Domingos da Cruz, num brilhante e oportuno artigo de reflexão económica, que o Club-K acaba de publicar, vem uma vez mais confrontar os ignorantes do regime com o seu elevado estatuto de intelectual orgânico (conceito, aliás, desconhecido pelo MPLA), demonstrando à exaustão que Angola possui uma força anímica bem mais consistente fora dos círculos do poder, com muitos dos seus filhos mais capazes sistematicamente excluídos da governação do país pela inveja dos medíocres já estabelecidos, num interminável ciclo vicioso.
Estimulado pela proposta do Mestre, ouso ir mais longe, defendendo a criação de um sistema de troca de vales: cada operador económico esforça-se por produzir o máximo, titula em vales (numerados, autenticados e com local de levantamento, nº de telemóvel e outras informações que julgue por bem) e depois troca com uma rede que se esforçará por alargar (eventualmente recorrendo à internet), para diversificar a oferta. Entretanto, com empenho e dedicação, as várias redes hão de se entroncar, formando um sistema de verdadeira economia real, que permitirá dispensar a farsa que representa a moeda do tirano.
Com um pouco de prática, estudando a evolução dos termos de troca e indexando o valor de alguns bens básicos, seria possível emitir uma moeda verdadeira, sustentável e propiciatória da iniciativa dos angolanos, sem inflacção e independente da cotação internacional do petróleo. Quanto aos kwanzas? Sempre poderiam servir, enquanto não surge uma oferta nacional de papel higiénico reciclado.
E Domingos decerto daria um excelente Ministro da Economia e Finanças.
Há 15 minutos
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