segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dívida pública em carteira

Enquanto o Governador do Banco Nacional de Angola encerrava o Fórum de investimento em Dívida Pública, o relatório semanal da mesma instituição, dava conta da colocação de menos de 0,5% do previsto. Os 99,5% sobrantes juntam-se assim aos montes de títulos do tesouro já amontoados desde Fevereiro. Ou seja, as autoridades monetárias não conseguem sequer absorver um por mil das divisas em dólares colocadas no mercado, evidenciando um grave desequilíbrio na execução da componente de financiamento interno do OGE, já revisto.

As declarações do Governador, dando a entender que os 300 milhões de dólares por semana que têm vindo a ser disponibilizados para a banca serão brevemente reduzidos, falando em RACIONAmento [ó senhor Artur Queirós, anda a dormir? este é um erro de palmatória, aqui só poderia ser usada «RACIONAlização», está esquecido do mestre? não há «retiradas», apenas «reposicionamentos estratégicos»], redundam na gaffe imperdoável de um alarmante discurso quanto ao nível de reservas (continua a referir dados - opacos - de Fevereiro), induzindo ainda maior depreciação da moeda...

O dólar deu hoje novo salto, para mais de 200Kz, no mercado informal.

1 comentário:

7ze disse...

A LUSA opta por referir como câmbio o preço a que costuma comprar os kwanzas em Luanda (entregam um dólar e dão-lhes «mais» de 150 Kw). No entanto, essa informação não tem qualquer interesse pois aos angolanos interessa é o preço a que se compra o dólar com kwanzas e não o contrário (todos sabem que na semana passada precisavam de 175 Kwanzas para comprar um dólar)... O jornalista que produziu esta notícia http://angola24horas.com/portal/index.php/economia1/item/4201-banco-nacional-corta-na-venda-de-divisas-a-banca-comercial é que decerto já abandonou Luanda há uns tempos. A notícia é manipuladora, no sentido em que pretende dar a entender que a queda será suave... O que está aqui em jogo é que a injecção dos 300 milhões de dólares por semana são o custo mínimo para manter a farsa (mesmo com sectores a parar por falta de matéria prima enquanto os parasitas do regime aumentam as compras de luxo em Lisboa) e que este é um claro sinal de que o montante virá a ser drasticamente reduzido na próxima semana. O money lag formal / informal representa já neste momento a diferença do simples ao dobro, com tendência para se agravar.