quinta-feira, 16 de julho de 2020

Capícuas barram DSP na ANP

A proposta de resolução do PAIGC sobre a situação política foi chumbada por 55 contra 44 deputados, num total de 99 votantes. 


Mas, segundo o discurso "oficial" do partido, seria plausível alguma proposta de resolução? 

Como pode o PAIGC de DSP tomar resoluções que obriguem um governo que não reconhece? 

A incoerência deve ser lida à luz da indecisão que o PAIGC tem mostrado em relação à gazeta ao Plenário. Dia sim, dia não. Se, enquanto conseguiram fazer durar o mito da maioria parlamentar, era uma decisão absoluta, que não admitia qualquer sombra de discussão, agora, que ficou provado serem a minoria, estão legitimamente desconfiados que essa talvez não seja a melhor estratégia.

No vídeo da votação, nos momentos que a antecedem, vê-se um patético Califa Seidi, líder de bancada parlamentar do PAIGC, a defender sem qualquer convicção a incoerência que afectava as suas hostes; claramente em posição de fraqueza, confessa que plagiaram a proposta original, balbuceia que tentaram encontrar o consenso, alega que se não fosse assim, a proposta seria muito mais violenta...

A proposta de resolução do PAIGC foi claramente uma contra-proposta. Mas uma contra-proposta a quê? O que é que assustou tanto o PAIGC, que justifica todo este corridinho? 

Nas alegações finais, tanto o MADEM, como o PRS fizeram questão de enfatizar a existência de uma alternativa, claramente preocupados que a questão ficasse por ali. 

Uma pessoa fica curiosa com essa enigmática proposta de resolução "alternativa", a qual decerto foi a proposta original, e está na origem de todo este burburinho, com a agravante de, nesta questão, o PAIGC parecer já estar apenas a querer queimar tempo. Abriu-se uma brecha na super-estrutura? Confrontados com a perda da iniciativa política, estão forontados? 

Cipriano Cassamá, sentindo-se encostado à parede com a falta de paciência do MADEM para se continuar a protelar, acaba por assumir, aos 12 minutos no vídeo citado: "que fique claro: não podemos fazer debate, sem resolução. A resolução tem de existir. Agora, se for chumbada hoje, amanhã voltamos, apresenta-se outra proposta e vota-se de novo."

Será o epílogo da saga da proposta de resolução maioritária, da qual decididamente não gostaram, ou estarão a esta hora a forjar novos pretextos para daqui a um bocado tentarem impedir o consumar da alternância?

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