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Enquanto isso se passa, um importante documento (que pode mesmo ser considerado de precedente a nível mundial), uma carta aberta assinada por quatro ex-presidentes do Burundi, vem desautorizar Nkurunziza e reforçar as firmes convicções da revolução popular, que exige que Nkurunziza retire a sua candidatura a um terceiro mandato. Enquanto isso, neste momento, as milícias gritam na rua, em jeito de provocação: «Acabou-se o reinado de Niyombare [chefe dos amotinados, cujo paradeiro é de momento desconhecido], viva o PRIMEIRO MANDATO de Nkurunziza».
Após o lamentável caso da surreal rendição da segunda figura golpista, que terá atraiçoado o líder e sido cooptado pelo Presidente deposto, teme-se, à boca pequena, segundo o jornalista do Le Monde Jean Pierre Remy, uma sangrenta repressão. Em muitas zonas do país, a própria polícia tinha aderido ao Golpe de Estado consonante com o desejo de Revolução Popular (muitos dos chefes de posto foram presos). O que provocou uma reacção popular de indignação e repúdio, acusando o falhanço militar de ter quebrado o levantamento popular. Em Musaga, a população interpôs-se entre a polícia, que vinha prender os «cabecilhas» e a barragem dos militares golpistas. Num momento de tensão, a polícia chegou a disparar por cima da multidão. Os militares acabaram por ser eles próprios a levantar a barragem e a sugerir à polícia que se acalmassem...
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