quarta-feira, 18 de junho de 2025

Forward to the past

O embaixador de Portugal em Bissau envergonha a diplomacia portuguesa. Se não tem nada na cabeça, pelo menos que mantenha a prostituta da boca fechada para minimizar os danos. Então está "determinado em mudar a história vivida no passado" que qualifica de negra? Claro que sim, está-se mesmo a ver o bajulador-mor a aterrar na sala do Presidente do Conselho e dar um estalo a Salazar! Vai-te encher de moscas, ó monte de esterco.

Today, it’s Tel Aviv

Tomorrow, it’s New York. 

ABC (News) de Bibi. 

Obrigação moral

Roma, que excomungou Afonso Henriques por questões de alcova (ofendendo Maria Madalena) e seus descendentes por múltiplas vezes, incluindo a excomunhão de todo o Reino de Portugal, impedindo a celebração de missas pelo clero no país (excepto nas Colegiadas de Santa Maria de Santarém, Guimarães e Coimbra, bem como nas terras do Convento de Tomar, que usufruíam do estatuto de nulius diocesis), tem a obrigação de aplicar a mesma bitola, perante este tipo de desafio à ordem cósmica. 


Roma tem ainda a responsabilidade moral de rectificar a Inteligência Artificial, que agora faz dogma: pergunte-se 

"o papa pode excomungar um país?"

e obter-se-á a resposta 

"Não, o papa não pode excomungar um país. A excomunhão é uma pena aplicada a indivíduos, não a entidades políticas como países. A excomunhão é uma medida que afeta a relação de uma pessoa com a Igreja Católica, impedindo-a de receber sacramentos e participar de certas atividades religiosas. O papa, como líder da Igreja Católica, tem a autoridade para excomungar indivíduos que cometam pecados graves, como apostasia, heresia, cisma, ou que violem certas leis da Igreja. No entanto, a excomunhão não é uma ferramenta para lidar com questões políticas ou governamentais de países. A excomunhão pode ser aplicada a um indivíduo específico ou a um grupo de pessoas, mas não a um país como um todo. O Código de Direito Canônico da Igreja Católica estabelece os casos em que a excomunhão pode ser aplicada, e todos eles se referem a indivíduos e suas ações. Portanto, embora o papa tenha autoridade sobre a Igreja e possa excomungar pessoas, essa medida não se aplica a países.

Só mentiras pleonásticas! Talvez devam introduzir no respectivo algoritmo a autocrítica e o conceito de interdito.

Os católicos que se dirijam ao México se quiserem receber legítima eucaristia: nestes tempos de escassez e carestia dos valores morais, há que poupar na hóstia e na água benta. Sem ofender a hierarquia, qualquer Cardeal está habilitado a emitir juízo anuindo com tal excomunhão por extensão, argumentando latæ sententiæ. Qualquer padre in loco poderá produzir o mesmo resultado, fazendo greve ao ofício. Seria um inestimável contributo para a manutenção do prestígio tão miseravelmente abalado da instituição. Já não temos radicais nem integralistas? Onde estão os companheiros de Jesus? Os cães de Deus? Os pássaros e os peixes de Santo António?

A espada de Ali

Ali desembainhou a dual faca recebida do Profeta.

Les jeux sont faits. Podem começar as autênticas hostilidades.

terça-feira, 17 de junho de 2025

O eixo satânico

Não seria de estranhar que se recorresse ao arsenal contra-terrorista: o herdeiro de Khomeni, Khameni, baseado no precedente pouco convencional de Fatuá do seu predecessor, dispõe de legitimidade para ungir de Indulgência plenária potenciais executores dos escritores deste terrível guião: sempre é menos letal que aquilo que estes preparam. No mínimo, uma maldição poeticamente inspirada.


PS Mas por favor, em árabe! Já houve quem tenha afirmado preferir ser insultado em árabe do que elogiado em persa.

Afogar a especulação

Parece haver umas ovelhas ranhosas da OPEP que escancararam as torneiras.

