Sua excelência o Embaixador Francisco Henriques da Silva, que representou Portugal na Guiné na guerra colonial como soldado; e depois no período da Guerra de Libertação da Junta Militar, como diplomata, deu uma conferência na Sociedade Histórica da Independência de Portugal sobre a situação no país (aproveitou para prometer para breve um livro sobre a sua experiência em Bissau nos anos 1997/99...).
Permitam-me que realce dois pontos notáveis:
«Os golpistas vão beneficiar do factor tempo e este é a melhor panaceia
para todos os males e para a resolução de todos os problemas. A Nigéria e
as francófilas Costa do Marfim e Senegal ganharam a partida, mas Angola
estava, claramente, a jogar out of area. O golpe consolida-se com cada
dia que passa. Um governo acaba de tomar posse. Os militares afirmam que
vão regressar às casernas. Entramos, pois, na via da “normalização.”»
«Por muito que Cadogo, Portugal, Angola e “tutti quanti” queiram, é
virtualmente impossível que os dirigentes depostos regressem ao poder.
Nem isso faria muito sentido, mesmo que fosse exequível»
Fica a curiosidade em relação ao seu novo livro, esperando que se autorize a contar os meandros das intrigas decorridas em Lisboa entre os espiões partidários de Nino Vieira e os apoiantes da Lusofonia, encabeçados pela pessoa do então bastante activo Secretário de Estado para a Cooperação... E de como se deu uma subtil, mas firme e sustentada, alteração do sentido da opinião pública portuguesa, inicialmente a favor da «legitimidade democrática».
P.S. Caro Senhor Embaixador, uma vez que referiu a actual «blogosfera», mosca tsé-tsé residente dispõe de um arquivo digital da guerra «virtual» travada na Internet (no período em causa 1998/99), sobretudo através de Fóruns de Discussão, que coloca desde já à disposição de Vossa Excelência.
Há 11 minutos
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