terça-feira, 21 de maio de 2013

Guiné-Bissau em Banda Desenhada

Kassumai de David Campos. Ver resumo.

Adivinha

Por falar em actores...

Quantos são os actores políticos na Guiné-Bissau?



21.




Como?




20 facções do PAIGC mais o povo.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Boa estrela

Crítica implícita ao MNE português
Comunicado Africa Monitor Intelligence 753

Guiné-Bissau: A “boa estrela” que Portugal não aproveita.

«Portugal goza na sociedade guineense, compreendida em todos os seus estratos, de uma aceitação cuja grandeza não está reflectida no estado de incipiência que as relações bilaterais apresentam. A aceitação especial de Portugal na Guiné-Bissau está traduzida em manifestações tão singelas como o bom acolhimento prestado aos portugueses, a atenção com que é acompanhada a vida quotidiana em Portugal (em todos os seus aspectos, a começar pelo futebol), até à adopção quase mimética de marcas, símbolos e tendências portuguesas.»

Que desperdício, senhor Ministro. Não estará na altura de deixar de se comportar como uma criança mimada (e insuportável) cujas birras duram e duram e duram...Até quando continuará a abusar da nossa paciência, a ameaçar a amizade Luso-Guineense e o espírito da CPLP?

Má onda

Uma revista espanhola acaba de publicar um artigo dedicado à actual situação na Guiné-Bissau, com o título «Pequenos cenários, grandes infernos», no qual o jornalista tenta fazer um apanhado da situação. Sem grandes novidades, nota-se que Lucas Polledo fez algum trabalho de casa, mergulhando no corpo das notícias recentes sobre a Guiné-Bissau.

O resultado acaba por ser um quadro negro, amostra representativa da incompreensão generalizada quanto ao processo actualmente em curso na Guiné. Um scuro absoluto sem pinta de chiaro. Os jornalistas, sempre superficiais, lêem uns recortes, fazem umas pesquisas, para logo a seguir embarcar no «cruzeiro» da «inevitabilidade» da desgraça, do incontornável «nadir». Talvez se estivessem mais atentos, pudessem ler outros sinais, mais positivos, que falam de identidade e de esperança, de um novo começo.

«Importantes actores internacionais, incluindo países da Região, parecem contemplar na sua agenda a possibilidade de intervenção militar, modalidade intervencionista já implementada no Mali, e que ganhou força depois das acusações da DEA às chefias militares.»

Um pouco mais de espírito crítico, senhor jornalista! Parece animado de boa vontade, talvez devesse colocar-se mais umas tantas questões importantes:

quem são os instigadores desta cabala, esses «importantes actores»?
só quererão, desinteressadamente, a paz e o bem do país?
intervenção militar com que objectivo?

Realmente a Guiné-Bissau, ao contrário do Afeganistão, é um espaço geográfico que passa despercebido no globo e nos planisférios; no entanto, como poderão afiançar portugueses e senegaleses (por experiência própria), pode tornar-se um verdadeiro inferno, para ingénuos e incautos candidatos a invasores.

Mensagem de esperança

Gostei bastante de ler o contributo de Filipe Sanhá, no site do Didinho.

Lembrei-me em especial de um dos seus contributos, há uns anos, por ocasião de uma interessante reflexão sobre modelos de desenvolvimento, na qual defendia a fixação gramatical do crioulo como factor de reforço da identidade nacional, e fui relê-lo.

Mas voltando à sua mensagem actual, quero sublinhar dois pontos que mais me alegraram, pela nota identitária e de esperança:

«A Guiné-Bissau cresceu e está a criar os seus próprios mecanismos e anticorpos para se assumir, definitivamente, como um País, que quer granjear respeito e preencher a sua cadeira no concerto das Nações.»

«Nas rádios, Jornais, bairros, bares e outros espaços de convívio, as pessoas falam abertamente sobre a problemática do País, sem medo. (...) Quem esteve e está em Bissau, apercebe-se disso de forma clara e transparente.»

Também o grito de revolta do Doka, não deixa, à sua maneira, de ser uma mensagem de esperança, ao encorpar uma firme vontade de mudança. 

