Seria bom que o Presidente eleito justificasse em que prerrogativa presidencial assentam as suas recentes declarações, quanto à revisão de contratos envolvendo recursos naturais. Que o Presidente se queira manter informado, é louvável. Que, para além da re-visão, se proponha tomar medidas, «doa a quem doer», exigindo retroactivamente a devolução do «dinheiro obtido», já é mais complicado, deveria ter pensado duas vezes antes de abrir a boca: em primeiro lugar, porque falar em «devolução do dinheiro obtido» devido a irregularidades também se poderia aplicar à sua pessoa, para além de que, colocadas as coisas desse ponto de vista, parece querer desacreditar o Governo de Transição (que reconheceu ao candidatar-se às eleições) e o Estado; em segundo lugar, essas são atribuições do Primeiro-Ministro e não suas, como Presidente.
A campanha eleitoral já acabou, por isso, se o ainda candidato está apostado em manter alguma possibilidade de «estado de graça», deverá exercer a sua «magistratura de influência» de uma forma mais discreta, a não ser que, como o Primeiro-Ministro cabo verdeano, considere o protagonismo fácil e inconsequente como forma de fazer política. Como diz o próprio título da agência noticiosa oficial, isso são questões de «governação». A César o que é de César.
Há 3 horas
1 comentário:
Um amigo pessoal de José Mário Vaz reagiu à mesma notícia, publicada no Ditadura do Consenso.
http://conosaba.blogspot.pt/2014/05/dr-eduardo-monteiro-por-ditadura-do.html?spref=fb
Segundo Eduardo Monteiro Dade, «por conhecer "sangue quinte do meu amigo" receio que venha a extrapolar as esferas das suas competências»
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