sábado, 30 de abril de 2011

Mentiroso e hipócrita

No almoço comemorativo do 25 de Abril, tive a oportunidade de perguntar ao Senhor José Niza, se estava a pensar retractar-se publicamente, conforme lhe tinha solicitado. Primeiro balbuciou coisas incompreensíveis, depois disse que mantinha que era verdade, virando as costas e começando a afastar-se: imediatamente lhe atirei com um «_O senhor não passa de um mentiroso e de um hipócrita»; o senhor José Niza ainda tentou representar a comédia do «ofendido», mas depois de o olhar nos olhos lá afastou a sua incómoda presença, deixando-me almoçar descansado. Pois é, senhor José Niza, teve a sua oportunidade para rectificar a gaffe que cometeu, mas não quis aproveitá-la.

Realmente não passa de um aldrabão e de um troca-tintas sem escrúpulos, que passou toda a vida a enganar toda a gente, não hesitando em tudo e todos submeter à sua despudorada vaidade: há três anos, «Afirmou-se reconfortado com as manifestações de apreço no ano em que completa 70 anos de vida e voltou ao humor com fundo histórico: “Cesário Verde só publicou um livro e do meu vão fazer 30 mil exemplares”»... Pior: em pleno delírio da sua pueril megalomania, quis amesquinhar Salgueiro Maia. Há limites para a paciência!

Permitam-me que cite Salgueiro Maia, nas linhas que se seguem aquelas que já citei...

«Resta-nos, na orgulhosa situação de implicados no 25 de Abril, criticar os muitos que pagam o idealismo e a generosidade dos Capitães de Abril com:

- a corrupção

- a incompetência

- o compadrio

- o circo do poder

até quando?»

O senhor José Niza e os seus amigos do P.S. de Lisboa são os responsáveis morais pelo estado a que isto chegou. Os mesmos que, a 24 de Novembro de 1975, se puseram a caminho do Porto com a Constituinte às costas, apostados em abrir a «caça ao comunista», numa guerra civil do Norte anti-comunista contra o sul comunista, da qual pretendiam sair como heróis... Como «corajosos« que eram, só pararam em Vigo, de onde pretendiam assistir, da esplanada, a uma distância respeitável, ao espectáculo de ver os portugueses a matarem-se uns aos outros. O bom senso de pessoas como Salgueiro Maia, uma vez mais evitou o pior. Dispensamos, por isso, que vertam lágrimas de crocodilo, pelos homens de Abril, que vos ofereceram generosamente uma oportunidade para mudar o país, lamentavelmente desperdiçada com toda a vossa hipocrisia, incompetência e indigência moral e espiritual. Vejam, para terminar o «circo», o elogio mútuo que esta gentalha pratica:


Modesto, o Niza? Pois... até metem dó. Pretendem com isto iludir o povo acerca das vossas reais responsabilidades? Lavar as mãos à Pilatos? Sacudir o pó da lapela? Só que infelizmente já não é só pó, é m.... mesmo. Não se mexam muito senão vai começar a cheirar mal.

Por tudo isto considero lamentável que o nome de José Niza tenha sido associado às comemorações do 25 de Abril: considero que foi um erro da Comissão das Comemorações Populares, esperando que não se volte a repetir no futuro. A expulsão do José Niza da referida Comissão, conforme já aventado em reunião da mesma Comissão, seria talvez a melhor forma de resgatar o mau passo deste ano.


Quanto a si, Senhor José Niza, o seu nome, fique descansado, ficará lembrado, como pretendia. Mas como objecto de asco e público opróbrio, como merecem os vis e repugnantes invertebrados rastejantes.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Homem lá saiu de cena...






Não estava no programa


nem é considerado notícia...

Envergonhadamente, o Mirante lá acusou o toque, sob a pica(e pito)resca classificação de Cavaleiro Andante.

http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=492&id=73785&idSeccao=7985&Action=noticiaidEdicao=492&id=73785&idSeccao=7985&Action=noticia

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Arrependimento ou censura?












O Mirante on-line chegou a publicar uma pequena notícia «Espectador interrompe colóquio e interpela José Niza» associada a um pequeno video de 1m56s sobre os factos relatados, texto e video que foram «empurrados» automaticamente para o Sapo. No entanto, pouco tempo depois, cortaram as ligações e fizeram desaparecer tudo...

