Começa-se já a perceber que os guineenses estão a ignorar o apelo de DSP para uma saída às ruas, de tal forma que as vozes «oficiais» já admitem que poderá vir a ser um fracasso, imputando-o à «chuva». Não. Não é a chuva que conserva o povo em casa. É a sua inteligência, que alguns querem abusar, como escreve em título o Jeune Afrique, ao ridicularizar o Primeiro-Ministro «déchu» por querer «continuar na rua o braço-de-ferro com o Presidente».
Os americanos fizeram saber que vão organizar uns cocktails e umas almoçaradas fartas, para recompor as coisas. A intempestividade do estímulo soa a falso, mostrando a grande desorientação da política externa norte-americana, perante a «originalidade» da situação. Ou seja, os americanos confessam não saber como responder a este farsa grotesca... Gostariam de colocar uns paninhos quentes na questão e não sabem como, mas confessam-se atentos.
Chicoty emite uns grunhidos, lembrando a posição de Angola no Conselho de Segurança, mas não se lembrou de nada melhor para dizer do lembrar a inexistência de condições financeiras para assegurar a realização de eleições. O MPLA não quer ver cair o PAIGC. Os dois partidos, vítimas dos mesmos vícios, têm os respectivos destinos interligados. Perderam completamente o Norte e tornaram-se numa diabólica paródia dos seus objectivos primordiais.
O prémio vai para Moçambique! O Ministro dos Negócios Estrangeiros, imputa «ao ego dos políticos guineenses a responsabilidade pela crise», acusando-os de «sobreporem os seus interesses pessoais aos do povo,
realçando que a política é para servir e não para se servir dela. É bastante lamentável, mas sabemos onde está o problema, a verdade é que a tese de os militares da Guiné-Bissau serem
instrumentalizados pelos políticos parece provar hoje a sua validade».
Não. Não foi a chuva que desmotivou os guineenses. Esta seria apenas a oportunidade de colocar os pés na lama. Seria a marcha do poti-poti. Tal como afirma o MNE moçambicano, que sabe do que está a falar, o problema é outro. Tal como em Lisboa, DSP não reunirá mais do que alguns desgraçados compelidos a participarem num circo que não é o deles, com medo de perderem as migalhas que lhes foram displicentemente atiradas à sombra da corrupção.
Há 1 hora
2 comentários:
Não existe ridicularização no titulo apresentado pela, Jeune Afrique, creio que está tendo um equivoco na sua leitura.
O ridículo é implícito. Fala do mau perder de um Primeiro-Ministro destituído, que quer irresponsavelmente continuar na rua uma querela política que perdeu legalmente.
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