Pensamento binário

O paranóico-esquizofrénico Bibi (em Portugal também tivemos um como tal tristemente famoso alcunhado), para defender a sua tesão hiroshimática de solução final, argumenta com o efeito redoma. Ou seja, as altas montanhas que rodeiam Teerão, abafariam a explosão nuclear, como almofadas sobre o fogo. Obviamente que este raciocínio (para além de tão irresponsável quanto a dialéctica e condenável como o maniqueísmo) é básico e binário. Tem o domo para a defesa complementando-a com a redoma para abafar o ataque. Simplista demais!

Resiliência persauasiva

Face aos sinais de esgotamento do arsenal defensivo, sob as múltiplas vagas de ataque, Israel resvala para o arsenal ofensivo. Não escapa a ninguém que a escalada configura uma fuga para a frente, à beira do abismo.


Como palavras de ordem taylorizar, segmentar, propagar, deslocalizar a produção de armas baratas, colocar toda a inteligência no aprimorar dos sistemas, de forma a manter o dilúvio de fogo até à exaustão do Domo.
 
O eixo do mal, o par diabólico Bibi-Trump, que vão engolir ortigas, o mundo não pode estar entregue a loucos, os quais deviam estar internados em instituições especializadas. O exorcismo apenas começou, tremam.

"Os residentes de Telavive e Haifa são fortemente encorajados a deixar estas áreas para sua própria segurança", declarou o CEMFA iraniano, classificando as sucessivas vagas até aqui como mero teste de dissuasão.

Com a devida vénia

À falta de aval formal para a publicação na íntegra, propago pequeno extracto ideologicamente orientado, bem com link directo (à direita ligação ao blog) para os artigos de Sua Eminência o Embaixador Francisco Seixas da Costa, a título de documento histórico quanto ao posicionamento da diplomacia portuguesa e respectivo papel no conflito israelo-árabe, o qual se viria a radicalizar após o assassinato de Rabin. Poderia ter tomado a publicação do comentário como um nihil obstat, mas, como bom integralista lusitano, respeito a integridade e a diferença. Por estas e por outras, a nossa homenagem ao autor.



"O despacho justificativo de Salazar é exemplar de realpolitik", ou seja: António de Oliveira era um grande estadista. 

PS Resumo executivo: Portugal levou uma década para tomar conhecimento da existência, três para admitir a existência e quatro décadas a reconhecer Israel em pleno. Como entretanto ainda só passaram 37 anos desde 1988, deveria assumir-se um retorno ao status quo ante, desclassificando a embaixada, apreendendo qualquer arma, exigindo alvará de operador turístico para os residentes (excepto, obviamente, aqueles que tenham cometido ou sido cúmplices de crimes de guerra). Não se podem albergar regimes terroristas, colonizadores e genocidas em território nacional. Se a nação hebraica voltar à Diáspora, não vem mal ao mundo, nem caem os parentes na lama. Sefardita de Celorico da Beira

O êxodo de Paris visto pela diplomacia portuguesa

Transcrevo um excerto do livro de Helena Pinto Janeiro, correspondente às páginas 18 e 19.


   O capitão-tenente da Armada, Armando Humberto da Gama Ochôa, chefia a missão diplomática portuguesa em França há mais de uma década quando, a 14 de Julho de 1940, os alemães invadem Paris. Uns dias antes da invasão alemã, acompanhando o governo francês e o restante corpo diplomático dos países não-beligerantes na retirada da capital ameaçada de ocupação, deixara a Legação de Portugal em Paris entregue ao seu funcionário mais categorizado, José de Bívar Brandeiro. Este primeiro secretário encontra-se há poucos meses em Paris, embora não seja propriamente um novato na carreira diplomática, que já vai longa. A sua especialidade são as questões económicas. À acuidade da sua análise da Paris ocupada não será estranha essa visão económica, embora nunca economicista: boa parte do seu retrato da ocupação é um retrato de pessoas. É o que acontece com o relato do êxodo populacional, a que assiste de Paris.

   Na expectativa da invasão da capital francesa pelos alemães, dá-se a desorganização da administração pública e o pânico generalizado da população, que foge em massa. Para Bívar Brandeiro as responsabilidades cabem aos chefes da administração (que abandonaram os seus postos), aos meios de comunicação social (que propagaram o alarme) e ao governo (que teria agido na desorganização mais completa). "Criou-se assim uma atmosfera de terror que facilitou a propagação de boatos alarmantes. Três milhões de pessoas de Paris e dos arredores precipitaram-se nas estradas, arrastando tudo o que podiam levar e deixando abandonadas as suas casas e as suas terras".

