terça-feira, 3 de março de 2020

Qu'on fasse face aux faux profils

Neste momento, para opinar sobre o processo guineense, convém saber quem está a falar, perceber por que o faz, aquilo que o motiva, etc. Para citar uma "fonte", convém identificá-la. É como apresentar um pomposo "relatório forense", de um obscuro contabilista, cheio de erros de somar. Neste caso, "Alain Danube" é um perfil falso de um mercenário da françafrique, mas tão farsola que nunca aprendeu a escrever bem a sua própria língua. O seu pseudo-relatório, extraído ou ex-filtrado sabe-se lá de onde, está cheio de erros de ortografia, que não abonam muito o Quay d'Orsay. Começa mal, logo na introdução e a negrito, ao conjugar mal o plural:


Pretende o espião francês estar muito bem informado, mas faz um erro crasso. Sobre-estima fortemente a capacidade da ECOMIB como actor militar. A ECOMIB nunca foi um desafio para as Forças Armadas guineenses. Esse foi o erro em que caiu José Eduardo dos Santos, que perdeu a sua estrelinha com a MISSANG (talvez fossem menos, mas eram tropas especiais e de um único país). Já a ECOMIB seria varrida do mapa em menos de uma hora, se porventura se constituísse em reconhecido perigo para a soberania nacional. Obviamente que não seria preciso chegar a tanto, bastaria ordenar que recolhessem ao quartel e esperassem pela evacuação, ordem à qual não teriam como não obtemperar. Como disse a Excelentíssima Senhora Secretária de Estado das Comunidades, deixámo-los andar porque não nos diziam nada: não aqueciam nem arrefeciam.

Mas voltando ao "artista", cujo currículo deveria ser exposto por quem o leakou, para engorda de credibilidade...


É tão pouco inteligente que escreveu "face face" e o corrector carregou-lhe de vermelho o segundo face. Percebeu então que deveria escrever fasse, mas é tão tosco, que apagou indevidamente o segundo face, porque era o que dava erro, deixando a frase truncada. Note-se igualmente a redundância do "aussi aux mêmes" (é um espião ou um político?).

Por falar em face, fomos ver se o falso perfil do espião tinha um verdadeiro perfil no face. E... bingo!


Mas a contra-informação tem sempre o mérito de nos trazer alguma informação nova, ou, pelo menos, novas contextualizações. Lamentavelmente, não conhecíamos ainda o currículo do Coronel Kabré. E concordamos que foi uma óptima escolha para a função em vista. Um "golpista", como o capitão Thomas Sankara, para ajudar não só os homens da ECOMIB a não terem problemas com as Forças Armadas guineenses, mas ainda para compreender que é a legitimidade da vontade popular que está em jogo. Uma vassoura cidadã, vá!

Longa vida ao Coronel Kabré!
Viva o Presidente Kaboré!
Viva Thomas Sankara!
Viva o Burkina Faso!

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