Ramos Horta aterrou em Dili e de lá fez saber que tem em preparação uma conferência sobre a Reforma das Forças Armadas a realizar em Julho. O Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas parece disposto a pegar o boi pelos cornos.
Nesse contexto, gostaria de sugerir uma possibilidade: a introdução do Serviço Militar Obrigatório, com período curto (estilo seis meses), de forma a rejuvenescer as FA e a reconstituir, no seu seio, o mosaico étnico que constitui a Guiné-Bissau, tornando-as e fazendo-as sentir como realmente nacionais.
Há 2 minutos
4 comentários:
Depois de ouvir a recente entrevista à RDP, começo também a sentir que Ramos Horta, depois de um ou outro erro de percurso, de ter aguentado a pressão e corrigido o tiro, está genuinamente apaixonado pela Guiné-Bissau, cujo povo e terra o soube conquistar.
Começou a afeiçoar o ouvido e está a ser muito rápido a aprender «chinês»: já percebe quase tudo o que o General Indjai diz! Quem corre por gosto não cansa. Muitos parabéns. Desde já peço desculpa ao senhor Representante Geral, se alguma vez abusei do discurso, aqui neste blog, motivado por alguma desconfiança inicial em relação à sua pessoa.
O recenseamento obrigatório aos 18 anos com uma passagem breve pelas FA ,á imagem do que foi feito durante décadas em Portugal parece-me um princípio para criar um espírito de Nacionalismo mais forte, para alem claro de uniformizar etnicamente as FA.
Claro que este será um dos muitos passos a dar, que só serão possíveis com apoios da comunidade internacional, num clima de estabilidade, que levará o seu tempo, mas que a seu tempo tornarão as FA no verdadeiro garante dos princípios da Constituição, e não como tem acontecido até agora em grupos armados que se servem do poder das armas para interesses na maior parte dos casos que nada têm a ver com os dos seu Povo que juraram defender.
E, porque não, para contrabalançar a cultura de militarismo, alargar a circunscrição às mulheres (por um período mais curto e isentando as mães, claro). Estar-se-ia assim a introduzir também um toque de sensibilidade e de paz.
A passagem seria uma espécie de FAnado cidadã(o) para jovens, oportunidade para novas amizades e consolidação de laços inter-étnicos, saindo assim da «casca» (do ovo tribal, mas sem renegar as suas origens) para o mundo.
E poderia ser aproveitado para lutar contra o analfabetismo remanescente, envolvendo as FA numa verdadeira reconstrução mental da nação.
O serviço militar obrigatório no caso da GB teria que ser facultativo para as mulheres.
È comum encontrar-mos "crianças" com 12 ou 13 anos que já são mães. Considerar a obrigatoriedade do serviço militar ás mulheres parece-me numa primeira fase, inadequado.
Quando falamos (falo) destas questões esquecemos que um dos mais importantes trabalhos a fazer na GB é nas áreas da educação, da saúde e da justiça,onde nada(quase nada) funciona! E na educação é triste vermos o empenho ,a vontade que crianças e pais colocam no desejo de que o sistema funcione!
E se é escusado falar do que os sucessivos governos não fizeram, neste caso acho que Portugal podia e devia ter feito muito mais! Muito mesmo!
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