Agora que colocaram em causa o tabu das fronteiras coloniais, em vigor desde o Tratado de Viena, é permitido especular sobre identidades africanas, com legitimidade superior às linhas imaginárias traçadas por europeus a regra e esquadro.
Há unidades naturais de língua e cultura, já para não falar em legitimidade histórica, que se afirmam em identidades poderosas. Da floresta do Maiombe ecoa a vontade de independência, «generalizada entre a população», segundo Raul Tati.
É preciso ser forte, como Gandhi, ou Mandela, para, como o fazem os cabindas, excluírem a opção da luta armada. Talvez a solução esteja, de novo, num protectorado. Só que desta vez, em vez de território, seria um protectorado petrolífero.
José Eduardo dos Santos conservaria o petróleo, concedendo uma independência de facto (poderia chamar-lhe «larga autonomia») ao país. Podia ser um bom acordo...
Há 8 minutos
4 comentários:
Perigosíssimo para Angola o caso de Cabinda.
É que se abre "as pernas" para Cabinda, mesmo o autonomia tipo Madeira e Açores, ou os Bascos, imediatamente aparecem outros a querer a mesma coisa.
E é o fim de um país.
Como português, ex-colonialista-imperialista-fascista, acho muito mau para Angola qualquer cedência.
E seria também um exemplo muito mau para "Biafras" "Congos" e até Zulus.
Já acabou o tempo da «razão de Estado». Isso é um argumento estalinista. Esse momento passou.
Os países artificiais, como a Bélgica e a Espanha, estão destinados ou a integrarem-se num espaço maior, ou a implodir, face à globalização e virtualização dos espaços.
A nova realidade é a nação. Entrámos na era das nações com identidade positiva, que só podem ajudar o mundo a crescer, com mútuo respeito (e admiração), numa diversidade harmoniosa.
Isso foi prenunciado pela balcanização. A Jugoslávia, cujas generosas ideias do General José Tito, foram pervertidas pelos tempos (tal como aconteceu a Amílcar Cabral), é um triste exemplo ilustrativo desta tendência.
O direito dos povos à autodeterminação parece ser um melhor e mais actual leit motiv. E talvez sejam esses povos, que a fatalidade da ocupação e opressão manteve «ingénuos» (como o povo cabinda ou timorense), que podem ajudar a fazer frente ao capitalismo selvagem, anárquico e normalizador.
Não me custa reconhecer o meu país como imperialista-colonizador-fascista (sem concordar com a guerra colonial), mesmo com todos os erros que foram cometidos, nem me envergonho do seu papel na história, como quiseram contra-educar-nos os ideólogos de esquerda, resumindo meio século recente, nos manuais de história para as criancinhas, a uma frase recorrente e lacónica: «Depois veio a ditadura de Salazar, que foi um período negro da nossa história».
Tal como no exemplo negro da Jugoslávia, Portugal continua a ter, perante a Europa, a responsabilidade histórica, como com os Descobrimentos, de mostrar novos caminhos ao Mundo. Quem é que criou toda esta confusão? Se não fossem os portugueses, os europeus ainda estavam na Idade Média a matarem-se uns aos outros. É preciso experimentar coisas novas, não ter medo das novidades.
Nem parece bem estar para aqui a querer «educá-lo», sendo mais velho, mas hoje, que a esquerda tomou o poder, a direita adquiriu a vantagem da revolução. Só que há que acrescentar valor: não pode ser mais do mesmo.
Por favor, caro retornado, mande-me para o e-mail a sua morada (ou um apartado, se quiser manter o anonimato), para lhe poder oferecer uma tela do estadista António de Oliveira Salazar feita por mim.
Eu como reaccionário e ex-colonialista só não gostava de ver um dia tanto Cabinda como a Guiné Bissau em vez de dois PALOPes ver dois PALOFes.
O resto, tudo bem, mais ou menos.
Quanto a isso, fique descansado. Mais depressa verá o Bénin a palopizar! Esse é o nosso maior valor (extra-mercados, claro), a História e a longa experiência de MUNDO adquirida.
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