terça-feira, 1 de março de 2016

Brincadeira tem hora

Domingos Simões Pereira foge oportunamente para a Europa, deixando como presente um bloqueio intransigente em posições insustentáveis. Se alguém tinha ainda tinha dúvidas que não passa de um autocrata autista interessado na desestabilização do país, fica definitivamente esclarecido. Ao retorno, escala em Cabo Verde, para acompanhar o regresso «triunfal» de Cadogo.

Tanto a resposta à proposta de mediação, como a contra-proposta, são uma perfeita brincadeira de mau gosto, limitando-se a encher papel com letras vazias. O PAIGC acusa o Presidente de se limitar a traduzir as propostas da contra-parte, mas a sua «contra-proposta» não passa exactamente da mesmíssima coisa, num vão exercício de retórica demagógica, com um rebuçado «inclusivo».

Brincadeira tem hora. Brincadeira tem limite.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Retroalimentação

Maria Garrido, que lidera as brigadas da Direcção do Comércio, afirma que «a valorização do dólar não deve ser transferida para os preços [actuais] das mercadorias importadas no ano passado». Ora qualquer comerciante sabe que, se não quiser ir à falência, em tempos de inflacção, ao custo actual de reposição deve acrescentar um prémio de risco em tempos de incerteza, para além de um factor de correcção monetária com frequência adaptada ao ritmo da desvalorização da moeda.

A inflacção é uma pescadinha de rabo na boca, que se retroalimenta, uma bola de neve que, sem muro que a ampare (taxa de câmbio) nem dinheiro para cobrir o défice, vai continuamente continuar a engrossar. E não vale a pena apontar os comerciantes como bodes expiatórios... estes adoptam um comportamento economicamente racional, ao contrário das anti-económicas declarações da responsável governamental, que apenas denotam uma demagogia cada vez mais despudorada e inconsistente.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Reciclagem

António Ramos, crucificado como Administrador do Banco Nacional de Angola, chamado a pronunciar-se sobre questões vitais de tesouraria (face à presente instabilidade, os operadores económicos tenderão a exigir um prémio de risco crescente, para além da sua estimativa de antecipação da inflacção) faz declarações ridiculamente inócuas como «para que a moeda continue a preservar a sua missão de meio de troca e de reserva de valor». Por falar em «Tesouraria», esqueceu-se de referir a rentabilidade da poupança interna, ou seja quanto «ganhou» quem investiu recentemente em Títulos do Tesouro. Cravado ao lenho, apenas pode assegurar que o BNA irá reciclando as notas, retirando as de valor mais baixo, antes que desçam abaixo do valor do papel higiénico. Em termos de moeda metálica, esta desaparecerá rapidamente, não só pela insignificância nominal como pela sua retirada para fundição dos metais.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

DáLá o computador!

Depois de algum idiota em excesso de zelo (são os riscos inerentes ao sistema) ter impedido MCK de apanhar o avião para o Brasil, baixaram ordens superiores para se indemnizar o produto de exportação. Efectivamente, o liberalismo da filha primogénita, não se coadunava com esse atentado ao dinheiro.

Face a esse precedente, o mesmo canal, desafiando as hienas, deveria ser usado, não apenas para restituir os meios (o dinheiro deverá ser devolvido ao câmbio do dólar ante à taxa oficial, ou então ao câmbio informal de antes de 20 de Junho), mas para indemnizar a vítima de tal confisco abusivamente intrusivo.

O Professor universitário Nuno Dala, em cárcere privado, tomou uma atitude de revolta consciente, depois de a Justiça ter violado todos os prazos e a sua pretensa prisão ser uma óbvia ilegalidade. Desafia assim, com toda a razão, a farsa montada pelo regime sob a designação de julgamento. Extorsão institucional?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

DSP hostiliza CEDEAO

Os guineenses deverão resolver os seus próprios dilemas...

As inevitáveis conclusões, depois de passar por Bissau, foram retiradas por Obasanjo, e o maior contingente da ECOMIB prepara-se aparentemente para reembarcar, para evitar ser armadilhado no confuso e rocambolesco cenário guineense.

