quinta-feira, 2 de abril de 2020

As porcas trampalhonas

Depois de ter abusado da TAP para as jogadas sujas de Trump, com a conivência d'a porca mor Lacerda, que puxa os cordelinhos da marioneta que os portugueses ainda tomam por Primeiro-Ministro, o augusto porco nazi SS quis reproduzir na ilha da tartaruga a baía dos porcos.

Portugal, em termos diplomáticos, mesmo em tempos de guerra fria, sempre manteve uma prudente equidistância entre os blocos. Nada justifica este ultrajante aventureirismo mercenário, a coberto da cortina de fumo que constitui a paranóia kafkiana psicossomática viral que parece ter tomado conta do mundo.

Factos: o barco Resolute, hasteando (e não "ostentando", seu anormal!) bandeira portuguesa, registado no Funchal, de capital alemão, fiscalmente sedeado no paraíso fiscal das Bahamas, concebido para cruzeiros na Antártida, parado há meses por dívidas e à beira da falência, tripulado por ucranianos (obviamente sem passageiros), foi interceptado em águas territoriais pela vedeta Naiguatá da Marinha venezuelana e instado a dirigir-se a um porto do país para fiscalização, no estrito cumprimento da legislação internacional.

Comprometidos, abalroaram o navio fiscalizador, provocando o seu afundamento. Segundo o Presidente venezuelano, com uma tonelagem oito vezes superior e um casco revestido para partir gelo, foi como se um pugilista peso-pesado assentasse um soco directo numa criança. A empresa proprietária nega a versão, produzindo comunicado afirmando que estava apenas a reparar um dos motores em "águas internacionais" e que terá sido abalroada pela embarcação venezuelana. Mesmo aceitando de barato de que estavam a reparar o motor no limite das águas internacionais, faltou o mais importante: esclarecer o que faziam ali e por que razão se apressaram a fugir para águas "europeias" (resquício do colonialismo nas Américas), sem prestar assistência aos náufragos, segundo as leis do mar e da terra (acabariam por ser resgatados pelas autoridades venezuelanas).

Tudo contribuiu para a percepção de que a reacção do porco SS correspondeu na prática a uma confissão: não só a postura corporal, a tentativa de minimizar aquilo que displicentemente tratou como "incidente isolado" (será por ter sido perto de uma ilha, sabendo que a raiz etimológica "isola" corresponde a "ilha"?, uma vez que não é o primeiro, já foi pelo ar e pelo mar!), a qual, aliás, viria a ser reforçada pelo agradecimento que o golpista Guaidó lhe fez nas horas seguintes, na tentativa de convencer os militares a aderirem a um golpe frustrado graças ao aviso que Putin enviou ao Presidente Maduro.

O Partido Comunista Português, que pertence à geringonça, depois do comunicado emitido sobre o assunto (no qual, ingénua ou distraidamente, não associavam os dois factos), deve estabelecer como ponto de honra não só a criação de uma verdadeira comissão de inquérito (com ou sem o apoio das autoridades holandesas, obviamente também envolvidas no Coração da palhaçada), mas exigir a demissão imediata e incondicional desta porca trampista, sob risco de doença coronária.

Poupem-nos a mais vergonhas destes vendilhões da pátria (sim, que tal como para os ucranianos, deve haver um "prémio de risco")!

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