segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Enxovalhanço da bandeira

Bem sei que me acusam de não explicar bem os contextos e de isto ser só para entendidos... Ok, mas isso é uma crítica de tugas. Não me apetece explicar nada. Aviso que isto tem apenas a ver com a realidade guineense, infelizmente, hoje, sob ameaça de um infeliz candidato a ditador com origem portuguesa.

A bandeira nacional de Portugal foi triste, mas merecidamente, enxovalhada, em Bissau. Sim, porque a bandeira é um símbolo físico, uma imagem actual, não uma herança estrutural, como o português. É o coroar da triste orientação externa deste governo, já desgovernado em negócios estrangeiros desde a Líbia...

O lamentável inspirador desta política de atrofio, Paulo Portas, só e pretensamente orgulhoso, foi aparentemente conivente em mais uma manobra recente (esta semana) de Angola para ocupar militarmente a Guiné-Bissau, numa (portanto inimaginável) operação aero-transportada em aviões pesados Ilyushin?

Para isso era necessário tomar conta do perímetro de Bissalanca, garantindo a aterragem dos blindados da testa de ponte da CPLP, ONU ou qualquer coisa que se inventasse a seguir, sempre muito baseado na retórica da reposição da legitimidade (fica sempre benzoca, claro, Catarina).

Sem qualquer consideração pelas consequências dos seus actos, fizeram avançar um peão (por isso é vendida a «contra-história» no Ditadura) a quem fizeram acreditar na sua «beleza» e super-potência (claro que há comunicação entre actores mas isso não garante argumento sólido a qualquer ficção!).

Já agora, as declarações emanadas das Necessidades, segundo o insuspeito Aly, são perfeitamente histéricas, inconsistentes e «à coté de la plaque»: depois de recusar laconicamente qualquer comentário, sobre o seu envolvimento no caso, vêm desmentir o «estatuto» de exilado político do bicho?

Então não reconhecem o assunto mas discutem-lhe os meandros? Sim, o implicado não era simples refugiado, era pior: tratado com especial deferência, senão mesmo acarinhado, pela hierarquia; um bom peão para avançar na altura certa. O exército português não sangra, gangrena.

Reconhecem portanto, que, mais que um simples refugiado político, teve formação e «inspiração» militar em Portugal... Tinha, como muito mais gente, o número de telemóvel do CEMGFA. Toda esta situação faz-me estranhamente lembrar do provérbio «vira-se o feitiço contra o feiticeiro».

Depois de algum tempo de ausência, aderindo ao impasse, um abraço grande ao Didinho, ao Doka, à Titina, ao Filomeno, e a todos em geral, mas um em especial ao irmão de Gabu, Sancho Fula, de quem não resisto a citar a poesia:

«Bo purdan. Ma ê cuça di squirbi na criol i cuça di brincadera di Didi.
Língua câ tem duno.
Bu pudi raiba cu políticus di Portugal. Ma língua ca tem culpa. Língua e ca di çels.

Português i di nos tudo.»

Que calor na alma.

Saudades & Mantenhas di ermondade

4 comentários:

Anónimo disse...

Ao meu ver, o povo PORTUGUES devia neste momento pedir a dimição do actual governo de TERRORISTAS que governam o pais a fim de salvaguardar a relação historica existente entre os dois povos. É uma vergonha ver a Bandeira de Portugal coberto a um terrorista como PANSAU NTCHAMA denegrindo assim a imagem de um pais. Também comprendemos que PORTUGAL até a data presente não conformou com a derrota sufrida na Guiné a quanda da luta de Libertação Nacional por isso querem a todo custo vingar a Guiné Bissau vestindo casaco de reposição da legalidade na Guiné-Bissau. Onde estava Sr PAULO PATA, CPLP, Cabo Verde e Angola quando a vida dos dignos filhos da Guiné estava a ser seivada pelo deposto ditador fascista CADOGO jr? na altura tudo estava legal?

Quanto ao Cabo Verde, digo ao Sr FONSECA e Sr MARIA NEVES que narco estado é CABO VERDE pois todo mundo sabe que este pais foi e esta a ser construido com dinheiro de narcotrafico. Quem não sabe que Cabo Verde é um escombro dos carros de luxo roubados no estrangeiro. Estes Srs devem ter a vergonha e pedir ao disculpa ao povo Guineense pois se hoje Cabo-Verde existe como pais, é porque os Guineenses deram hontem as suas vidas para libertar aquele arquipelago. Após detenção do PANSAU, Sr FONSECA e Sr MARIA NEVES tornaram nuns mentirosos, conspiradores e instigadores da violencia na Guiné-Bissau.

Anónimo disse...

Com a detencao do Pansau, pela primeira vez no mundo tivemos oportunidade de ver um fugitivo (8 dias a monte) muito fino, cabelos feito a moda dos endinheirados; ennquanto que, todos os outros supostamente envolvidos (até os que alegadamente forneceram informacao) foram mortos a sangue frio e a cabecilha tratado com todo carinho; quem sabe aquele que utilizou a cyen de 2012 antes de ser "detido" ou melhor apresentado ao publico. Quero ser fugitivo de Cheque branco!

Quero ser Pansau 2 porque nessa vai-se andando e se nao anda pucha-se.

Bem haja! Viva nha terra! Viva apologistas da democracia! Viva vida! Viva morte! Viva outro mundo! Viva Viva.

Cumprimntos JA

Anónimo disse...

O cúmulo do exovalhanço não é a humiliação pretendida, mas sim o desprezo por um lado, repúdio e solidariedade europeia que o mesmo causou.
Se a escumalha que governa a Guiné pretendia obter ganhos com essa teatralização, conseguiram sim afastar ainda mais os outros europeus que ainda os ia tolerando mercê dalguns interesses geoestratégicos. O encerramento da embaixada de França e o fim dos apoios da cooperação Espanhola não são inocentes. Falam por si.
Se alguém julga que um europeu colocaria ao lado de um preto(sem ofensa porque também sou) contra um europeu como ele, desengane-se. A “união “ europeia é muito mais forte que interessinhos na Guiné-Bissau.

7ze disse...

Talvez os franceses estejam mais preocupados com os riscos exógenos: gato escaldado da água tem medo... A 7 de Maio de 1999 sobrou para eles. De qualquer forma, gostariam de ficar. Esperam apenas, e com razão, que morra o José Eduardo dos Santos (de morte natural, claro) e caia o governo português, para não exporem a riscos inúteis do terrorismo internacional os seus cidadãos. Não deixa de ser uma atitude prudente.