Uma ONU alienada e em decadência total, com Guterres obrigado a engolir mais um prato intragável, depois da história dos legionários franceses em Bangui. Em vez de se calar para minimizar os estragos, esperneia freneticamente, afectando escândalo. Então a organização é imune? A quê? Só se for à farsa COVID. Mas, pelos vistos, ao seu cretinismo iNATO, não. Não viu os sinais? Quando o povo maliano, em sintonia com as suas Forças Armadas, demitiu Keita, não reparou nos blindados da MINUSMA atirados para a valeta? Um dia antes dos factos invocados do dia 13, não recebeu uma chamada do Presidente maliano, chamando a atenção para a necessidade de ser respeitada a soberania nacional? Já não há qualquer dúvida de que Paris infiltrou a ONU para a prossecução dos seus inconfessos procedimentos golpistas, recorrendo às marionetes de serviço.
O onusiano agora declarado persona non grata está sediado em Paris. Consultando-se o seu perfil no twitter, na origem da polémica, pode ver-se um disclaimer, em cabeçalho, no qual assevera que os seus pontos de vista são pessoais. Então por que não se contenta com a sua foto e usa o logo da ONU? Nada há de pessoal nas suas publicações, que não esteja relacionado com o seu trabalho. As autoridades malianas deveriam igualmente consultar o seu perfil no linkedin, que é ainda pior... Acrescenta que os seus retweets não implicam forçosamente concordância. Mas, neste contexto e mesma semana, faz igualmente retweet de Guterres, no qual este afirma grosso modo que a desinformação pode matar (para bom entendedor... é fácil perceber quem eram os destinatários, pois muito bem, estes enfiaram o barrete), para além de dar tiros nos pés, partilhando neste contexto, apesar de já ter alguns meses, o documentário de Jean Crépu da ARTE, "Guerre au Mali, coulisses d'un engrenage", o qual aliás recomendo vivamente: ao minuto 50, a engrenagem ONU é claramente denunciada...
...le robinet de l'aide sur lequel sont branchés une multitude de ONG et d'autres instituitions, continue de couler sans que rien ne change, business as usual, comme on dit. Ses programmes sont terminés mais ils ont des frais de fonctionnement énormes. Ça fait vivre beaucoup de monde. Les per diem, les vehicules 4x4, les machins... tous ces occidentaux, qui, à Bruxelles, à Paris, sur le terrain, sont les employés de ces grandes organisations, que ce soit les ONG, soit les Nations Unies, soit la Commission Européènne, ces gens là vivent de ça, ils font le commerce, donc, qui va se mettre un jour autour d'une table en se disant: "non, franchement, ce qu'on fait là ça sert à rien, va falloir qu'on change de méthodes".
A promiscuidade da ONU com o "mandato" que se arrogam os franceses na zona, mal disfarçado pela inclusão de outros países (que aliás não param de desertar), tornou-se demasiado patente com o assassinato que decapitou a liderança tuareg (empoderando as facções jihadistas, o qual não mereceu uma simples nota de condenação ao seu Secretário-Geral), já para não falar dos erros da aviação francesa, como bombardear um casamento (só por os seus drones terem detectado uma concentração anormal de motas), ou os 3 prisioneiros (numa captura de 4), capturados incólumes, que morreram no caminho para Bamako, entre outros casos. Agora pode imaginar-se aquilo que Blaise Compaoré foi fazer a Ougadougou recentemente... numa visita que surpreendeu toda a gente, e de onde nunca devia ter saído, senão para o cemitério, cumprindo a ordem do tribunal; o corpo que o levassem depois de volta para Abidjan... Mas quem avisou Assimi Goita? Terá sido Paul Damiba?
Quanto aos factos: se bem que os mercenários de Abidjan tenham chegado desarmados num avião, este era logo seguido de outro avião carregado de armas; para além disso, cada qual apresentou individualmente uma versão diferente da sua missão. Muito suspeito. Qual rotação, como afirmou Olivier Salgado, qual carapuça. A ONU, em vez de solução, passou a fazer parte do problema, sujeitando-se a servir de cavalo de Tróia a Paris. São por isso patéticas, as declarações produzidas.
PS Já para Paris, a coisa não corre definitivamente de feição. Dois abortos, em tão curto espaço de tempo? É o descrédito total. Resta saber em que medida isto pode afectar a cotação do marfim... e o status quo na sub-região. Perante o desespero de Macron, Buhari já percebeu que os francófonos estão em convulsão e que não se sabe o que daqui pode sair, mais uma boa razão para entregar a presidência da CEDEAO, aliás igualmente completamente desacreditada, a terceiros.