Face aos evidentes sinais de desmoronamento do regime, Paulo Portas visitou a FILDA (Feira Internacional de Luanda) com sorrisos «promissores» para as empresas portuguesas, minimizando a crise como «situação transitória», e fazendo tábua rasa dos Direitos Humanos.
[Claro que não tem qualquer relevo o facto de o petróleo iraniano se preparar para entrar no mercado... a expectativa de que a cotação se afunde ainda mais (e se mantenha de forma estrutural) já está a ser reflectida pela cotação, que furou em baixa a barreira «psicológica» dos $50 - ou seja, a solvabilidade da «engenharia» JES é tendencialmente nula].
Recomenda-se que preste especial atenção ao stand da Soares da Costa, uma grande empresa luso-angolana (sobretudo depois da tomada de participações maioritárias por um «empresário» desse país, o mesmo que depois de afundar o BES se propôs salvar o Sporting), empenhada na construção de grandes obras públicas do regime. Frisou orgulhosamente «a presença significativa» de empresas portuguesas.
Evidencia assim que está na primeira linha, ao lado do presidente francês (aliás, hoje voltou a ser criticado por isso no Le Monde), entre aqueles que desavergonhadamente continuam a apoiar um regime que já deixou cair todas as máscaras. Para grande mágoa sua, não poderá ir ao beija-mão ao chulo, porque a sua visita coincide com as férias do presidente JES, alheio à ebulição (não apenas retendo dezena e meia de activistas presos às suas ordens pessoais, como manda prender quem os visita, e assassinar quem organiza manifestações de repúdio), terá de se contentar com um vice (debaixo de fogo, Vicente passou de bestial a besta, acompanhando a evolução da cotação da Sonangol).
A hipocrisia parece não ter limites: resta apostar em quem vai cair primeiro: se é o proxeneta, se é a prostituta.
Há 16 minutos
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