sábado, 14 de abril de 2012

Paulo: Não entres assim a matar! Bate primeiro às Portas

Senhor Ministro, não prepare nada em Bissau em nome dos cidadãos portugueses, sem primeiro perguntar aos interessados. Qualquer atitude impensada da sua parte teria o efeito exactamente contrário, pernicioso e, muito possivelmente, infeliz, para aqueles que diz querer proteger. E, a colocar meios na zona, seja mais discreto, senão arrisca-se a ser visto como um agressor. Felizmente que os guineenses em geral e os militares em particular sabem que, com esta sua atitude, não representa o sentir da maioria esmagadora dos portugueses, que são claramente contra todo o tipo de ingerência em ex-colónias: responder-lhe-iam perguntando-lhe, sr. Ministro, «_Então não quiseram a independência?». E mais: as pessoas ainda não sabem das verdadeiras motivações da sua «preocupação», encomendada (e decerto, regada) por outra ex... Não deveria abdicar de formular uma posição própria, para quê colar indecente e indecorosamente à posição de outro país?: Portugal já não é a mãezinha de Angola; sr. Ministro, não hipoteque a soberania nacional! Por este caminho qualquer dia Portugal transforma-se num protectorado de Angola.

A quem pedirá licença para atracar no porto, se não há governo? Está a pensar fazer um desembarque anfíbio e depois marchar para Bissau? Explicou bem o plano aos senhores generais? Como em Conakry em 1970? Ó bendito Mar Verde! Que glória o espera! Mas não o faça sem primeiro pedir a opinião de Alpoim Calvão! Se calhar mesmo o melhor é despachar os seus soldados no voo da TAP, que sai mais barato? Veja lá, o melhor é mandá-los desarmados, porque os guineenses agora deram em confiscar todas as armas que por lá caem. Por favor, não mande os submarinos que comprou, pois ainda ficamos sem eles (e ainda não os pagámos). E depois disso, já tem um plano para recolonizar o país? Poupe-nos ao ridículo! E sobretudo abstenha-se de fazer o que quer que seja. Os guineenses são suficientemente idóneos para resolverem os seus problemas sem ingerência externa. Cuide da sua soberania e não ofenda a dos outros.

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