Ninguém reconhece já o «Governo» fantoche de Carlos Correia. E o artista das marionetes está a atrair a irritação (senão a fúria) de toda a gente, tal como Hugo Chavez, a quem o Rei de Espanha Juan Carlos atirou com o célebre «Porque no te callas?»

Curiosamente, o abandono da segurança pessoal a DSP pela ECOMIB (incompreensível, aliás, dado tratar-se de um simples cidadão), coincide com «tentativas de deslocação ao exterior» de alguns dos mais proeminentes membros desse Governo?

Ao Presidente da República resta optar (urgentemente) por ser parte da solução; ou parte do problema.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Faz de conta

Correia de transmissão dos vícios históricos do PAIGC, kota Carlos continua a fazer de conta que é Governo. Segundo notícia da muito oficial ANG:

«O chefe do executivo disse que o Programa de Governo aprovado no passado dia 18 de janeiro, pelo parlamento...»

É preciso descaramento. Se, nesse dia, de manhã, apenas vimos o ex-Primeiro-Ministro indigitado a fugir do Parlamento sem qualquer votação; à tarde assistiu-se à aprovação de uma moção de censura a esse governo e sua consequente queda.

O lançamento de um prospecto de uma ONG estrangeira com honras de Estado? Já o promissor projecto internet da Secretaria de Estado do Turismo, não parece ter continuação.

Carlos Correia ensina aos novos militantes como usar a mentira e a hipocrisia...

Apenas se esqueceu que já não estamos em 1975. As capacidades tecnológicas evoluíram, a propaganda rádio segundo o velho cânone Goebbels (1 mentira repetida 1000 vezes transforma-se em verdade) já não pega e os guineenses (muito mais evoluídos que a sua classe política) estão cansados e à beira de um esgotamento.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

ANG desinforma

Que a ANG tenha um protocolo de intercâmbio com a LUSA e autorização para fazer chapa-chapa, tudo bem. Agora que desinforme, adulterando o conteúdo informativo e contaminando a responsabilidade da notícia original, numa evidente manobra de manipulação política, já é passível de denúncia, ou mesmo de procedimento criminal.


Depois de passar 48h a ruminar a notícia, a pseudo-Agência fez um rearranjo dos parágrafos, de forma a que parecesse que a LUSA estava a assumir o facto consumado, enviesando fatalmente a leitura, prostituindo a imparcialidade que deveria assumir. Os jornalistas de ambas as Agência deveriam denunciar esta actuação em defesa do seu bom nome.

Repare-se que o ante-ante-penúltimo parágrafo original virou o último. O segundo e terceiro parágrafos originais cairam de paraquedas para o antepenúltimo lugar e penúltimo lugar, etc, numa inteiramente nova génese de sentido. Domingos Simões Pereira continua a fazer o seu Carnaval de pequeno golpista, banalizando atentados ao bom senso e à inteligência das pessoas.

Até quando?

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Titularidade

À imagem de Cipriano Cassamá, Paulo Sanhá está a abusar da Presidência (neste caso, do Supremo Tribunal de Justiça), para tentar valorizar o seu papel político na praça. No entanto, à semelhança da ANP, não tem qualquer poder pessoal de decisão, o qual emana exclusivamente do Plenário da instituição.

Só se for assessor

«Assessoria de Imprensa do Gabinete» agora faz comunicado político? Em nome do Presidente? por sua vez em nome da ANP! «Assim sendo, a posição assumida pela ANP...» Cada salto maior que cada perna.

Cipriano, segundo lhe convém, ora está doente ora está são, numa hora faz-se substituir logo noutra não, e actua tanto em nome pessoal como com máscara (pseudo-profissional transgénero: «a Assessoria de Imprensa do Gabinete do Presidente da ANP está convicto...»).

Como é Carnaval, nada parece mal.

Status Quo ex-ante

Dizer que o PAIGC está num beco sem saída é pouco. Num beco, ainda se pode voltar para trás. Ora, nem isso o PAIGC pode sequer fazer já.

