é merecedor o vice-presidente de um país amigo como Angola» é chamado para o caso? Todas as pessoas não merecem respeito? Pelo menos até à sua condenação? Acrescenta ainda, noutro ponto, esperar contribuir para «o desanuviar do clima de tensão diplomática» entre Portugal e Angola... Sem receio de estar a meter a foice em seara alheia? Essas Necessidades tratam-se noutro lado! Não são do seu foro!

Então agora a PGR faz o «favorzinho» de tapar os olhos aos VIPs angolanos para lhes «amaciar» o trato? É vergonhoso e pouco abonatório, numa semana em que arquivaram de bandeja os processos envolvendo altas figuras do regime angolano... pura coincidência? Depois de se ter dignamente defendido a separação de poderes e a independência da Justiça portuguesa, entregam agora o ouro ao bandido, com um pedido desculpas? Vergonhoso!

E recusam-se a responder às perguntas dos jornalistas! Ver notícia do Público. Quem perde neste aflitivo exercício, é a soberania nacional, com a sórdida colaboração do Presidente da República, Cavaco Silva, cuja mediocridade se está a revelar uma ameaça à Constituição, que jurou defender, justificando assim as acusações de traição ainda há pouco tempo lançadas por uma deputada. Que grande confusão vai nestas cabeças de alho chocho.

O senhor Procurador Paulo Gonçalves que fizesse o que tinha a fazer, baseado numa qualquer interpretação da lei, mais ou menos atamancada, mas para que serviram os infelizes considerandos e floreados? Pressão política ou pura estupidez?

Quando o mau exemplo vem de cima

Retrato de Angola...

Dirigentes arrogantes, prepotentes, violentos e autistas.

Ver notícia.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lagartixa

Paulo Portas lagartixa (é bom para as rimas).

Quem nasceu para lagartixa, jamais chegará a crocodilo.

Magnífico (se bem que de forma um pouco abrupta) artigo nos intelectuais balantas na diáspora: a não perder!

Mais uma chicotada

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Georges Chicoti, chamou hoje os jornalistas da ANGOP, para um balanço da política externa angolana. Não se esqueceu de dar mais uma chicotada na Guiné-Bissau.

Papagueando os refrões de sempre, já muito gastos (qual a novidade justificando a deslocação dos jornalistas?)... Se, como diz, acompanha a realidade do país, porque não responde ao caso Milocas Pereira?

O «golpe de estado de 12 de Abril já matou muita gente»? Estaria a referir-se ao fiel amigo do ex-Primeiro Ministro deposto? O contra-golpe não matou ninguém; excepto essa jornalista guineense em Angola.

Depois de se saber das mortes dos dois activistas anti José Eduardo dos Santos, parece uma declaração um pouco gratuita e extemporânea... Gato escondido com rabo de fora. Mas muito atencioso.

Ramos Horta apela à Diáspora

José Ramos-Horta chamou hoje os jornalistas para dizer que espera o regresso à normalidade e que os Guineenses da diáspora voltem ao país para contribuir para o seu crescimento.

No fim da conferência afirmou: «A Guiné-Bissau tem cidadãos altamente qualificados, médicos, juristas, economistas fora do país. Todos eles juntos podem transformar o país».

Fundam, ou afundam!

Um exemplo a seguir?


Fusão de dois partidos extra-parlamentares, em Angola, reportada pelo Club K. Na entrevista, os líderes dos dois partidos analisam criticamente as declarações de José Eduardo dos Santos a uma televisão brasileira, em finais de Outubro, nas quais assume estar a tratar da sucessão.

Realço uma premissa, nas suas declarações «Temos a obrigação de contrariar a tendência da dispersão e da autofagia das oposições. Essa dispersão e autofagia só nos enfraquecem e diminuem as possibilidades de futuros êxitos». O «partidarismo», está hoje fora de moda!

O móno virou môno!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PAIGC pouco Oficial

No âmbito da realização das Conferências Regionais, parece haver alguns desentendimentos ao nível da publicação dos resultados, por meio dos blogues mais próximos das duas candidaturas que as têm disputado, DSP versus BC.

Isto, sem referência aparente ou intervenção palpável do ainda «líder» do Partido...

Qual será o resultado oficial desta confusão?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cartoon CPLP

Atenção: podem copiar à vontade; mas citando a fonte.

Houve um pequeno atraso, porque, após o esboço, decidiu-se colorir o «boneco»

Clique na imagem para ampliar.

Obrigado, Juliana, felizmente traduziste a língua angolana (de outra forma não iria perceber!)

