Fernando Voz confirma que o país deixou de ser independente e se encontra sob tutela da CEDEAO.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
terça-feira, 26 de abril de 2022
Buhari serve de cunha
Perante uma expectável resistência das populações à invasão senegalesa, usa-se uma ponta-de-lança nigeriana, a qual deverá servir de cunha ao grosso do contingente, de origem senegalesa. Apresentando os factos como consumados, aparentemente numa abordagem subreptícia, sem prévia clarificação do mandato organizacional, mesmo que (ou sobretudo porque) sub-delegando ao Governo, torna-se uma verdadeira e inédita confusão de mandatos e competências entre estados e CEDEAO. Sua Excelência o presidente Buhari, talvez por falta de informação, poderá não estar a avaliar bem a real dimensão dos vários tipos de risco inerentes a este género de ingerências soberanas.
segunda-feira, 25 de abril de 2022
Novo CEMFO apressa-se a tomar posse
Sandji Fati nomeado Chefe de Estado Maior das Forças de Ocupação, aparentemente em acumulação de funções com a pasta da defesa e sem receio de eventuais incompatibilidades, despacha-se a dar conta à Lusa. Há decerto uma certa dose de incompetência dos jornalistas, pois apesar de a isso se referirem de passagem, não estranham à "fonte" o facto de a dita força extranacional não ter nome (refere-se que não será ECOMIB, apesar de ser isso que vem pintado nos veículos) nem mandato formal da CEDEAO (nem sequer da ANP, como se exigiu em 2012, para a sua congénere), fala-se apenas genericamente numa missão semelhante à anterior, sem data nem contingente definido... São muitas incógnitas num assunto soberano tão delicado. Já para não falar dos custos... será que a União Europeia desta vez está para aí virada? De uma forma ou de outra, serão os guineenses a pagar. Quando podiam estar a enviar para o Mali ou Burkina uma milícia Mozart (obviamente bem paga) para competir com a Wagner... mas pelos vistos o parecer do CEMFA, que, virando o bico ao prego, tratou como desaconselhável a vinda dessas forças estrangeiras para a Guiné-Bissau, na sequela do 1 de Fevereiro, foi desprezado.
PS Foi então este o "visto" para a invasão que apresentaram na fronteira, uma nota emitida por um representante da CEDEAO residente num país terceiro? Se este dá por cumprido o seu pedido, qual a diferença com uma ordem? Não deveria haver uma anuência do Estado Maior ou a "CEDEAO" já assumiu a ocupação? Por que razão não foi ainda tornada pública a notícia da chegada, por via aérea, de um pequeno contingente nigeriano? Vieram para brincar às escondidas? Já agora, por que razão a logística deste contingente nigeriano vem da Gâmbia ocupada, via Senegal, em vez de desembarcar em Bissau, que é mais perto? Evitavam ter de cruzar fronteiras internacionais, mesmo que tomando o cuidado de vir desarmados. Não se trata apenas de atravessar a fronteira, deveriam permanecer desarmados enquanto em território nacional, é a isso que se refere o espírito do citado "protocolo" internacional: em condições de plena soberania, as forças armadas nacionais têm o exclusivo das armas, o monopólio da violência institucional.
Foto Ditadura do Consenso.
A montanha pariu um rato
A uma semana de se completarem 3 meses desde o 1 do 2, a coisa não ata nem desata. Pelos vistos ninguém quer assumir o suposto processo em curso (3 gatafunhos sem designação), com um despacho escandalosa e estruturalmente contraditório (deve ser para compensar a ausência do normal contraditório processual) no seu articulado, que envergonha a vaga réstia de credibilidade da jUSTIÇA, e salpica o PGR por colaborar com tamanha barbaridade.
É óbvio que estão a tentar tapar o sol com a peneira, que os magistrados foram chamados a posteriori para encobrir e tentar dar uma aparência de legalidade à coisa, mas meteram os pés pelas mãos. A batata deve estar quente... O facto é que não souberam lidar com o caso, muito menos conseguem lavar as mãos. Por isso, e passados já dois dias sobre a sua divulgação, é de estranhar a ausência de reacção dos muitos comentadores, jornalistas, ordem dos advogados, etc, perante a presumível apetência do público por este grave assunto. A suposta Comissão interministerial de inquérito não terá constituído apenas um mandato em branco para todo e qualquer desmando? Quando se envereda por caminhos tortuosos, torna-se difícil reportar.
A verdade é que a tarefa se apresentava ingrata, tomando por indícios suposições do Presidente... ouviu-se invocar publicamente como "prova" da implicação de Bubo a sua presença na Marinha (consta que o Almirante para lá se terá dirigido precisamente para evitar ser acusado do caso, numa atitude que nem sequer, aliás, é nova, habituado que está a ser tomado para bode expiatório de todas as confusões), ou ter ouvido (num momento comprometedor e numa situação pouco compatível com a dignidade presidencial) um dos assaltantes reclamar reforços (terá ouvido explicitamente o nome do destinatário? é estranho, normalmente nestes processos evita-se fazer uso).