Nô junta mon pa kumpu nô Guiné.

domingo, 19 de maio de 2013

Mapa geológico da Guiné-Bissau

O Laboratório Nacional de Energia e Geologia, LNEG, acabou de ganhar, segundo o semanário Sol, um contrato de 30 milhões de dólares, para a digitalização do terço sul de Angola.

Mas o mais interessante é que foi o bom trabalho desenvolvido com o Mapa Geológico da Guiné-Bissau, recentemente publicado, que serviu de currículo ao LNEG, frente a outras empresas bem colocadas (em Moçambique, o trabalho foi adjudicado a uma empresa russa).

Graças ao brilhante trabalho de campo (e de secretária) de Paulo Alves e uma pequena equipa (com o apoio na Guiné da Direcção Geral de Geologia e Minas) todo o conhecimento cartográfico sobre a Guiné-Bissau, não apenas português, mas também francês e russo, foi compilado neste mapa.

Para além disso, o mapeamento inclui uma rica amostragem litostratigráfica graficamente sintetizada e acessível. Decerto que se vai tornar numa ferramenta indispensável na reflexão sobre o futuro da Guiné-Bissau, sendo a sua disponibilização especialmente oportuna.

Bravo, Paulo Alves e equipa, merecem os maiores elogios; bem haja LNEG e IICT (Instituto de Investigação Científica Tropical): o conhecimento é para partilhar! Competência, iniciativa e generosidade felizmente ainda compensam. Parabéns pelo contrato!

P.S. O Didinho, que já tinha publicado a metodologia deste projecto, decerto disponibilizará em breve esta informação, devidamente classificada, para futura referência.

A China na vanguarda da informação!

28 pequenos partidos denunciam o Memorando de Entendimento, acusando PAIGC e PRS de violar o espírito do Pacto de Transição, segundo a agência noticiosa chinesa.

Nobel lança livro

Dom Ximenes Belo acaba de lançar um livro na Porto Editora «Os Antigos Reinos de Timor-Leste», no qual se debruça sobre a história de Timor. Interessante o apelo identitário, aos descendentes das antigas casas reais, para que se interessem pela sua identidade, que investiguem e preservem a memória e a sua presença real no mundo.

sábado, 18 de maio de 2013

Esclarecimento (puxão de orelhas)

Julgo que se justifica a convocação dos representantes das organizações internacionais à Presidência da República, um dia depois de por lá terem passado, no sentido de significar a esses elementos que devem evitar desempenhar o papel de actores na actual situação, com agendas estranhas à Guiné-Bissau.

Os resultados perniciosos estão à vista. Se o ouvido não for pequeno, a horta estéril ou o ramos simples galho verde, deverão perceber que as Forças Armadas guineenses em caso algum aceitarão mais forças estrangeiras no terreno, qualquer que seja o pretexto invocado ou as cabalas engendradas com esse fim.

Conspiração (e para mais, grosseira) com vista à ocupação estrangeira? O «roteiro» ex-ante que trazem estampado já tresanda; se pretendem realmente continuar gratos no país que tão bem vos acolheu, deverão pensar seriamente em mudar de atitude.

PS O senhor Representante talvez devesse ter optado pela saída airosa que lhe ofereceu o Senhor Secretário-Geral Ban Ki Moon, de se dedicar ao aspecto «diplomático» e deixar o terreno para um segundo representante. Fosse por teimosia e/ou falta de tacto, pelos vistos preferiu entrar para o clube dos rejeitados; olhe que a fotografia pode sair-lhe borrada... De árbitro passa a jogador e ainda leva cartão amarelo? O Senhor Secretário-Geral não preferirá removê-lo do campo antes que leve o vermelho e envergonhe a Organização?

Citando Sancho Fula de Gabu

O problema principal da Guiné-Bissau é essa água turva em que se transformou o PAIGC e que tem mal-governado a nossa terra.

Esse PAI que se tornou mau, vingativo e prepotente.
Esse PAI que servindo-se da nossa ingenuidade, traiu os ideais e destruiu o País.
Esse mesmo PAI que, sob o manto de Cabral, acabará por trazer um novo ciclo de negação, atraso, oportunismo e destruição.

