Hoje, 20 de Maio, é a data prevista para o início do julgamento do ex-diplomata iraquiano Tarek Aziz. O processo é uma barbárie pois o velho senhor, para além de estar doente e paralisado de uma perna, é um velho aristocrata, incansável fumador de charuto, e um grande estadista, velha raposa que apertou a mão a todos os grandes deste mundo (incluindo a do seu chefe religioso, o Papa João Paulo II); é no mínimo pouco elegante que poucos ou nenhuns se levantem hoje para o defender.
A acusação, é uma farsa: não encontraram nada melhor para acusar o senhor que o fuzilamento de quatro dezenas de comerciantes, por açambarcamento de géneros, durante a guerra Irão-Iraque dos anos 80! Independentemente de Sua Excelência garantir que tomou conhecimento do caso pela comunicação social, vamos admitir, reduzindo ao absurdo esta tese, que tinha realmente dado essa ordem pessoalmente e por sua iniciativa, sem se escudar em quaisquer instruções ou orientações políticas superiores…
Num contexto de ruptura alimentar, certos comerciantes retêm a mercadoria em armazém para poderem lucrar com a escassez e a fome; o prejuízo é óbvio para toda a gente; a tentação para proceder dessa forma é grande, pelo que seria possível ter uma situação paradoxal de armazéns abastecidos e fome nas ruas; qualquer político responsável e consistente, tendo em conta a intensidade dos estímulos, teria de tomar uma decisão forte, para evitar à sociedade males maiores; o exemplo certo no momento certo.
As forças ocupantes não têm qualquer legitimidade política (para além da militar, que concede o frágil estatuto de «vencedores»), para avançar com este processo: não conhecem o conceito de «razão de estado»?. Criminosos são os decisores americanos (com a conivência de uma Europa amorfa), no seu gabinete com ar condicionado, quererem impor aos iraquianos o seu império e a sua ordem, com a desordem que se constata, o rol de misérias e de desgraças… Espero que Sua Excelência consiga manter a dignidade que se impõe… os mártires cristãos vão torcer por si!
Há 10 minutos
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