O até agora Ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, António Patriota, foi desempossado e substituído por Luiz Figueiredo, até aqui Embaixador do Brasil junto das Nações Unidas.
Patriota não soube interpretar correctamente as directivas e estratégias de um desejável fortalecimento do papel do país a nível internacional, tendo a Guiné-Bissau sido um caso flagrante.
O Brasil pretende assumir-se como uma via de diálogo e compromisso, defendendo que é necessária responsabilidade ao «proteger», não ingerência em assuntos internos dos outros países.
É um passo em frente do Brasil, num momento crítico. Demitido António Patriota, manifestamente incompetente, é reveladora a vontade de afirmação do novo Ministro, na sua estreia.
Efectivamente, o Brasil enfrenta a América, cola à Rússia, defendendo consensos. A primeira declaração de Luiz Figueiredo é por isso especialmente importante, por clara e assertiva.
Também no caso da Guiné-Bissau, o novo Ministro deverá introduzir uma grande mudança de atitude, descolando de Portugal e assumindo o seu papel latitudinal e transatlântico...
Há 20 minutos
4 comentários:
Ninguem desloca de Portugal, este pequenino e velhinho "paizinho" e que sempre andou atráz daquilo que os "filhinhos" decidirem.
Sempre foi assim, excepto no período de 1933 a 1968.
Claro que não queria dizer descolar de Portugal, mas sim da política anti-patriótica, de descarada ingerência nos assuntos internos de um país da CPLP, a Guiné-Bissau, promovida por este governo português.
Malam Dindim Mane
A destituição do ministro Patriota não tem nada a ver com o caso da Guiné-Bissau. Deveu-se a um problema diplomático entre o Brasil e a Blivia. O governo brasileiro não mudará a sua posição de condenação ao golpe na Guiné. A presidente Dilma conhece na pele as atrocidades dos militares golpistas e em respeito a sua própria história, é radicalmente aversa ao que acontece na Guiné.
E atenção: Chamar Antônio Patriota de incompetente!?...
Se o tom era congratulatório, por outro lado, não sugeri que a destituição de António Patriota tivesse directamente a ver com o caso da Guiné-Bissau.
Apenas afirmei que falhou redondamente na valorização do papel do Brasil no palco internacional, como se espera.
Por isso realcei a promoção do Embaixador na ONU e a sua atitude assertiva. Patriota deixou-se enrolar pela simpatia e diplomacia do «status quo» e esqueceu-se do Brasil.
Atitude pouco patriótica. Em Bissau, deixou-se «cativar» pelo poder «real» de Cadogo, sem espírito crítico. Em política não deve haver amigos «pessoais», sob risco de parcialidade e afastamento em relação à realidade.
Mantenho por isso que António Patriota não esteve à altura do desafio que aceitou como Ministro dos Negócios Estrangeiros de um país emergente e com vontade de o afirmar. O Brasil perdeu, na Guiné-Bissau, uma oportunidade para afirmar a sua independência e identidade.
As raízes de metade da população brasileira foram «exportadas» via Bissau; o Brasil, como fachada atlântica do MercoSul está especialmente vocacionado para o «redescobrimento» de África, e andam a dormir «na forma».
Lamentável.
Muito obrigado pela sua opinião e contributo, Malam; sinta-se sempre à vontade para comentar.
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