Sexto sentido

Apenas para apontar algumas incongruências no Memorando de Entendimento, assinado sob os auspícios da OUA, pelo «PAIGC» e o PRS, publicado pelo Rispito.

No ponto 2:
Para além da redundância desnecessária relativamente ao já enunciado na alínea d) do ponto anterior, a redacção não foi das mais felizes, em termos de soberania nacional: poderiam ter começado por «Conforme acordado...» senão parece que quem manda na Guiné é uma troika de Chefes de Estado da CEDEAO

Mas o mais grave vem no SEXTO

Respeitar «as recomendações, decisões e resoluções das organizações regionais e internacionais sobre a condução da transição»? Este ponto é claramente nulo por contradição com a própria Constituição. Mas mais grave: quem o encomendou? E qual foi a franja do PAIGC que subscreveu este lixo?

Para bom entendedor... As manobras insidiosas continuam. A este «instrumento» não deve ser reconhecida qualquer legalidade ou legitimidade. Não se percebem as razões do PRS para participar nesta farsa: assim agarrados ao PAIGC, arriscam-se a afogarem-se com esse peso morto feito de chumbo.

Do documento, pode aproveitar-se um parágrafo: o importante reconhecimento de que um desejável e duradouro entendimento político deve implicar a inclusão de outros partidos políticos, a sociedade civil, o poder tradicional e as confissões religiosas (foi pena terem-se «esquecido» de fazer alusão à Diáspora).

Que os atentados à soberania nacional venham do exterior, ainda se consegue compreender. Que venham de deputados que se dizem «representantes» da nação é inaceitável. É preciso denunciar este flagrante caso de traição à pátria, que pode vir a gerar grande instabilidade no futuro. Foi um triste tiro no pé.

A herança de Henrique

As mensagens de condolências pela morte de Henrique Pereira Rosa sucederam-se nestes últimos dias, demonstrando o reconhecimento da sociedade guineense, para com as ideias generosas de um grande homem. Chegaram mesmo da CPLP, de Cabo Verde, até Ramos Horta (a saca-rolhas, mas pronto) se juntou ao coro. Essa atitude é interessante, porque Henrique Pereira Rosa não foi eleito para o cargo de Presidente da República, que, pelos vistos, desempenhou com todo este agora reconhecido sucesso.

Graças a mais um documento importante para a história da Guiné, recentemente publicado pelo Didinho, uma mensagem do General Emílio Costa, ficámos a conhecer as circunstâncias em que ocorreu essa «eleição». A espontaneidade do texto traduz a beleza do momento. É com naturalidade que é apresentado o facto (não poderia passar a costume?) de o Presidente ser escolhido pelo CEMFA: hoje, parece não haver dúvidas que foi uma escolha feliz; pena é que o período que lhe atribuíram tenha sido curto demais.

Comparando com outros Presidentes «democraticamente» eleitos, numa escala de legitimidade, sai claramente vencedor. Como disse Henrique Pereira Rosa, depois de ficar em terceiro lugar nas eleições para a sucessão de Nino: «o problema é que as pessoas que andam na política pensam no que é que o Estado pode fazer por elas, quando deviam pensar no que é que podem fazer pela Guiné». (Gazeta de Notícias). Possa o exemplo, militante e desinteressado, que deixou em herança, valer hoje.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Presidente interpreta o sentir da nação

O Presidente da República, recém chegado, em plena forma, de mais uma ronda de tratamentos médicos na Alemanha, manifestou na sua página oficial, a sua preferência por um Governo exclusivamente de tecnocratas, pedindo aos partidos a sua colaboração.

Esse Governo encarnaria idealmente um compromisso para com um projecto claro e transparente, executado por uma pequena equipa orgânica, disposta a trabalhar com os recursos locais, numa afirmação de boa vontade, soberania e independência. Passada uma primeira fase de diagnóstico, o período de transição teria de ser alargado a um período suficiente para que pudesse dar frutos: nunca poderá ser um Governo de curto prazo.