   "O pânico foi de tal ordem que em Paris chegaram a ficar prédios de muitos andares com as portas abertas, pois os ocupantes nem sequer julgaram necessário fechá-las. Nos campos próximos, os camponeses abandonaram os rebanhos e os animais domésticos, a maior parte dos quais morreram de fome ou tiveram de ser abatidos pela polícia e pelos soldados alemães".

   "(...) Aqui viu-se a fuga, por vezes dramática, duma população que ninguém orientava e à qual ninguém dava assistência. As autoridades não pensavam nisso, os particulares muito menos. As ruas e as praças eram atravessadas continuamente pelos que julgavam encontrar, fugindo, a salvação. E estes, se algumas vezes se faziam transportar em bons automóveis (poucos eram, pois os ricos há muito tempo tinham partido), na maioria eram pessoas pobres e até miseráveis, que caminhavam a pé, transportando os seus magros haveres".

   Deste quadro de debandada geral, Bívar Brandeiro exceptua apenas os serviços de telefones, electricidade, gaz, água, limpeza e bombeiros, que continuaram a ser assegurados, para além do clero, que também não abandonou os seus fiéis. E prossegue o seu relato: "Vi muitas famílias humildes em que as mulheres arrastavam os filhos pequenos, que mal podiam andar, enquanto os homens vergavam ao peso de enormes volumes em que guardavam os seus mais preciosos bens". Faz de repórter: "Perguntei a alguns para onde iam. Muitos não sabiam. Tinham-lhes dito que a cidade seria saqueada, os homens obrigados a trabalhar a golpes de chicote e as mulheres entregues à soldadesca. Fugiam sem norte. Muitos foram, mais tarde, apanhados pelo fogo cruzado dos dois exércitos em luta. E ao lado das estradas do sul, as sepulturas abertas ao acaso mostram até que ponto pode conduzir o medo de milhões de pessoas".*

   Este retrato do êxodo visto de Paris é completado pelo relato da viagem do ministro de Portugal em França com o corpo diplomático e o governo francês até à sua instalação em Bordéus e, por fim, em Vichy: "Não me é possível descrever o que foi esta viagem de Paris para Bordeaux, as contrariedades, acidentes e os desagradáveis imprevistos que nos sucederam. Durante centenas de quilómetros as estradas achavam-se repletas de refugiados (uns com destino, outros sem ele), que se dirigiam lentamente para o sul entre filas cerradas de carros de todas as qualidades e tamanhos. De tempos a tempos, um carro em 'panne', outro sem gasolina ou avariado pelo exagerado peso da carga, vinha impedir a lenta marcha daquele triste cortejo. A certa altura, os carros impedidos de andar eram tantos que os seus ocupantes formavam nas estradas uma longa coluna de mulheres, velhos e crianças que, tomados de pânico, continuavam a pé a marcha para o que supunham ser a sua salvação, embora sujeitos a cada momento ao bombardeamento, por aviões inimigos, o que sucedeu várias vezes. Calcula-se em cinco milhões o número de pessoas que, de toda a parte norte da França, se dirigiu, entre 10 e 15 de Julho, pelas estradas em direcção ao sul, e em dez milhões o número total de refugiados de todas as classes e nacionalidades que, do norte da França, se refugiou na parte sul e sudeste. Esses números podem a V. Exa. uma ideia do que foi a debandada durante aqueles trágicos dias".**


* AHMNE, José de Bívar Brandeiro, Paris e a Invasão Alemã. Relatório do Primeiro Secretário de Legação, Paris, 18-08-1940, anexo ao ofício n.º 264 da LPF, de 1 de Setembro de 1940.

** AHMNE, Armando Humberto da Gama Ochôa, Ofício n.º 264 da LPF, Relatório do Ministro de Portugal em França, Vichy, 1 de Setembro de 1940.

És pó

e ao pó voltarás.

Génesis, 3-19

PARA ONDE IRÃO?

Os habitantes de Teerão?


