terça-feira, 12 de junho de 2012

Paulo Portas prejudica a imagem de Portugal

Didinho acaba de publicar mais um post. 

Realmente tem razão. Reconheço que é o que parece visto de fora. Agradeço ao Didinho, que assim me permite dar a minha opinião. Alguma coisa deveria ser feita em Portugal nesse sentido. Paulo Portas delapidou em pouco tempo três décadas de tradição de não ingerência da diplomacia portuguesa nas ex-colónias. Sendo uma ex-potência colonizadora, Portugal deveria ter especial cuidado com a senhora diplomacia, que anda por aí pelo mundo. É que à mulher de César não basta ser séria... 
Já alguém disse que, neste contexto, Paulo Portas parece um elefante numa loja de porcelanas.




Ora:
Não tenho quaisquer dúvidas de que a imensa maioria dos portugueses não quer qualquer desforra da guerra colonial.
Muito menos quem por lá lutou.


Lembro as declarações de Salgueiro Maia nas suas memórias (que recomendo a quem esteja interessado em conhecer o «outro lado da barricada» da guerra de libertação: «crónica dos feitos por Guidage» resume bem a situação de superioridade do PAIGC no terreno em 1973) dizendo que respeitava imenso a luta do povo guineense, que lutava por obediência, que foi isso que lhe abriu os olhos para a inevitabilidade de uma derrota militar do exército português e o conduziu ao 25 de Abril; 
lembro o blog de Luís Graça e camaradas da Guiné (ao qual pertence o Embaixador Francisco Henriques da Silva, o qual declara mesmo, nos seus princípios, que recusa qualquer ingerência ou tomada de posição política relativamente à Guiné-Bissau); 
lembro as declarações do Almirante Melo Gomes; 
lembro o povo anónimo, que não percebe nada disto, mas se lhes perguntassem responderiam a 90% algo tão simples como «Então não pediram a Independência? Nem mais um soldado... Alguns desses, mais forretas, acrescentariam mesmo nem mais um tostão.

3 comentários:

Retornado disse...

O Didinho e todos os guineenses ao degladiarem-se entre si estão a cavar o fim da Guiné como um país normal.

Esses guineenses mais "evoluídos" já deviam ter olhado para as intenções históricos dos vizinhos que é a eliminação de um PALOP subversivo colado à Casamance.

Suportam a Gâmbia porque não podem derrubar a inglaterra.

Todos sabemos que os guineenses estão divididos e muitos vendidos ao Senegal

7ze disse...

Caro retornado

O Didinho não se «digladia» com ninguém senão quando pessoalmente atacado (e mesmo assim mantendo o nível), apenas dá a sua opinião e o seu contributo, através das suas análises e ideias, o que não é o caso de muita contra-informação, apenas destinada a confundir os guineenses. Se alguma coisa está a cavar, é para mais fundo enterrar as sementes de um futuro melhor para a Guiné-Bissau.

Como convidado, queira abster-se de fazer simples contra-informação neste blog. Discuta os assuntos das mensagens, mesmo de forma polémica, apresente argumentos e será bem-vindo, senão teremos de o classificar como indesejável, eliminaremos os seus comentários e não poderá retornar.

Já agora, não há retornados da Guiné, isso é sobretudo aplicável a Angola. Se está ressabiado, se se sente espoliado, faça uma reclamação junto de José Eduardo dos Santos, pode ser que tenha sorte, este não é o sítio mais indicado para expor as suas mágoas.

O «fantasma» de Casamança, velho como o Congresso de Viena, apenas serve para atiçar uma questão fronteiriça, lançar confusão na cabeça das pessoas e tentar dividir os guineenses...

Retornao disse...

Caro 7ze, já vi muitos retornados da Guiné "cavarem" para Cabovcerde e Portugal.

Vi em 1980, 14 de Novembro, vi em 1998, e vi agora com esta golpada.

Mas alguns não se podem chamar de retornados, porque como são mesmo guineenses, esses serão "entornados".

Como sou português, fique descansado que se tiver que "cavar" para qualquer lado 7Ze, na linha de Sintra cabe sempre mais um, venha à vontade.

Se é que não deu o fora há muito tempo como muitos milhares.

Se só agora me lê, não fui eu lancei a confusão que existe na cabeça dos guineenses.