Parabéns, Didinho

É com a má consciência de não ter enviado a tempo o contributo solicitado, que venho por este meio dar os parabéns ao Didinho por uma década de dedicação à Guiné-Bissau, através da internet, onde dispõe de um site de referência (opinião e documentação) sobre o país.

Dos contributos enviados destaco três pontos que me chamaram especialmente a atenção:

- Concordo com a sugestão de Filomeno Pina, de que a medalha Amílcar Cabral seria uma justa e merecida prova de reconhecimento pelo trabalho já desenvolvido

- Concordo com a definição proposta por M’bana N’tchigna, quando diz que para si representa «cooperação, para que algo de positivo ocorra na Guiné».

- Concordo que seria um grande desafio, o de Matteo Candido, quando sugere que o Didinho deveria encarar seriamente a hipótese de se envolver pessoalmente numa solução política actual para a Guiné.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Angola intransigente na OUA

Em Addis Abeba, o embaixador angolano na União Africana deu hoje uma entrevista, no quadro da presidência angolana dessa Organização. Arcanjo quer dar um «golpe» (parece encarnar o arcanjo Miguel, representado por um braço alado, armado de uma espada) nos golpes... três países estão na mira: em relação a Madagáscar, Angola pretende contrariar o tribunal eleitoral local, que aprovou três candidaturas supostamente indesejadas pela Organização de Unidade Africana; no Mali, o embaixador mete os pés pelas mãos, para evitar traduzir por miúdos «está entregue aos franceses»; já quanto à Guiné-Bissau, o embaixador preferiu omitir as recriminações (pelo menos até à cimeira?). A «tolerância zero» é justificada pela vontade de «evitar precedentes». Sem querer contestar o mérito da intenção, deverá ler-se nesta omissão a subtil oferta de uma MISSANG II, camuflada de OUA?

Na minha opinião, considerando o patriotismo invocado para a constituição do Comando Militar de 12 de Abril do ano passado, e uma desejável consistência na sua actuação, as Forças Armadas deverão estar atentas a manobras subreptícias, atentatórias dos princípios constitucionais que as regem, no sentido de evitar acordos, pactos ou quaisquer outros clausulados «políticos» de «estabilização» pós-eleitorais, condicionando o agora propalado apoio externo (quem não se lembra dos milhões prometidos ao Fadul... quantos meses, anos, levaram a chegar?) à presença de forças armadas estrangeiras para substituir (com mandato «alargado») a ECOWAS, cuja função está bem delimitada. Neste contexto, considero que o modelo de transição está obsoleto e desacreditado, revelando-se agora como plenamente desadequado à prossecução dos objectivos patrióticos declaradamente encetados a 12 de Abril de 2012 e da responsabilidade do Comando.

Não há «conflito» na Guiné-Bissau (para além dos de interesses).

Ingerência estrangeira armada não é solução.

Enunciado de um bom princípio

«O novo Governo não tem de corresponder às expectativas da comunidade internacional, mas sim da sociedade guineense» Ramos Horta à Lusa, à saída de uma reunião com o Presidente da ANP.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Enigma ainda verde

Carlos Lopes, um dos nomeados na recente «sondagem» PN «Futuro Dirigentes», fez declarações intrigantes, numa Conferência realizada na Segunda-Feira na CPLP, que mereciam ter sido exploradas pelos jornalistas presentes.

Aceitam-se palpites quanto ao que quis dizer com

«A posição comum (ONU, OUA, CEDEAO, CPLP) é recente e exige maturação»?

«Isto é muito mais complexo do que fazer eleições, (...) Enquanto não se resolver o problema dos militares, podem fazer-se todas as eleições do mundo que não servem para nada.»

«Expressão de vontades é uma coisa muito comum na Guiné-Bissau. É preciso é expressão de factos, a concretização de algumas destas ideias, que parecem ter consenso, mas que depois acabam por não acontecer.»

«O que conta é a construção da confiança» (externa e esperança interna)

«A solução tem de vir de dentro».

domingo, 12 de maio de 2013

Peanuts

Mancarra - Amendoins.