PS Bombardear uma capital com uma arma atómica supostamente para impedir um país de aceder a energia limpa? Os netos de Nagazaki que ficaram por nascer choram em coro... Se o criminoso de guerra ousar avançar com o plano, a escalada constituirá, por si só, uma confissão de derrota. Estão a ficar sem munições? Foi mais rápido do que este blog previu durante a primeira vaga, há quatro dias atrás... Trump é um terrorista, ao instilar o terror na população. O pânico provocará muitos mais mortos que a própria bomba. Está na hora de Putin fazer um telefonema no Iphone vermelho.

Graves síntomas de stress planetário



O stress tende a retroalimentar-se. A sensação de tensão, de "fight or flight" (take it or leave it), de intransigência e de intolerância, estão a crescer de forma geométrica, em conexão com o risco socio-ambiental à escala mundial.

A história repete-se. Estávamos em 1999. Para a NATO, a sede da TV sérvia, em Belgrado, tornou-se alvo militar por ser «porta-voz da propaganda» de Milosevic. Em relação ao ataque de hoje à sede da emissora estatal iraniana IRIB, Netanyahu argumentou que não se tratava de uma estação de televisão, mas de uma "ferramenta do regime", que "esconde a verdadeira situação" dos iranianos. A arrogância dos Estados Unidos seria castigada dois anos depois. Com Bibi será obviamente mais rápido. Aqueles que se recusam a aprender as lições da história, estão condenados a repeti-la.

Quando os jornalistas se tornam alvos... Coisa que até a Kissinger repugnou

Viva a televisão jugoslava! Viva a televisão iraniana!

PS Extracto do Folha de São Paulo desse fatídico dia 24 de Abril de 1999:

Jornalistas estrangeiros assinaram uma lista criticando a ação da aliança militar ocidental.
"Se a TV iugoslava é um alvo militar, as TVs e jornais ocidentais também podem ser. Esse tipo de ataque pode colocar em risco jornalistas que estão em Belgrado", disse o correspondente de um jornal europeu que não quer ser identificado, mas que resume a opinião de vários jornalistas estrangeiros que estão em Belgrado.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Em memória de Teresa Rita Lopes

 


Fernando Pessoa mereceu-vos! Obrigado por tudo, Teresa!

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Economia de guerra

Ao contrário das análises que cantam a vitória de Israel, de facto, aquilo que estamos a assistir é a uma clara vitória iraniana. De um primeiro teste (que nada tem de retaliação ainda, obviamente) supostamente com cem Shahed, terão passado quatro, segundo a CNN, podendo ver-se apartamentos em chamas em Telavive. 


A defesa israelita é anti-económica, como toda a gente sabe. Cada míssil Tamir usado (e são disparados aos pares) para abater os obsoletos Katyusha (cujo valor é tendencialmente nulo, enchendo os paióis de muitos países como a Guiné-Bissau) é estimado em cerca de $50 000. É o mais barato do famoso sistema multicamadas.

Grosso modo, o Stunner custa um milhão de dólares, o Arrow três milhões e o Patriot quatro milhões. O Shahed custava (usamos o passado porque com o aumento de produção se conseguem obviamente economias de escala) pouco mais de $20 000. Não é preciso ser contabilista: quem compra lixo por $100 000, não vinga.

O sistema laser Beam de que se gabam, com aquilo que aprenderam com a experiência e os programadores portugueses em coordenação SIG (GIS em inglês) 3D, custaria cerca de $2 por intercepção, mas não estaria ainda operacional. Contudo, tal sistema não passa de pura fake para consumo securitário do povo.

Bastará uma bela pintura espelhada, em vez do verde escuro carregado que atrai o calor, para acabar com a brilhante e económica ideia, pois o laser comporta-se de acordo com as leis da óptica, incluindo a reflexão. Se tal sistema fosse verdade, só o conselho 7ze de contra-medida valeria muitos milhões de dólares, mas é oferecido.
Recomenda-se ao Estado Maior israelita o jogo Missile Command (que há mais de quatro décadas inventou o rato informático). Não há Cúpula, Escudo ou seja lá o que for, que se aguente na defesa das cidades, sem munições (mesmo que o algoritmo lúdico não aumente a cadência), face a sucessivas vagas de ataque.

Felizmente para a sua guerra, o avozinho dos povos Putin já criou as suas próprias facilidades de produção, pois os persas vão cortar-lhe o fornecimento. Não há aqui segredo. Israel falhou no mito de proteger os seus cidadãos. Bastará ao Irão aplicar a estratégia do glorioso General Giap que o PAIGC usou com sucesso.

