Naquilo que pode ser entendido como uma manobra de antecipação, o MPLA convocou um «acto de massas» para denunciar a tentativa de «inviabilizar o congresso do seu Partido» convocado para Dezembro.
Por que razão seria inviabilizado esse Congresso? Que raio de ideia! Aliás, justifica-se plenamente, uma profunda reflexão do Partido quanto ao futuro, avaliando o actual «modelo de desenvolvimento» humano.
Mais engraçado é que esse pseudo-«acto de massas» (encomendado, passivo e amorfo), se destina explicitamente a prevenir um verdadeiro acto de massas (espontâneo, activo e assertivo). Reúne-se uma multidão dos «nossos», os «bons», para fazer um apelo à delação dos «outros», os «maus», óbvia e presumivelmente mal intencionados quando se juntam em «magotes» de mais de dois.
Para além desta sórdida invocação da baixa natureza humana, a paranóia do regime atinge um verdadeiro paroxismo, ao atentar contra o espírito da constituição, com a sua adjectivação de «manifestação». As associações neuronais que pretendem forçar, para aprisionar a mente dos angolanos, são relevantes: «manifestações violentas»; manifestações «aberrantes»...
Ora não é isso que nos ensina a realidade:
1) até aqui, todas as manifestações foram pacíficas (e inteiramente legais), pela parte que toca aos manifestantes; só se tornaram «violentas» na desproporção de métodos repressivos empregues pelas autoridades, com base em duvidosos (e pouco legítimos) pressupostos legais.
2) aberrantes? então por que razão as receiam tanto? glória ao Movimento Revolucionário, meia dúzia de jovens sem medo [que há anos lutam pelo despertar do angolano] que assim beneficiam da melhor propaganda que o regime lhes podia fazer: o medo mudou de campo! É o regime a berrar.
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Há 1 hora
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