Sandji Fati nomeado Chefe de Estado Maior das Forças de Ocupação, aparentemente em acumulação de funções com a pasta da defesa e sem receio de eventuais incompatibilidades, despacha-se a dar conta à Lusa. Há decerto uma certa dose de incompetência dos jornalistas, pois apesar de a isso se referirem de passagem, não estranham à "fonte" o facto de a dita força extranacional não ter nome (refere-se que não será ECOMIB, apesar de ser isso que vem pintado nos veículos) nem mandato formal da CEDEAO (nem sequer da ANP, como se exigiu em 2012, para a sua congénere), fala-se apenas genericamente numa missão semelhante à anterior, sem data nem contingente definido... São muitas incógnitas num assunto soberano tão delicado. Já para não falar dos custos... será que a União Europeia desta vez está para aí virada? De uma forma ou de outra, serão os guineenses a pagar. Quando podiam estar a enviar para o Mali ou Burkina uma milícia Mozart (obviamente bem paga) para competir com a Wagner... mas pelos vistos o parecer do CEMFA, que, virando o bico ao prego, tratou como desaconselhável a vinda dessas forças estrangeiras para a Guiné-Bissau, na sequela do 1 de Fevereiro, foi desprezado.
PS Foi então este o "visto" para a invasão que apresentaram na fronteira, uma nota emitida por um representante da CEDEAO residente num país terceiro? Se este dá por cumprido o seu pedido, qual a diferença com uma ordem? Não deveria haver uma anuência do Estado Maior ou a "CEDEAO" já assumiu a ocupação? Por que razão não foi ainda tornada pública a notícia da chegada, por via aérea, de um pequeno contingente nigeriano? Vieram para brincar às escondidas? Já agora, por que razão a logística deste contingente nigeriano vem da Gâmbia ocupada, via Senegal, em vez de desembarcar em Bissau, que é mais perto? Evitavam ter de cruzar fronteiras internacionais, mesmo que tomando o cuidado de vir desarmados. Não se trata apenas de atravessar a fronteira, deveriam permanecer desarmados enquanto em território nacional, é a isso que se refere o espírito do citado "protocolo" internacional: em condições de plena soberania, as forças armadas nacionais têm o exclusivo das armas, o monopólio da violência institucional.
Foto Ditadura do Consenso.
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