Simples: vagas de ataque sucessivas, até à exaustão das munições. Não se está a ver Trump, que prometeu não se envolver no estrangeiro, a financiar colossal e eternamente outro Vietnam, pois é disso que se trata: uma guerra perdida. O verdadeiro perigo atómico, será quando os mujahedin chegarem às portas de Jerusalém.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Tabaski de 2008

Partilhei a festa do Tabaski em Jemberém, no ano de 2008. No primeiro dia estava a tomar banho na piscina. A festa acabaria dia 12 de Dezembro, uma sexta-feira. No ano seguinte a festa começaria também à sexta. 


PS 7ze recorda muito cientificamente que a probabilidade de um dia qualquer calhar a uma sexta-feira é de 1 em 7, quantos dias a semana tem.

terça-feira, 3 de junho de 2025

Decreto excepcional

Impondo-se minimizar os factores de risco para o bem estar colectivo, seria de bom tom decretar que da próxima sexta (6ta, 6 do 6) a uma semana, dia 13, passa a ser sábado, ficando os funcionários públicos dispensados do serviço, para não dar azar.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

A direita no seu pior

A AD representa, tal como o PS, a mediocridade do sistema "democrático". O Chega é um inqualificável epifenómeno de imbecilidade, incompetência e ignorância, desmerecedor de uma direita nacional com referências sérias, sólidas e sustentáveis, como Fernando Pessoa, Rolão Preto ou Oliveira Salazar. Já dizia o democrata integral Fernando José que se o povo quiser ir para o inferno, é para lá mesmo que iremos. Depois será preciso tirá-lo de lá, quando começar a arder. Face à impossibilidade remanescente de bloco central, resta unir as pontas da ferradura, fechando o círculo, dispensando o centro e os indecisos, numa aliança de polos para novas soluções nacionais, sub-regionais e globais. Por uma direita capaz de erguer pontes em vez de muros, fiel à vocação universalista nacional, da qual o Professor Adriano Moreira foi o último digno representante.


PS Os perigos da democracia são cada vez mais evidentes.

domingo, 25 de maio de 2025

Descrédito do Vaticano

O Sérgio lavrou a acta de desautorização, colocando o falso papa no lugar. 

A Sede continuará Vacante, animada pela pena do proto-Papa José.

A cada instituição,  o seu purgatório.  E o falso Papa, para o Inferno.

A contra-partida de Vance, a conversão dos EUA, não vale a alma.


A sucessão do pudim deveria ser equacionada enquanto está por cima >

O homólogo de Molotov daria uma boa saída e solução diplomática >

Salvação da União Europeia, pela adesão da Rússia, Ucrânia e Turquia >

Realinhamento geoestratégico num novo Pacto de Varsóvia anti-NATO.


PS pessoalmente à disposição do Reino da Dinamarca para a defesa da colónia.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Josés

Grande respeito por José Battle, ex-presidente do Uruguai, de alcunha "Don Pepe". Hoje morreu um digno sucessor, curiosamente, José Pepe, de nome próprio. Os heróis, como Tomás Sankara, têm propensão a reencarnar, em momentos de desespero do seu povo, tal como Ibrahim. Os guineenses esperam que Cabral se levante do chão, tal como os portugueses esperam por Dom Sebastião. Mujica tinha mais coisas em comum com Salazar do que muitos possam pensar.  


PS Humilde, até no balanço: "Yo me dediqué a cambiar el mundo y no cambié un carajo, pero estuve entretenido y le di un sentido a mi vida".

sexta-feira, 9 de maio de 2025

SS: "_a ver shi kaio ou shi kago"

Entre Chiclayo e Chicago, numa indigna submissão às masturbações pouco subtis da Inteligência Artificial de Trump, mais propriamente manifestações da Estupidez Natural da humanidade, com o aval do Semchave (falso conclave), traiu-se a directriz da deriva dos continentes e a única esperança de evitar a queda da Igreja. Depois do cagalhão do Sul, agora um cócó do Norte, mas a bosta que os unge é a mesma. Roma, num indigno upgrade ao poder global que idealmente representa, emigra para o Texas, como fez a sua congénere Paris no filme, para se aproximar da sede do poder material. Roma confirma o anátema do anagrama. César papa o papa gangster. Venceu o anti-amor, na traição ao Espírito Santo.


