Publicamos uma fábula de Esopo, à qual um francês conseguiu dar uma graça especial... tradução e metro livre.
Uma velha raposa, das mais astutas
grande apreciadora de galinhas
acabou presa numa armadilha.
Com muita sorte conseguiu escapar
mas não ilesa pois lá deixou a cauda.
Perdida a cauda pela boa causa
envergonhada, quis disso fazer moda
e um dia, no conselho das raposas
fez uma rábula contra esse peso inútil
vassoura arrastada pelos atalhos:
_Para que nos serve isso? Corte-se!
Se concordam, cada qual o faça,
parece que é a última moda em Paris.
Levantou-se uma conviva na assistência
sugerindo que se começasse por ela,
essas palavras levantaram confusão
e todas exigiram que voltasse costas.
A desrabada coitada teve de o fazer
para grande e geral gargalhada.
PS Vem isto a propósito das declarações de Macron em Bissau:
"... force est de constater que les choix faits par la junte malienne aujourd'hui et sa complicité de fait avec la milice Wagner sont particulièrement inefficaces pour lutter contre le terrorisme, ça n'est d'ailleurs plus leur objectif et c'est ce qui a présidé à notre choix de quitter le sol malien"
Vamos analisar a liberdade com que Macron utiliza o termo "escolha", por ser palavra repetida nesta construção:
1ª ocorrência
A Junta, no Mali, fez uma má escolha (apesar de ser no seu próprio país).
2ª ocorrência
A França saiu por escolha própria (apesar de expulsa e querer permanecer).
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