Aquele que ousou usurpar o nome, sem razão que lhe ASSIStisse, traiu o Espírito Santo. Na Igreja de São Pedro, sempre matámos muito higiénica e eugenicamente os nossos Papas, quando se tornavam demasiado senis ou caquéticos para o ofício, ou simplesmente incómodos, uns carinhosamente abafados sob a almofada de veludo escalarte, outros subtil ou contundentemente envenenados consoante os pecados que lhes eram apontados, outros vítimas de acidentes convenientes, estilo o ruir de paredes (de tectos, talvez pudéssemos acreditar...). Agora, pelo contrário, estão preocupados em prolongar artificialmente a vida ao anti-papa. Bento XVI (que tarde demais se apercebeu da verdadeira face do impostor) invocou o grande Celestino V (não confundir com o tristemente célebre Clemente V, criminoso que morreu por maldição) como precedente para desnecessária abdicação, escamoteando a substancial diferença de nesse caso ter acontecido sob coacção e não por livre arbítrio, acabando por influenciar o Colégio, prevalecendo sobre o Espírito. A sua grandeza foi pretender humilhar-se, quase um mea culpa pela sua louvável resiliência reaccionária, que muitos consideraram obsoleta, mas que, pelo contrário, era antes anunciadora de nova era. Virar o bico ao prego, nessas condições, parece tão ingrato por extemporâneo quanto o pretenso suicídio do Almirante Reis. A intenção era boa e o Inferno não é para aqui chamado. Mas há males que vêm por bem. O Espírito Santo já decidiu e em Roma já há consenso: o usurpador assistiu à missa do Papa. Após um curto interregno de fumo preto, que se seguiu à morte do Cardeal José, sucede o Cardeal José. O patrónimo é garante da continuidade da família de Jesus. Nunca existiu nenhum Papa chamado Francisco.
Há 25 minutos
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