Lucas 23:34

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Hipocrisia e água benta

Cada um toma a que quer. Mas há sempre quem seja incapaz de moderação...


SOBRE A DETENÇÃO DE RUI FONSECA E CASTRO 

Tem estado em curso, por parte da extrema-direita (1143, Habeas Corpus, Ergue-te e Chega), uma clara tentativa de distorcer a verdade sobre o que se passou com as suas “tropas” na tarde do 25 de Abril, no Largo de São Domingos, em Lisboa. 
Os autores das agressões, apesar de clara e repetidamente filmados por várias televisões enquanto as praticavam, procuram agora fazer-se passar por pobres e recatadas vítimas. Ao mesmo tempo, está também a tentar suscitar-se – nuns casos de forma intencional, noutros, creio, por simples desconhecimento do regime legal – uma pretensa controvérsia sobre a legalidade da detenção, pela PSP, do líder do “Ergue-te”, Rui Fonseca e Castro. 
Ora, tal controvérsia não tem, a meu ver, qualquer fundamento jurídico, e por isso justifica-se a clarificação de alguns pontos: 
1. Fonseca e Castro será candidato a deputado (não se sabendo sequer se o invocou, muito menos se o demonstrou) e não, de todo, deputado eleito. O regime jurídico que lhe é aplicável não é, pois, o Estatuto dos Deputados (como alguns parecem pretender), mas a Lei Eleitoral para a Assembleia da República – a Lei n.º 14/79, de 16/5). 
2. Esta Lei Eleitoral – ao contrário do referido Estatuto dos Deputados, que é, nesse capítulo, e compreensivelmente, bem mais restritivo – estabelece que nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva, salvo em caso de flagrante delito por crime punível com pena de prisão maior (expressão que, embora já não usada pela lei penal, deve ser entendida como significando pena superior a 3 anos de prisão). 
3. Importa esclarecer que Rui Fonseca e Castro não foi sujeito a “prisão preventiva” (medida de coacção aplicada por um juiz de instrução criminal, que pode prolongar-se por meses ou até anos), mas sim a uma “detenção”, que não pode exceder as 48 horas sem que o detido seja presente a um juiz de instrução para ser interrogado e sujeito, se for o caso, a medida de coacção. 
4. A detenção é, assim, uma medida cautelar que, nos termos do art.º 255.º, n.º 1, do Código de Processo Penal, qualquer autoridade policial ou judiciária não só pode, como deve aplicar sempre que exista – como claramente era o caso – “flagrante delito da prática de crime punível com pena de prisão” (seja ela qual for). 
5. Uma manifestação com clara natureza de provocação política, convocada por pessoas e organizações claramente pró-fascistas e com um historial de actuações violentas, para a mesma hora e muito próximo do local de chegada de uma manifestação comemorativa do fim do regime fascista é, e de forma evidente, uma contra-manifestação de carácter violento e lesiva do direito dos cidadãos participantes na manifestação do 25 de Abril. Logo, podia e devia, nos termos da lei (art.º 7.º e art.º 15.º do Dec.-Lei 406/74) e da Constituição (art.º 27.º, n.º1, a contrario sensu), ser não autorizada.  
6. Ora, do ponto de vista estritamente legal, o promotor de uma manifestação – neste caso, aliás, de uma clara e provocatória contra-manifestação – que tenha sido proibida e que insista em promovê-la, incorre na prática do crime de desobediência qualificada, punido, nos termos do art.º 348.º, n.º 2 do Código Penal, com pena de prisão até 2 anos. Além disso, quem, recorrendo à violência, se opuser à acção de um funcionário no exercício das suas funções, incorre no crime de resistência e coacção sobre funcionário, previsto no art.º 347.º do mesmo Código, punido com pena de prisão de 1 a 5 anos. 
Significa tudo quanto antecede que, tendo o candidato Rui Fonseca e Castro sido detido em flagrante delito pela prática de um ou mais crimes puníveis com pena de prisão, e não existindo qualquer impedimento legal a essa detenção por força da Lei Eleitoral, carecem em absoluto de fundamento jurídico as objecções que têm vindo a ser apresentadas com base no Estatuto dos Deputados ou até na própria Constituição, e com base nas quais aquele e os seus apoiantes pretendem vitimizá-lo e apresentá-lo como um pretenso “preso político”. Ou, afinal, a lei é para ser aplicada apenas àqueles que Fonseca e Castro e os seus apoiantes persistentemente defendem que sejam encostados à parede?...
António Garcia Pereira