Para quando a nomeação de uma outra Comissão de Inquérito que investigue os procedimentos e os métodos desta Comissão de Inquérito opaca e inconclusiva? Para já, a opinião pública tem de contentar-se com explicação nenhuma. Nessa ignorância e à falta de melhor, fica para reflexão a questão que se impõe, a qual é independente dos implicados ou suas reais intenções: por que razão ninguém saiu para defender o presidente? Nem dos quartéis nem dos bairros (como aconteceu também a 1, mas do 4, há uma dúzia de anos)?
sábado, 23 de abril de 2022
Decalcomania
1) assinar com o Senegal contrato petrolífero em condições draconianas
2) chamar tropas estrangeiras de ocupação para guarda pretoriana
Infelizmente, trata-se de um lamentável dejà-vu, sujeitando-se a desfecho semelhante.
sexta-feira, 15 de abril de 2022
Portugal fora da NATO já!
Agora que a organização se tornou ofensiva, contrariando os seus estatutos, e avançando perigosamente para Leste, o risco de Portugal se ver inadvertidamente envolvido numa guerra que não é sua aumenta exponencialmente. O foco deslocou-se e com tantos novos aderentes, nem dão pela nossa falta. Com o Brasil, há espaços para novos realinhamentos estratégicos atlânticos no novíssimo xadrez mundial, que mantenham a equidistância e contribuam para o equilíbrio global. A humilhação da Rússia não é uma boa ideia, tal como não foi a da Alemanha, há um século.
PS Infeliz ver países como a Finlândia e a Suécia desperdiçar uma tradição de neutralidade. Olof Palme deve estar aos saltos na tumba.
domingo, 10 de abril de 2022
Imprecisão
A Liga fala em detidos, contudo a palavra está mal escolhida. Para além das 24h, detenção é uma medida de coacção aplicada por um juiz. Não sendo o caso, a palavra mais adequada é sequestro, pelo menos até que sejam tornadas públicas as modalidades do mandato legal que para o efeito decerto receberam os agentes.
PS quanto mais tempo passa, mais custa a bota a descalçar.
quinta-feira, 7 de abril de 2022
Atrocidades mediáticas
A diabolização da Rússia continua. Tal como cometeram a irresponsabilidade de alegremente apoiar os americanos na invasão do Iraque e do Afeganistão, na destruição da Líbia e da Síria, o pseudo-poder opinativo de um Portugal enrolado num bloco onde a nação se não reconhece, pela batuta de um monhé embriagado pelo poder, prenhe da mediocridade socialista e da falta de visão estratégica e patriótica da decadente maçonaria local, continua o trabalho do politicamente correcto, manipulando as massas, tal como em tempos o faziam já os PP (Pedro Passos e Paulo Portas). Nisto de lavagens ao cérebro, a única vantagem é a canibalização do COVID.
Viva! Viva! Viva!
Viva o povo e o país dos Homens incorruptíveis! Podes finalmente descansar em paz, HOMEM!
PS Quanto a Ouattara, agora que o assassino foi condenado, faria bem em deportar via terrestre o terrorista que encobre, sob pena de incorrer na fúria africanista.
terça-feira, 5 de abril de 2022
Cansaço premonitório
Coincidência? Uma semana antes da in(t ou v)entona de 1 de Fevereiro, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas insistiu para ser desobrigado do cargo.
E com razão, pois já por várias vezes tinha denunciado tentativas de mobilização para um golpe, a última três meses antes do sucedido, aliás desmentida pelo Ministro do Turismo (curiosamente foi o primeiro a avançar com lista de nomes dos supostos envolvidos, ainda antes da constituição da comissão de inquérito, a qual, contrastando com essa rapidez, ainda não apresentou até à data quaisquer resultados).
Nestas circunstâncias, parece de bom tom que o CEM mantenha a sua leal prestação republicana e evite exorbitar das funções que lhe estão cometidas. Seria manchar a carreira na ponta final. No discurso público que fez à sua chegada a Bissau pós factos, defendeu não serem necessárias forças estrangeiras; pelo contrário, a Guiné é que as poderia disponibilizar para outros países da sub-região com reais problemas securitários.
sexta-feira, 1 de abril de 2022
É mentira!
Num comentário anónimo desmente-se o rapto, sugerindo como mais adequada a figura do sequestro presidencial. Para boa parte dos entendidos, está iminente o resgate do refém por parte das forças armadas nacionais.
PS Não é mentira, por outro lado, que hoje se contam já dois meses desde a intentona (ou inventona, como alguns consideraram), sem que tenham sido divulgados quaisquer resultados (o que permite todas as especulações), mantendo-se o estado de excepção não declarado, com múltiplas violações dos direitos individuais, incuindo o habeas corpus, que nem César ousava desrespeitar (e mesmo assim, não acabou lá muito bem).
CEDEAO reduzida a 9?
Dos 15 países que a compunham, a Guiné, o Mali e o Burkina estão suspensos, o Níger na iminência de se lhes juntar, enquanto a Guiné-Bissau e a Gâmbia, colonizadas pelo Senegal, perderam a soberania.