Piquenique

Pick your pickles.

Compasso de espera

Contemporizando...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Irresponsabilidade pedagógica

Realizou-se hoje mais uma vigília para defender o direito às aulas. Os estudantes guineenses estão fartos das sucessivas e sistemáticas faltas de comparência dos(as) professores(as) às aulas, de serem um simples joguete político. E com toda a razão, têm direito a aprender, tal como os(as) professores(as) têm direito à greve (em muitos países «evoluídos», face a este estado de coisas, já teriam decretado há muito a requisição civil) para chamar a atenção em relação a questões salariais ou de atrasos nos pagamentos. Mas quando não cumprem minimamente as suas responsabilidades, garantindo uma prestação básica para salvar o ano lectivo, terão os(as) professores(as) direito a reclamar qualquer retribuição? Os(as) professores(as) parecem ter-se deixado instrumentalizar e manipular pelos sindicatos, afectos ao PAIGC, entrando no jogo do «quanto pior, melhor».

Este caso já serviu os desígnios de quem o encomendou, apontado ontem no Conselho de Segurança a débito da Guiné-Bissau, servindo para pintar de tons ainda mais negros a situação. Por isso, sugere-se à classe docente que não seja indecente, acabando de imediato com a Greve. É que os alunos são mais numerosos que os professores... Podem decidir-se a ir-vos buscar pelas orelhas. E já agora, outra coisa: há um ditado antigo que diz: «Não faltes ao trabalho, não vá o patrão perceber que não precisa de ti» Imaginem que, à semelhança do que aconteceu em Portugal, quando a escolaridade obrigatória aumentou e não haviam professores que chegassem, surgiu a TeleEscola (ensino através da Televisão)... Hoje, com as facilidades das Novas Tecnologias e o e-learning... saía mais barato e era garantido. O Ministério da Educação poderia aproveitar a situação para um despedimento (bem sei que é proibido pela Constituição) colectivo por justa causa e depois, por questões de qualidade, quem quisesse voltar a dar aulas, teria de se sujeitar a um exame pedagógico, técnico e de cultura geral (e, já agora, de sanidade mental).

Haja bom senso.

Dar a cara

Há uns tempos reparei no desafio do Doka para dar a cara (bem sei que não era para mim, mas também já tinha assumido a história dos contadores). Como ontem a sessão do AeroBioGrafo era dedicada a Fernando Pessoa, lembrei-me de aproveitar a ocasião para fazer um pequeno apontamento de poesia aqui no meu blog, especialmente dedicado aos guineenses.

Foi feito um pouco antes da hora marcada (começaram a chegar algumas pessoas entretanto) e em cima do joelho, ficou mal (estou sempre a dizer ã(s)... para a câmara, levantei demais a voz), mas o que conta é a espontaneidade da intenção. Não dou só a cara, dou as caras. Só se tiverem paciência para perder cinco minutos.

Introdução e algumas caras
Poesia do José Fernando dedicada a Amílcar Cabral
Mais umas tantas caras
Poesia de Fernando Pessoa que dedico a Daba Na Walna

Tratar os bois pelo nome

Passado quase um ano da tomada de posse do Governo «de Transição», pelos vistos, houve uma alteração da designação para «Governo de Inclusão». Mas há que reconhecer que não se «transitou» para lado nenhum. Em que é que a situação actual difere daquela de há um ano? A hipocrisia não ajuda, a figura «Governo de Inclusão» disfarça mal o falhanço de propostas desarticuladas, inorgânicas e sem futuro.


Seria melhor chamar-lhe «Governo de Exclusão»? Pelo menos demonstraria a vontade de quebrar com compadrios improcedentes: Exclusão da mentalidade do «político» que pretende servir-se do seu posto em benefício próprio, exclusão da falta de estratégias claras e transparentes... exclusão de gente incompetente e pouco ou nada empenhada na coisa pública (ou em coisa alguma, excepto o próprio bolso).