Quando o diálogo desenhava uma possibilidade de reconciliação, com um retorno ao «status quo ex-ante», os seus dirigentes Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá, altamente desgastados pelos últimos acontecimentos, recusaram-se a abandonar a sua atitude autista e descontextualizada, o que vem apenas confirmar a sua má-fé aquando do Golpe de Estado palaciano intentado por via da Comissão Permanente.

Perante esta suprema arrogância, o árbitro deverá marcar falta de comparência e declarar a vitória de quem está no campo. Quem está, está.

Quem não está, estivesse. E siga o processo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Domingos nega

Com as devidas reservas, devido ao carácter inapropriado do canal utilizado, chama-se a atenção para o penúltimo parágrafo da carta «aberta» de DSP a Jomav:

«o PAIGC é da opinião de que o formato escolhido para a promoção do diálogo deve merecer reformatação e acontecer entre instituições da República devidamente competentes e legitimadas para o efeito, o que, a não se observar, o coloca numa situação de desconforto, e incapacitado de manter a sua presença.»

DSP nega-se a estar presente na continuação da reunião de conciliação marcada para Sexta-Feira, rompendo as negociações, pretendendo dar a entender que o faz numa posição de força.

Falácia de demitido

Segundo notícia da ANG, o ex-Vice-Presidente da ANP, que parece representar o ex-Presidente para as tarefas menores e mais desagradáveis, voltou a argumentar com a «inexistência» de deputados independentes. O PAIGC, numa das suas habilidades de engenharia eleitoral e constitucional, eliminou o antigo artigo 18.º, que se referia a deputados independentes. No entanto, mantém-se em aberto essa possibilidade, sob uma designação muito semelhante, ao referir-se o regimento a deputados «que não pertençam a nenhuma bancada parlamentar», que é exactamente a mesma coisa, dita por outras palavras. A não publicação de uma versão oficial séria na página da ANP fomenta todo o género de especulações, mas, mesmo admitindo o argumento do litigante, e caso a Lei fosse omissa, isso não quereria dizer que é proibido. Se não é proibido, é permitido, pois não há nenhuma Lei que os proíba expressamente. É impossível manipular um vazio legal para que possa servir de argumentação a favor de um acto ilegal.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Para bom entendedor

A Guiné-Bissau evoluiu muito e não quer mais ditadores, nem a mentalidade atrofiada que representam.

Cabral deixou-se matar, porque se recusava a andar com segurança. Já DSP, na sua esquizofrenia de se julgar insubstituível e paranóia de ser perseguido, arranjou carros blindados (como se isso lhe servisse de alguma coisa, com tantos operadores formados em RPG7, mas enfim...); mas pior, segundo parece, contratou João Monteiro, numa dificilmente compreensível provocação ao bom senso.

O referido Coronel, esse, continua a não conseguir que os seus empregados aguentem sem fugir (e parece uma má aposta, no campo da segurança pessoal, atendendo ao sucedido ao seu anterior protegido e à quantidade de chumbo que transporta no corpo)... Já quanto ao contratante, ao brincar com o fogo, arrisca queimar-se e deveria prestar atenção aos sérios avisos cujo teor lhe parece dirigido.

Quanto ao homónimo de Nino Vieira, deveria depositar o seu dinheiro num banco, local mais vocacionado para guardar quantias elevadas como aquela que consta que estava no cofre supostamente roubado. Evitaria assim ter de pagar a tantos seguranças, já que o risco pessoal que corre, como (antigo) Secretário de Estado, não parece, de forma alguma, justificar tais precauções.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Quem matou Titina Silá?

Levantam-se fortes suspeitas de que tenha sido o próprio PAIGC a matar Titina Silá. O assassinato de Amílcar Cabral não teria assim sido um caso pontual e isolado, executado por dois ou três traidores que foram apenas úteis bodes expiatórios, mas antes uma verdadeira purga decidida ao mais alto nível, destinada a varrer o espírito crítico e a implantar a supremacia de uma pseudo-elite de medíocres, que estabeleceram uma cultura de subversão política. O povo guineense não é obrigado a pagar pelo pecado original do PAIGC, ao matar os seus melhores filhos e filhas. Domingos Simões Pereira sujou a memória de Titina, ao pretender fazer uso partidário de um símbolo nacional, num momento de crispação social. Está na altura de o povo guineense abrir os olhos, redignificar a sua própria memória e pedir contas aos responsáveis pelas mortes dos seus heróis e das suas heroínas: o próprio PAIGC.