(a Ju é uma óptima designer brasileira! a cursar o Mestrado em Belas Artes, infelizmente, não tem nada que se mostre na internet, embora eu já tenha visto muita coisa boa dela)

Hora di bai

(BYE)

Em defesa do lugar (no céu) de José Eduardo dos Santos, que deu uma prova cabal da sua humanidade, ao admitir estar a estudar a sua sucessão.

A referida sucessão deveria ser efectuada fora do sistema, senão não será solução. O regime, sem Eduardo dos Santos, não parece ter continuidade possível.

A Justiça angolana está de parabéns, dando uma prova de independência e fiabilidade, baseada no mérito e na responsabilidade, um forte sinal de esperança.

O MPLA deveria começar por aceitar fiscalização da sua acção governativa. E, porque não, uma discussão em torno de um Pacto de Regime para o desenvolvimento.

«Operador qualificado»

Será que um Governo de Transição tem legitimidade para opções de fundo?

(estou apenas a reflectir sobre uma questão já lançada pela DC)

Parece falta de «rispito». Ver link à direita

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Desenvolvimento sustentável

Uma palavra de incentivo para a reflexão económica e social que tem ultimamente sido levada a cabo e publicada no blog dos irmãos intelectuais balantas na diáspora, em paralelo com o contributo que o irmão Samuel publicou após prolongada ausência no seu blog Nô Djemberém. Há imensas oportunidades a aproveitar numa parceria entre portugueses (com a «vantagem» de terem perdido as «caganças» - exceptuando o dissonante Paulo Portas, que insiste em manter um obsoleto discurso de arrogância neo-colonial cúmplice - depois de «humilhados» por uma crise económica, demográfica e social sem precedentes), tal como o evidencia a parte «boa» do «modelo angolano», detentores de saber fazer, e os países africanos de língua portuguesa, detentores de matérias primas e recursos naturais com grande potencial e parcamente explorados...

Ainda uma menção à notícia das hortas escolares promovidas pela FAO. Pequenas ideias com sucesso podem mudar mentalidades... Obrigado Umaro.

Vamos trabalhar!

Frenesim de informação

Hoje foi um dia farto de informações na rede guineense.

Em Bissau

parece que o Primeiro-Ministro trouxe de Macau um cheque com dinheiro fresco (e aqui pergunto-me em que é que a arrogância e má educação de Paulo Portas terá contribuído para esse envelope «imediato», sendo os chineses - que não fazem promessas vãs... cumprem-nas logo - conhecedores da situação), o que vai contribuir para aliviar a tensão «financeira» que se vivia. Será inteligente que se dê boa conta desse apoio, devido à boa vontade chinesa, cujos dirigentes continuam a demonstrar confiança numa solução de estabilidade (mesmo se «musculada»). A transparência e exactidão das contas, deverá ser assegurada pela presença de elementos das Forças Armadas destacados para o efeito; a solução de transparência «governativa» escolhida deveria ser institucionalizada, através de adenda ao Pacto de Transição, para evitar ser-lhe apontada a falta de suporte legal - isto enquanto se espera por uma solução consagrando um Pacto de Regime (tão veementemente defendido por Ramos Horta, que hoje se encontrou com Kumba, para o tentar convencer) patrocinado pelas Forças Armadas. Esta benesse não pode servir para que «se descanse sobre os remos»; há que justificar a confiança dos chineses, a sua aposta numa nova fórmula de poder, estável e responsável, na Guiné-Bissau. Obrigado, irmãos de Macau, pela vossa intercessão.

Em Luanda

o regime de José Eduardo dos Santos assumiu hoje (num verdadeiro lavar de roupa suja associado a tentativas de encontrar bodes expiatórios) a responsabilidade pelo assassinato dos dois activistas desaparecidos, Alves Kamulingue e Isaías Cassule (Nito Alves tinha sido libertado na Sexta-Feira, depois de ter encetado uma greve da fome - entretanto interrompida a pedido do pai - a qual transpirou para o exterior), cujo caso acompanhámos, na altura, aqui neste blog. Circula mesmo a versão que a ordem de eliminação dos activistas teria vindo do «topo»; aparece a desculpa de as palavras utilizadas não terem «dito» expressamente isso. A ter sido esse o caso, Napoleão também cometeu uma gaffe do mesmo género: querendo assustar o Duque de Enghien, mandou prendê-lo e «fuzilá-lo», tendo despachado logo de seguida contra-ordens (que depois se atrasaram e só chegaram depois do nascer do sol e do facto consumado). Ninguém acredita que Salazar tivesse ordenado o assassinato do General Humberto Delgado, mas bastou que, na PIDE, alguém tivesse sonhado que era esse o seu desejo... Poderá servir para o senhor Presidente tomar consciência do monstro que criou... a UNITA saiu a terreiro, no Parlamento, com uma missiva pedindo a demissão do Presidente, considerando que, depois deste escândalo, perdeu a legitimidade.

