A CPLP não passa hoje de uma reles prostituta (para evitar aqui neste blog o saudável e mais que justificado vernáculo). Transformada em Agência de promoção dos pseudo-interesses económico-paranóicos de José Eduardo dos Santos, o seu Secretário Executivo ainda tem a lata de vir considerar «importante que cada cidadão de países da CPLP sinta a existência da organização, com a qual se identifiquem»...
«Não haverá nenhuma solução positiva para a Guiné sem o concurso de Angola»? Quem lhe encomendou o discurso? O senhor Secretário Executivo precisa de ler os estatutos da sua própria organização, que estipula, entre outros, como princípios fundamentais, a igualdade entre Países e a não ingerência nos seus assuntos internos. Que raio de pretensão, a de Angola querer apresentar-se publicamente como salvadora da pátria alheia!
Depois de um discurso de Ano Novo do seu Presidente, «confessando», para consumo interno, as grandes dificuldades que o país atravessa, será que não tem mais que fazer, para ocupar o seu precioso tempo e dinheiro (que vai escasseando)? Há clara inconsistência no discurso de «liderança» de Angola na CPLP! Não constituem estas declarações uma óbvia má educação, perante o momento, que se pretendia de afirmação do Brasil?
A CPLP não apenas se desintegrou, a título de organização, como, pior, se está a transformar numa imagem negativa e simétrica (para evitar o diabólico, que poderia ser confundido com alguma ortodoxia intolerante) do espírito que presidiu à sua criação. Em vez do reforço e promoção de uma identidade linguística e dos valores universalistas a ela associados, com as inerentes vantagens económicas, assiste-se a uma radical desidentificação.
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