O sangue de Titina clama pela verdade histórica.

sábado, 30 de janeiro de 2016

África Monotor

Num exercício tendencioso, o África Monitor publica uma análise em Mono da crise política guineense, reflectindo a posição desgastada e encurralada de Domingos Simões Pereira. A única novidade que avança é o fantasma de uma hipotética resolução do Supremo, condenando o sucedido na ANP no passado dia 18. Para além de qualquer movimentação do seu Presidente e apanigado, ou de tentativas de manipular o Plenário na forma de suscitar o caso, o STJ não tem qualquer legitimidade ou vocação para esse género de actuação política. Uma coisa é invalidar um acto administrativo, outra é ofender a soberania do Plenário do Órgão Máximo da Nação. Qualquer iniciativa voluntarista nesse sentido carecerá de legalidade e de legitimidade, sendo nula e inexistente logo à nascença, apenas contribuindo para aumentar o clima de instabilidade social: um autêntico aborto.

«Análises apropriadas indicam que a ala contestatária da direcção do PAIGC constituída pelos 15 deputados, será forçada a recuar nos seus planos, e eventualmente a reconsiderar a sua linha, em consequência do desaire em que redundará uma declaração de nulidade/ilegalidade do seu expediente de “tomada” da ANP

O PAIGC e os seus papagaios, continuam a subestimar o PRS, fazendo de conta que não existe. São uns analistas de meia-tigela, patenteando uma notória incompetência funcional. Piores que o crédito de Portugal, segundo as Agências de rating: não passam de lixo. Não se lembraram, por exemplo, de apontar a manifesta incoerência que é tentar condenar no Supremo, algo que o PAIGC não reconheceu, ao macaquear a sua própria ANP (um verdadeiro tiro no pé!).

Progresso Nacional estranha

Em tempos, acolhemos na rede guineense de blogs uma equipa anónima, o Progresso Nacional, que parecia bem intencionada. Lembro a famosa campanha contra a fama de Narco-Estado da Guiné-Bissau (que recentemente traíram! quanto a «incoerências» estamos falados, recuso-me a recorrer aos mesmos expedientes e lavar roupa suja. Excluindo o Didinho, os blogs guineenses davam um caso de estudo nessa matéria!).

No entanto, excluímos há uns tempos esse blog da nossa lista, por considerarmos que abusam do anonimato para promover uma leitura parcial da actualidade. À diferença do Ditadura do Consenso, cujo autor dá a cara, a projecção que este blog conseguiu, a dada altura, foi colocada ao serviço da desinformação e da campanha de intoxicação promovida por Domingos Simões Pereira. Vendeu a alma.

É nesse contexto que deve ser considerada a «Opinião» do «cidadão atento» recentemente publicada nesse blog, criticando a coerência histórica dos textos publicados neste nosso Blog. A estranheza manifestada prende-se com a visão maniqueísta entre dois campos, artificialmente criados no seio do próprio PAIGC. Não há qualquer incongruência em ser contra a usurpação e abuso de poderes. Vinda de quem vier.

Já que andaram a pesquisar os textos do 7ze, poderiam recuar um pouco mais, a textos nos quais criticava a competição dos dois «galos». Mas tudo isso passou entretanto à história. As coisas mudam, não ficam paradas no tempo. De asneira em asneira, DSP perdeu inteiramente a razão, e o Presidente percebeu que não tem espaço de manobra para impor uma solução baseada em estilhaços da implosão do PAIGC.