Obrigado, Bambaram di Padida (e Bravo! Margarida Paredes, também!) e Samuel, no Nô Djemberém

Talvez fosse de aproveitar esta onda de esclarecimentos, para assumir igualmente o assassinato de Milocas Pereira e restituir os seus restos mortais à família e país de origem.

Em Moçambique

Guebuza fala em Paz, mas envia uma coluna militar para prender o pai do seu opositor? E, ainda por cima, falha o objectivo, por incompetência... O velho régulo, de 80 anos, também representa um perigo militar? Ou tinham um mandato de captura de algum tribunal? Faria um favor ao futuro do seu país, demitindo-se a bem, de forma a se poderem encetar conversações tripartidas, para dar lugar aos mais novos (e mais velhos), num Governo de Unidade Nacional...

sábado, 9 de novembro de 2013

Diatribe de Paulo Gorjão

Em mensagem, no seu blog pessoal:

«Eis o que penso e que disse a um jornalista:

A return to normalcy is impossible without serious efforts regarding the security sector reform and the fight against drug trafficking. (...) None of this is possible without a strong and lasting commitment from the international community. Bissau-Guineans are unable to do so by themselves. Political stability and economic prosperity will be impossible without successful efforts at both levels -- SSR and drug trafficking. Otherwise Guinea-Bissau is doomed to be a failed state".»

Os guineenses são incapazes de voltar à normalidade sozinhos?

Estão condenados a ser um Estado falhado?

Já conhecemos o seu posicionamento bastante parcial de «politólogo» no Instituto Português de Relações Internacionais e de Segurança, com blogs e várias iniciativas contra o golpe, sempre com os mesmos refrões: narco-estado e eliminação das FA.

Ainda há um ano afirmava, em entrevista à DW, publicada pelo Ditadura do Consenso:

«Carlos Gomes Júnior, para todos os efeitos, é o primeiro-ministro da Guiné Bissau»

Vá aprendendo com os guineenses, na construção de novas fórmulas políticas, desmentindo as suas opiniões baseadas em mediocridade de papagaio. Já conhecia a figura de «exactor»?

E, já agora, aproveito para responder à questão lançada pelo seu «erudito» artigo, que na altura referi aqui neste blog, pouco depois do 12 de Abril, que questionava «Guinea-Bissau: Can a Failed Military Coup be Successful?»

1) O «cu» não falhou
2) O sucesso está a caminho

Não tenha a pretensão de passar atestados de incompetência ou impor tutorias indesejadas aos guineenses. Porque não vai dar conferências para Angola?

Nova entrada

Saiba pelo Lopes as últimas, por dentro do PAIGC!

Espero que Saiba Lopes, jornalista, que desenvolveu um grande trabalho de informação no pré 12 de Abril, mas que desde aí tem estado um pouco parado, volte às lides da informação, neste momento conturbado.

É a nova entrada para a lista de actualizações de blogs, a «rede de informação» guineense, na barra lateral à direita.

P.S. A honra justifica-se. Julgo que foi quem lançou a palavra adequada: «exactores».

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Esclarecimento

Publico, a pedido do autor, um comentário em resposta a uma carapuça que, embora não me fosse destinada, também me serve.

«Dizer aos "amigos" da Guiné-Bissau que se julgam mais guineenses do que os próprios guineenses, de que, por mais anos que tenham estado ou estejam na Guiné-Bissau, jamais serão mais guineenses do que os próprios guineenses»

«Venho constatando através de comentários nalguns espaços virtuais que há uns poucos "amigos" da Guiné-Bissau que se querem posicionar acima dos próprios guineenses (...) por mais que um português, nascido em Portugal, por exemplo, queira ser guineense, ou se "assuma" como guineense, jamais será mais (ou tão) guineense que um guineense nascido na Guiné-Bissau...» Didinho.

Pretendo fazer um comentário ao texto atrás transcrito!

