Cellou começa lentamente a penetrar nos circuitos de opinião pública francesa: gorada a conferência de imprensa (sempre muito formais, estes franceses) que convocara, estes puderam constatar que estava confinado ao domicílio, numa "quarentena" mediática dificilmente defensável. Considerando igualmente o impacto do relatório da Amnistia Internacional, a vergonhosa apatia e passividade da comunidade internacional, para além da estupidez do secretário-geral da ONU que insiste muito parcialmente nas "vias legais", os jornalistas internacionais constataram no terreno a ausência de manifestações de júbilo por parte dos seis décimos dos eleitores que supostamente votaram pelo terceiro mandato, para além de uma ou duas manifestações folclóricas claramente encomendadas (não mais de uma dúzia de pessoas e fortemente protegidas manu militari).
Em curta entrevista telefónica, muito bem conduzida, Le Point conseguiu furar o apagão internet e ajudar Cellou a fazer o ponto da situação. Há um "pormenor" que pode ser melhor explorado, em termos de comunicação e de articulação argumentativa. Talvez a pressa e o stress da chamada não tenham permitido ao novo Presidente guineense explorar devidamente a notícia publicada em primeira mão neste blog; o relevo que lhe é dado é diminuto, sobretudo técnico e não afectivo, ou seja, só os matemáticos e estatísticos podem intuitivamente compreender. Mesmo correndo o risco de ser redundante, não basta dizer que em Faranah a taxa de participação foi de 101%, é preciso mostrar explicitamente que é impossível haver mais votantes que inscritos. Fazer as pessoas pensar...
Em suma, é preciso pisar o rabo de fora, para assanhar o gato escondido.
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