O debate continua em aberto, mas face ao prometido pronunciamento da Diáspora, julgo que seria prematuro o Presidente avançar já com qualquer proposta, que querem apresentar como iminente. Talvez valha a pena abrir um período de reflexão, de debate de ideias, de maneira a que se possa configurar uma verdadeira solução. Insistir nos erros do passado parece hoje uma pura e simples perda de tempo. Faz lembrar um provérbio com virtudes de acalmar os condutores um pouco loucos: «Mais vale perder um minuto na vida, que a vida num minuto.»

Proposta de Roteiro nacional para a estabilidade e crescimento económico:

Reconhecimento do papel das Forças Armadas como pilar da estabilidade nacional
Escolha de um novo Chefe de Estado Maior e promoção de uma cultura de disciplina
Dissolução da ANP e demissão do Governo
Passagem por Plebiscito da Presidência a um militar de carreira de consenso
Continuidade dos Partidos a título consultivo (para desmame construtivo: só atravessarão o deserto os verdadeiros políticos, podiam ver isso como um teste de resistência)
Preparação de um Plano Quinquenal de desenvolvimento
Nomeação de um Governo de tecnocratas transparentes e de boa vontade recorrendo à Diáspora (insuspeitos de tráfico de droga e de corrupção)
Manutenção de uma boa matilha de cães atentos aos resultados (desenvolverei a ideia num próximo artigo «Watch Dogs»)
Criação de uma Comissão de Refundação Constitucional

ONU improcedente

Uma vez mais, a montanha pariu um rato.

Na reunião do Conselho de Segurança, tal como há um ano, o palavreado do costume. Ficou registado o pedido de «resolução» do enviado especial, desejando coragem aos guineenses.

Só o Brasil destoou, com Mário Matriota (perdão, Maria) a defender uma intervenção no terreno. Parece completamente incoerente a postura brasileira.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros deslocou-se à Praia para encontros à porta fechada sobre a Guiné-Bissau, falhando depois a presença em Nova Iorque?

Que é da nova figura do Direito Internacional, proposta há um ano? Onde está a RWP, contra a R2P?

Que estranha triangulação atlântica... O Brasil a reboque de interesses inconfessos? Talvez devessem ler com cuidado o último número da Revista Sábado daba daba du.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Rispito

Assunto de alguma forma relacionado com o artigo anterior, quis distingui-lo em publicação separada, precisamente para separar o trigo do joio, a alegria das coisas desagradáveis. Venho submeter à apreciação da organização do I Encontro da Diáspora uma denúncia:

Otílio Camacho, técnico sem projecção, trabalho publicado ou visibilidade pública na internet, tentou aproveitar, por antecipação, a oportunidade que lhe ofereceram para o painel de oradores, para uma manifestação de protagonismo com vis intenções divisionistas, em clara violação do espírito do Encontro.

O castigo não deverá ser encarado pelo visado como configurando um «assassinato de carácter» mas como um bem colectivo. Tratar-se-ia apenas de dar o exemplo e um sinal firme de que é preciso respeitar as regras de convivência, bem claras e explícitas, sem condescendência para com precedentes perigosos.

Espera-se, em Londres, nos idos de Maio, um conclave de paz, concórdia e esperança. Nesse sentido, julgamos que deveria ser retrogradado a simples participante, com uma repreensão amigável. Como prova de tolerância, poder-lhe-ia ser dada a oportunidade para recuperar o lugar de orador.

Na condição de um mea culpa implícito, ou seja, aceitando defender «tecnicamente» (utilizando os seus próprios termos) o antes e o depois. Falaria das suas preocupações actuais, mas atribuiria uma igual porção do seu tempo ao tema do impacto ambiental do porto de Buba no Parque Natural das Lagoas de Cufada.

Para repor o equilíbrio, poderia evidenciar a forma como interesses pouco transparentes para o país estavam em vias de se sobrepor irreversivelmente aos valores ambientais que defende, ou como os políticos de então ignoraram (para não dizer desprezaram) os técnicos locais, seus homólogos.

Como autor da denúncia, não quero deixar, desde já, de ajudar o técnico a recuperar o seu lugar, facultando-lhe ligação para o relatório do IBAP, publicado na página do Didinho, que o poderá ajudar nessa tarefa de redenção.