1- O texto atrás referido tem como único destinatário a minha pessoa, Marcelo Marques, e reconheço que na verdade por muito que não concorde, acabou por ter o resultado pretendido pelo Sr Fernando Casimiro, ou seja o de me calar. Não entendo as suas razões para além de como Guineense que é poder odiar outros Guineenses, e falo de Carlos Gomes Junior e Raimundo Pereira, enquanto eu pelo facto de não ser, conseguir respeitar todas as tendências. Respeitar não significa aceitar, mas criticar também não é o mesmo que insultar e demonstrar ódios mal contidos.

2- Vivi de facto alguns anos na Guiné-Bissau, mais propriamente de 2008 a finais de 2012. Fui para lá com o objectivo de ganhar dinheiro de uma forma honesta, presumo que não seja crime, não ganhei, pelo contrário, mas em contrapartida, ganhei afectos, respeito, carinho e amor. Aprendi a gostar de um povo e de um país. Insultarem-me por isso é ridículo, mas quando se colocam de um dos lados, (que não o meu) interesses políticos ou materiais, acabo por entender.

3- Porque a Guiné-Bissau para mim não é um jogo de interesses mas uma paixão imensa, eu preferi recuar para não me colocar ao mesmo nível. Amo a Guiné-Bissau, como amo Portugal, a terra onde nasci, e quase sempre vivi, uso as redes sociais para falar, discutir, ouvir e aprender. Não apago nomes do facebook porque não comungam dos meus ideais, pelo contrário, quando se gosta de algo é na conjugação das ideias que se encontram soluções. A questão é que existem pessoas como o Sr Fernando Casimiro que interiorizaram o princípio de quem são a solução, e não a parte dela! Pelo que tenho lido dele, não me parece, olhando aliás para a realidade Guineense que ele tanto defendeu e defende ainda mais certo me parece.

4- Não pretendo por isso voltar a comentar aqui nada relacionado com um assunto que me é demasiado querido, e por vezes me tolda o discernimento.

Marcelo Marques

Sair da casca

Finalmente o senhor Porta-Voz faz jus à função. Obrigado, Daba: não se faça rogado; o país precisa de si.

O hábito não faz o monge. Mas é um pouco desmerecedor que seja possível a circulação de caixas abertas sem matrícula, pelo centro de Bissau.

Nem tudo o que luz é ouro;

se este ponto não é de rebuçado...

(ver comunicado do P-V nos intelectuais balantas na diáspora, link à direita)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Paz

Brevemente, no Emplastro, uma colaboração com a Juliana Paz, uma desenhadora / ilustradora genial (sem desmerecer a Liliana Lourenço - do blog vai mas volta ver link à direita) que, hoje ao jantar, baseada nas nossas conversas, fez um magnífico esboço para um cartoon relativo ao momento da CPLP...

Só para abrir o apetite. Amanhã «nas bancas».

Bem vindo de volta

Samuel! Após anunciada (e prolongada) ausência, o Nô Djemberém está de volta! E em grande, com um artigo que constitui um pesado diagnóstico.

Um extracto:

A FILOSOFIA QUE SE PREGA POR PARTE DOS DIRIGENTES DO PAÍS, É, NÃO FAZER O BOLO CRESCER PARA DIVIDIR DEPOIS, MAS SIM, ABOCANHAR A MAIOR FATIA, AINDA QUE ESSE GESTO CAUSE SOFRIMENTO À GRANDE MAIORIA DA POPULAÇÃO. O POVÃO ESTÁ EMPOBRECIDO E SEM ESPERANÇA.

Na minha opinião, o que está errado não é o país. É a filosofia. Seja na Guiné, em Angola, em Moçambique, ou em Portugal.

A não perder. Link à direita >

Obrigado!

Irmão Doka, pelos contactos telefónicos com Bissau; é lamentável, mas pareces ser o único canal actual, para o Porta-Voz das Forças Armadas fazer o seu trabalho. Ninguém pergunta nunca nada ao Coronel?

Irmão Didinho, pelas palavras apaziguadoras, em «Quando a barbárie se aprova e se recomenda».

Ver links à direita

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Carta aberta

O Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz Democracia e Desenvolvimento divulgou, através do Rispito (ver link à direita), uma carta aberta dirigida ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, solicitando que se exijam respostas às autoridades angolanas sobre o desaparecimento da jornalista guineense Milocas Pereira nesse país. Nela se afirma ainda que o mesmo Movimento já houvera enviado, em Março deste ano, às autoridades angolanas, através da sua Embaixada em Bissau, um pedido de esclarecimentos, ao qual não obtiveram qualquer resposta.

