quarta-feira, 7 de maio de 2014

E a multiplicação!

«Estas atitudes são mais de divisão e subtração do que de adição. Mas o que mais interessa, neste momento, aos guineenses, é ver convergir toda Guiné-Bissau de uma forma sincera sem sonsice, construir uma unidade verdadeira na nossa diversidade»

Somar ao mundo um exemplo de multiplicação. Mostrar a potência do chão. Que junta gente tão diferente.

O mundo está cheio de sinais de subtracção, de divisão, de violência, de intolerância.

O Outro não é uma ameaça, é uma oportunidade. Nesta aritmética simples, um mais um são sempre mais de dois. Se fossemos todos iguais, que andaríamos cá a fazer?

Lembro que essas fissuras já tinham dado mostras, aquando do pretexto xenófono que transformou a comunidade nigeriana em bode expiatório.

Ver artigo de Alberto Luís Quematcha, nos Intelectuais Balantas

1 comentário:

7ze disse...

Um lenhador andava pela floresta, marcando as árvores que iria abater no dia seguinte, quando viu uma árvore magnífica. Marcou-a e voltou para casa para contar à mulher do achado excepcional, o qual, com a ajuda do seu machado, lhes daria um bom dinheiro. A mulher não conteve a curiosidade e foi ver a árvore. Mas a árvore era uma árvore dos espíritos, que lhe falaram e lhe disseram que, se convencesse o seu marido a não a abater, lhe concederia três desejos. Ela ficou tão contente que disse: «_quem me dera que o meu marido estivesse aqui, para saber», o que aconteceu de imediato. O marido, quando soube da história, ficou furioso por ela ter desperdiçado um dos três desejos, pois podia muito bem ter ido a pé, e disse: «_devias ter orelhas de burro», desejo imediatamente cumprido. A mulher começou a chorar, pensando que de nada lhe serviriam as jóias, com aquelas orelhas de burro, e o marido arrependeu-se de ter dito aquilo, mas já era tarde, o mal estava feito. Como sobrava um último desejo, usaram-no pedindo para voltarem ao que eram antes. Continuaram igualmente pobres.

Ainda sobre o milagre da multiplicação das identidades...

Se tivesse uma lâmpada com um génio, que um dia me perguntasse de que raça queria ser, julgo que faria uma pausa para pensar. Posso ser muitos? E a multiplicar? Quero ser índio norte-americano, judeu alemão, palestiniano em Israel, balanta no 7place.

A que assistimos hoje no mundo? Ao desfile das identidades assassinas, tecidas de intolerância.

Mas voltando à moral do conto: é preciso cuidado com o que se deseja. E desejar sempre o bem do próximo parece um bom princípio.