Talvez seja melhor adoptar, aí no jornal, o bom método salazarista da censura prévia, para obviar a este género de incómodos.

domingo, 17 de abril de 2011

Crónica de uma sanha anunciada


Finalmente concretizei o que me prometi há 3 anos, com o Manifesto Anti-Niza. http://7ze.blogspot.com/2008/06/manifesto-anti-niza.html Bem sei que neste país a mentira, por muito descarada que seja, ganhou foros de lugar comum, apostando-se cada vez mais na memória curta do vulgar cidadão. Infelizmente para alguns, talvez, há verdades que considero inquestionáveis, que fazem parte da minha história e da minha identidade, das quais não poderia abdicar sem colocar em causa a minha dignidade. Aqui fica o relatório dos factos. Ontem, dia 16 de Abril, pelas 21h30, dirigi-me à Escola Prática de Cavalaria para um Colóquio sobre as senhas de Abril, com o Coronel Correia Bernardo (a Lusa difundiu o erro de lhe chamar «Bernardes»), Otelo Saraiva de Carvalho, Paulo de Carvalho, Joaquim Furtado e José Niza. Esperei pelo fim da conversa para pedir educadamente a palavra ao moderador, Joaquim Furtado, agitando o livro dos depoimentos de Salgueiro Maia, que ele obviamente conhecia, pois acabara de o citar. No entanto, após breve consulta ao organizador do evento, ao seu lado esquerdo, José Niza, «esqueceu-se» do pedido. Marchei pois em direcção ao palco, pois não estava disposto a deixar escapar a oportunidade. Face a uma tentativa de interposição do Joaquim Furtado, declarei que o 25 de Abril tinha sido feito a favor da liberdade de expressão e que o evento fora apresentado como Colóquio e não como Solilóquio. O Joaquim Furtado, por quem, aliás, tenho o máximo respeito como jornalista (bastar-me-ia lembrar os programas sobre a Guerra Colonial), ainda balbuciou algo como «não estarem previstas intervenções» e «tinha de começar o concerto». Face à debilidade da oposição, tomo-a por uma autorização, subo o degrau para o palco e sinto que alguém me agarra o braço: era José Niza que me convidava «a ir falar lá para fora»; sacudi-o veementemente. Eu fora ali para uma reparação pública e não para um duelo. Adquirido o direito de me dirigir à assistência, deixo aqui de memória o essencial do meu discurso, daquilo que me lembro de ter dito em alta voz, sempre virado para o visado: «Há 3 anos, por ocasião das Comemorações do 25 de Abril, o jornal Mirante, cuja sede é aqui bem perto, publicou um livro de poesia de José Niza, que foi amplamente distribuído com o Semanário Expresso. O destaque de capa inteira ía para uma entrevista a José Niza, dando por título «Salgueiro Maia quis entregar 150 G3 na sede do PS em Santarém.» referindo-se ao dia 24 de Novembro de 1975. Infelizmente, Salgueiro Maia já cá não está para o contradizer. No entanto, tenho aqui as suas memórias, escritas pelo seu punho, das quais um excerto, páginas 86 a 87, acaba de ser citado por Joaquim Furtado. Passo a citar Salgueiro Maia, nesse mesmo livro, página 110: Num almoço com o coordenador da acção do 25 de Novembro, concordei em actuar nas condições referidas, tendo por especial preocupação evitar a distribuição de armas a civis, até para evitar uma guerra civil. _Sr. José Niza: a sua entrevista correspondeu a um momento menos feliz da sua carreira, compreensível no âmbito de uma saúde comprometida. Aproveito o ensejo de estar aqui presente nestas comemorações para lhe manifestar a minha indignação e lhe pedir humildemente para se retractar em público. Deve-o à história» Um elemento da assistência levantou-se então com «maus modos» a dizer que lhe estava a adiar o concerto, pelo que abandonei a sala, infelizmente sem agradecer à audiência a atenção que tinha solicitado e recolhido. Desde já as minhas sinceras desculpas a todos os presentes, bem como o meu obrigado pela salva de palmas à qual a causa que julgo justa e soube apresentar teve direito. De dar que pensar ao Senhor José Niza.

José Fernando