Apesar da fraca taxa de penetração da internet em Angola, cujo acesso se mantém restrito a uma elite, o FaceBook constituiu-se rapidamente como uma plataforma de partilha de informações não sujeitas à apertada e hegemónica censura oficial. Por isso, os bocas de aluguer do regime não perdem uma ocasião para diabolizarem a ameaça que representa para o regime o acesso a informações livres, contrariando as mentiras descabeladas que repetem à exaustão.
Dedicaram à questão dois editoriais nos últimos dois dias, no Jornal de Angola, a Voz do Dono.
Graças ao adjunto, ficamos a saber dos perigos de desinformação que representam essas informações «não confirmadas» veiculadas por tais meios: «quem foi atrás da “má nova” está a constatar, felizmente, que afinal a premonição não passou de uma mentira descabelada», chegando ao cúmulo de insinuar que aquilo que se passou no Sumi se tratou de um suicídio colectivo! Pouco dias depois do dia da liberdade de imprensa, associa esta
«a um convite à irresponsabilidade, à proliferação de informações falsas
com o claro objectivo de criar um ambiente generalizado de descrédito
e, desse modo, caminhar-se para o aprofundamento da crise de valores
sociais.» Os maiores expoentes dessa crise são o próprio Manaças, o Director e o Mentor!
Não assinado, mas na mesma ordem de ideias, o editorial de hoje, a pretexto de uma feira de novas tecnologias em Luanda, defende as vantagens da universalização do acesso à internet, MAS...
«Esperamos que as últimas cenas reprováveis, em matéria de propagação pela Internet de conteúdos informáticos que degeneraram em actos criminosos, sirvam como ensinamento para todos os utilizadores das novas tecnologias de informação e comunicação. É verdade que, em muitos casos, o acesso às novas tecnologias de informação e comunicação é feito sem a preparação elementar sobre os conteúdos a inserir e partilhar, sobretudo nas redes sociais onde o aparente “vale tudo” esteja a servir como regra de actuação.»
Há 1 hora
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