Talvez se tenha partido de um princípio errado, ou seja, a manutenção do Primeiro-Ministro. Este já apresentou contas do «seu» ano de governação? Mesmo considerando a seu favor todas as dificuldades de ordem externa que enfrentou, que resultados tem para apresentar, que avanços encarnou no sentido dos objectivos anunciados?
É impossível reduzir um programa de transição a um ponto único consubstanciado na realização de eleições. Isso seria uma tra(ns)ição ao espírito da iniciativa de 12 de Abril do ano passado. O simples retrocesso, a reprodução do passado, o retorno a uma «ordem» prostituída, não são soluções de transição. É preciso um modelo.
As virtudes da concórdia não devem limitar o poder de decisão. Sua Excelência o Presidente da República ouviu muita gente, agradeceu o contributo de inúmeros conselheiros, mas diluiu a sua responsabilidade numa «solução» sem saída. Terá discernimento para corrigir o tiro em tempo útil? No actual contexto, Vossa Excelência é de difícil substituição.
Há 4 minutos
1 comentário:
Moral da História: Mais vale uma autocracia militar plausível que uma doutrina do consenso impossível.
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