Fiasco total

A «Mega» (milhão) marcha convocada por DSP esteve longe de conseguir um Kilo (mil).  Não eram mais de centena e meia a duas centenas de pessoas mobilizadas, apesar da arrasadora campanha de propaganda nas rádios controladas. Está toda a gente enjoada com o PAIGC. Quanto ao Festival Musical, convocado pelo MCCI (marionetes de DSP) para as 17h (curiosamente a mesma hora que um comício dos 5 partidos minoritários incluindo absentistas na ANP e a recém criada flatulência), pouco alterará ao facto de o PAIGC já não representar o povo guineense, cansado das suas mentiras e hipocrisias.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Presidente recusa-se a reconhecer farsa

O Presidente da República, ao manifestar em comunicado a sua «estranheza» perante os actos ilegais, nulos e inexistentes, praticados esta manhã nas instalações da ANP, vem assim tirar o tapete ao PAIGC, cujos chefes pensam que são os únicos espertos e julgam que poderiam condicionar a Presidência e manipular a situação política, evitando largar o poder, como ditam as regras do jogo democrático. Esta é apenas mais uma das diversões a que já nos habituaram, em especial no último meio ano.

O não reconhecimento explícito do Presidente desta farsa encomendada por DSP, acompanhado, para além do mais, de nota de desagrado, vem esclarecer a situação em tempo útil, e reduzir a pó a campanha de desinformação que estava já em curso, colocando em relevo a certeza de que o Presidente se pronunciará pela queda do Governo. O único efeito da palhaçada será o Presidente descartar a preocupação de equilíbrio, radicalizando a sua posição e reconhecendo a legítima ANP liderada por Nambeia.

Depois de múltiplos sinais de ofensa ao Presidente nos últimos tempos, Domingos Simões Pereira acaba de esticar a corda na sede do partido, falando em «vitória contra a infâmia e a bandidagem».

A cada Partido a sua ANP

O PAIGC, ao insistir na farsa da multiplicação das ANPs, entra assim no jogo do PRS, forçando o Presidente da República a intervir. Esta ANP, minoritária e ilegal, não tem qualquer legitimidade, resultando de uma cabala envolvendo um despacho relâmpago de um juiz, corrompido por vícios insanáveis, em instância incompetente (como pode um juiz desconhecido de um Tribunal Regional pretender ditar ordens a Deputados da Nação eleitos para a ANP, de onde emana a soberania?).

O «empossamento» dos novos deputados foi feito com base em bocas da assistência, depois de a segunda secretária se ter esquecido da lista nominal das substituições (e de o antigo «presidente» Cipriano Cassamá, impedido e faltoso, não ter arriscado a presença, sendo substituído por um Vice).

É a «legalidade» a todo o custo,  que o PAIGC tenta impor pela força, com uma votação de rajada (depois de meses à espera de forjar o momento) sem debate nem contraditório. Isto é tudo menos política multi-partidária: o PAIGC continua a acreditar que é o Estado.

Os actos praticados no local devem ser considerados nulos e inexistentes. O «Plenário» não podia reunir por falta de quórum. Efectivamente, se os deputados ainda não tinham sido empossados, não podiam contar para esse quórum inicial que permite começar com os trabalhos!

 É apenas mais uma das múltiplas ilegalidades que ferem o processo. Mas isso parece não incomodar o PAIGC e a sua Direcção, apostada numa fuga para a frente (pena que se encontre perante um beco sem saída). Esse Partido continua a conceber apenas ditadores, no seu seio, sem qualquer preocupação com o estado ou com a realidade do País.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Quem paga ao MCCI?

Ao tal «Movimento», não basta a boa vontade e adesão popular às suas propostas, pelos vistos propõem um cartaz de luxo para o dia 30. Seria bom que o Movimento esclarecesse se os músicos que servem de isco estarão presentes como simples manifestantes, por partilharem dos seus «ideais», ou se, pelo contrário, está previsto receberem cachet, a título de artistas. Se recebem, quem paga?

Estranho fenómeno

Ajuntamento de jagudis, nos telhados da sede do PAIGC, desde o dia 20 de Janeiro. Ver notícia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A última palhaçada de Cassamá

Numa armadilha e numa traição elementar a qualquer espírito negocial, Cipriano Cassamá conseguiu atrair um dos 15 deputados a sua casa, para emitir uma Nota de Imprensa afirmando-se como Presidente de uma ANP (que já caiu), avançando, para além do mais, que teriam ido «pedir desculpa».