O Senhor Presidente José Eduardo dos Santos parece querer ficar na história como «ditador nojento», assassino de mulheres e torturador de crianças...

A deselegância de Portas

Indescritível, a falta de respeito protagonizada pelo Vice-PM, no Consulado de Portugal em Macau. Continua a pavonear a sua incompetência... Até quando, Portas, abusarás da nossa paciência?

Ver notícia. Obrigado, Bambaram di Padida

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Dois comentários soltos

Estava a ler o Club-K, onde tive acesso ao vídeo de José Eduardo dos Santos dedilhando uma guitarra, para dedicar uma canção à mulher, por ocasião do seu aniversário.

Este «artigo» atingiu um número recorde de comentários, muitos angolanos ficaram enternecidos, inclusive alguns dos seus críticos tradicionais, com esta atitude amorosa do Presidente.

Mas não foi por nada disso que decidi publicar este artigo. Simplesmente, dois comentários, de alguém que assina AngolaNova, chamaram-me a atenção, por me lembrarem o que se tem aqui passado; por isso decidi reproduzi-los:

1) no primeiro, começa por defender alguém que se exprime mal em português, mesmo se o AngolaNova se exprime bem em português (embora não tenha teclado compatível, tomei por isso a liberdade de lhe colocar os tils nos «ãos» e os çês de cedilha)

2) teve posteriormente que se defender a si próprio, depois de vários ataques maldosos

«Ser inteligente significa também, sabermos interpretar, deduzir, decifrar ou entender aquelas coisas, que a priori, parecem ser complexas para nós. Quem não pode ou sequer consegue entender a mensagem/opinião expressa pelo cidadão Sotto Mayor (apesar duma ou outra falha gramatical), julgo que prova que não é digno de merecer elogios. Entendi e concordo com o comentário do Sotto Mayor, e creio que a maioria dos leitores também. Não é por causa da falha ortográfica que devemos desdenhar os outros, é mais sensato mostrarmos o nosso respeito a todos eles, valorizando a sua dignidade e humildade de expressarem as suas opiniões com o mesmo direito daqueles que melhor sabem escrever. Aqui no Club-K não estamos numa aula de português online, mas sim para intercomunicar sem discriminação social, cultural, racial, política, etc. Temos que acabar com essa mentalidade de "assimilados" e da exclusão social. E que o Jone saiba também, que existem milhares de angolanos que cresceram, estudaram ou nasceram na diáspora de língua(s) não portuguesas, carecendo assim do domínio da língua tuga. Muitos de nós com dificuldades em português, não somos "burros", e muitos de nós dispomos de conhecimentos científicos, mas preferimos manter-nos sentadinhos no banco da humildade! Quem sabe se o Sotto Mayor é exactamente um desses angolanos que viveu longos anos num país onde não se fala a "tuguesa"? CORRIGIR alguém é louvável, mas sempre com humildade, e não ofendendo outrem, conforme o Jone e uns tantos arrogantes aqui o fazem.»

«O Fortuner para além de tudo o que é no sentido negativo, é afinal um grande intriguista também. Doutra tentou agitar o Zeca Bwé Lixado contra mim, porém, o Zeca não caiu na tua confusão. Agora tu estás tentando uma jogada própria de autocratas, que nunca suportam opiniões opostas às suas, colocando aqui o nome do bem educado Van-Dúnem na intenção de criar um clima de desarmonia no diálogo entre ele e a minha pessoa. Não vejo qual é a inveja que vistes nas trocas de opiniões entre ele e eu! Ao contrário de ti, ele mostrou que tem classe (não ofende, não se pinta de primitivismo nem se mostra arrogante). Tu julgas que o simples facto de saberes falar bonito o português e talvez de ter um nível académico basta para merecer a consideração e o respeito da pessoas? Não senhor, pois a humildade, a honestidade e o respeito à dignidade de outrem (coisas que tu provaste não ter), são valores humanos sagrados. O Van-Dúnem mostrou decência e humildade ao expressar a opinião dele, aspectos pelos quais eu próprio também pugno. Tu Fortuner, montas comentários diversos, ofendendo gente que pensa diferente de ti, por isso caíste no laboratório dos produtos tóxicos. Que pena! Um dia aqui estaremos, testemunhando o desmoronamento do regime que defendes. Tu não tens vergonha de aplaudir a tortura contra um menino que até poderia ser teu próprio filho, a ser inocentemente torturado? Talvez até pudesse tratar-se dum teu neto! Aqui se vê quem é quem, não adianta estar perdendo o meu tempo com gente associada à maldade.»