quinta-feira, 19 de abril de 2012

Reviravolta na CEDEAO

Reviravolta e (apenas) a primeira humilhação para Paulo Portas. A CEDEAO deverá reconhecer dentro de poucas horas o novo Estado guineense: na sequência da delegação de alto nível enviada, impressionados com a dignidade da recepção a que tiveram direito em Bissau, com a disciplina, a unidade, o rigor e o aprumo do Comando Militar, os nigerianos, que também aspiram ao estatuto de potência regional, e não estavam nada a ver com bons olhos o expansionismo angolano para norte do ecuador, e muito menos agora forças europeias a voltarem para África sabe-se lá com que intenções, decidiram: qual democracia, qual carapuça: estes homens estão decididos a salvar a sua independência!

Na mesma altura, Paulo Portas tenta mover mundos e fundos para a sua guerrinha de algibeira, que não passará disso mesmo, um arrufo inconsequente. Não acha que está a esticar a corda? Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, está na hora de demitir este autista e irresponsável antes que faça mais asneiras. O discurso está a perder todo o contacto com a realidade: primeiro queria uma força de interposição onde não havia ninguém à briga (claro que é lamentável a morte do cão do ex-primeiro ministro, ninguém diz o contrário); agora quer uma força de reposição da paz (???) para onde não há outra guerra senão aquela que para lá pretende levar... Já os militares portugueses, julgo que têm uma autonomia profissional que lhes permitirá dizer um «Não» terminante aos seus (ir)responsáveis políticos.

Talvez agora percebam as declarações de Passos Coelho no Montijo, que tão mal caíram, por serem tomadas num sentido abstracto e genérico: não, o senhor Primeiro-Ministro não estava a falar em termos genéricos e filosóficos, mas em termos muito actuais, de venderem as carcaças a troco de dá cá aquela palha: a constituição não obriga a uma autorização para declarar guerra a outro país? Recusem-se a alinhar nesta estupidez, sem honra nem glória, que só pode envergonhar os quase novecentos anos de história militar do exército; caso contrário, se de lá voltar algum, vai direitinho para o manicómio; perguntem aos mais velhos...

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