A promiscuidade entre a esfera pública e privada tornou-se galopante, para quem se reclama titular de um órgão de soberania. Convida alguém a título pessoal para o visitar em casa, e publica uma nota de imprensa institucional.

Comunicado de Imprensa, nota máxima de hipocrisia, fingindo desmentir a mentira que tinha avançado, mas apenas para reforçar a ideia de a iniciativa ter partido dos 15, ao contrário daquilo que se passou.

Esta é apenas mais uma das incontáveis artimanhas e cabalas que este resíduo, mesmo depois de demitido, ainda consegue despoletar. Aparentemente, o seu arsenal de demagogia é inesgotável.

A Nota, em si, comporta ainda uma dupla negação. Como poderia algum dos 15 visitar Cassamá como Presidente da ANP, se haviam votado a sua destituição? Que sentido faria Cipriano receber institucionalmente alguém como deputado, a título de Presidente, se assinara a sua expulsão precisamente nessa qualidade?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O último pum

Exibindo evidências de uma má digestão da sua queda, Domingos Simões Pereira lança o PUN, bem como mais uma série de farsantes reclamando-se representantes da sociedade civil, quando a verdade é que os seus apelos à mobilização, para inglês ver, na linha nô bai luta, caem no saco roto de uma população cansada. É o último suspiro, o canto do cisne, o fim da linha. As tentativas de endurecer o discurso, de lançar a confusão, de envolver as Forças Armadas, só demonstram ainda mais claramente a dimensão da sua derrota, apesar de todo o peso jogado na balança, das fortes doses de arrogância e demagogia empregues. As iniciativas tácticas vão-se tornando cada vez mais patéticas...

No comunicado do auto-intitulado FCPDD, há um suposto crime que chama a atenção em especial: o do «exercício dos Direitos políticos». É um lapso revelador. Já suspeitávamos que eram contra o exercício desses Direitos! Mas transformá-los em crime? Não estarão a ir longe demais? Pretendem copiar o modelo angolano? Mas não é o único problema de redacção: que pensar de «a promoção do diálogo e o estabelecimento de compromissos que favoreçam a estabilidade interna, NÃO são uma alternativa ao cumprimento escrupuloso das leis da República»?

MurMúrio

O Secretário-Executivo da CPLP, tem por costume passar atestados de menoridade à Guiné-Bissau, como mostrou em tempos o jornalista Nuno Ribeiro do Público, em entrevista: para Angola, fala baixinho; para a Guiné-Bissau, fala grosso. Ora a Guiné-Bissau está em pleno exercício de alternância, coisa que infelizmente o povo angolano não conhece (por enquanto).

Vem agora anunciar uma visita de mediação. Como é possível alguém oferecer-se para árbitro começando por uma declaração de tomada de partido? «Esperança em que o programa do executivo guineense seja aprovado no Parlamento ainda esta semana»? Como assim? Já não há executivo guineense, ninguém o informou que o Governo foi censurado? Que se constituiu uma nova maioria, precisamente no Parlamento?

Além disso, o futuro da Guiné-Bissau, não se resolve em Luanda, como ficou bem patente na retirada da MISSANG, para não serem comidos vivos. O substituto de Domingos Simões Pereira não é bem vindo, com este género de discurso, fazendo tábua rasa da política interna. Um árbitro que veste a camisola de uma das equipas?

djá stá lá

Há um facto político que o PAIGC não consegue refutar. A tomada da Assembleia. Foram adiando até Quinta-Feira tomar «conhecimento», com uma censura implícita nos meios de comunicação social, apostando no grandioso evento que deveria ser a data em que assassinaram Cabral.

Mas não conseguiram continuar a esconder dos olhos do mundo a situação política. Seria tapar o sol com a peneira. Mesmo se a visão continua deturpada, a favor do PAIGC, noticiaram finalmente o caso. A ponto de se atribuir ao PRS+15 a curiosa designação de «maioria dissidente». Ora, como pode uma maioria ser «dissidente»?

De facto, estamos perante uma minoria autista que se nega a reconhecer as regras do jogo democrático, agarrando-se ao poder. Um partido comandado por um verdadeiro empata-f... que anda há meio ano a adiar qualquer solução para o País!