Esqueceu-se de acrescentar qual é o partido do 25 de Abril campeão da provocação e da contra-manifestação. Um autêntico bebé chorão, a quem roubaram a chupeta. Infiltrando-se na resiliência ortográfica, perdeu mais tempo a fundamentar a detenção, do que a própria efémera duração desta. O que mais o chaga é o hercúleo esforço de recalcamento do desejo de se tornar numa pessoa jovem, bonita, inteligente, influente e admirado como o Rui (esse sim, poderia vitimizar, mal abriu os olhos, no sítio errado, levou com a data, estava apenas a carpir o aniversário, prolongando a festa), mesmo se nem sempre anda nas melhores companhias. Mas por mais conservador que tenha virado ou que cante Ó tempo, volta para trás!, ao coitado do queimado chateia ter virado reacção, pelo princípio básico da revolução. Essa é a grande questão que o incomoda, a cambança de bornos da iniciativa política. O menino rico que pintava paredes só para sentir a adrenalina do que era fugir à PIDE (e Santarém teve os maiores, incluindo um slogan que irritou deveras os esbirros do regime, espalhado pelo bairro de São Bento: "a merda ao poder", imediatamente apagado); para depois passar às ocupações selvagens, raptos, tortura, bullying político (cerco por meses, não muito longe do Graínho, da casa onde supostamente viveria Salgueiro Maia, o qual, com a conivência da população, se ria ao longe dos malucos); dedicou-se depois, em pleno PREC, a todo o género de provocações e contra-manifestações. Considera obviamente tais coisas como muito boas e estratégicas para a intervenção política, excepto, contudo, quando apropriadas pelo adversário. 

Moral científica: o resmungão, quando queimado, destila hipocrisia. Enquanto andavam alegremente na sua cruzada para incubar o Chega, contentes por terem arranjado um bode expiatório livrando-os da auto-crítica, não se queixavam. Para além de choramingões, queixinhas agora.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

O dino dos dinos


Não o tomem por anódino. Recomenda-se o perfil no FaceBook, do Eminentíssimo Professor Galopim de Carvalho, para intermináveis horas de agradável leitura gratuita, para quem gosta de aprender, só porque sim, por vezes em inspirados e deliciosos episódios de transdisciplinaridade, entre história, geologia ou outras ciências, mas, acima de tudo, um pedagogo à escala dos seus animais de estimação. Leia-se o magnífico artigo publicado há umas horas, que começa assim:


«Perguntei, há dias, a um grupo de adolescentes, a frequentarem o secundário, porque é que a lata de Coca Cola, saída do frigorifico para a mesa, começa a ficar cheia de bolhinhas de água, com se mostra na imagem. A maioria ficou calada. Os dois ou três que procuraram responder, mostraram que foram amestrados para responderem às perguntas que lhes são feitas no exame final, mas estão a léguas  de toda a beleza que a Física tem para nos mostrar. E quem diz a Física, diz quaisquer outras disciplinas.»


Aqui em Bissau, nada-se em humidade do ar. Os viajantes aéreos mais apressados são confrontados, mal a equipagem acciona o mecanismo de abertura da porta, com o efeito de brusca descompressão (não cai directo, quase um suspiro) para acto contínuo, levarem com o violento impacto do bafo, um autêntico murro de água (julgo que as tripulações veteranas têm gozo nisso). Bom, mas estou a afastar-me do assunto, foi apenas para contextualizar as coordenadas geográficas. Aqui, o efeito que o Eminentíssimo Professor descreve é bem mais rápido e intenso do que em Portugal. Portanto, mais propenso a despertar a curiosidade. Aqui não é preciso colocar em slow motion para ver com os próprios olhos a "lenta" formação de grossas gotas. Até porque, muitas vezes, as latas chegam a "fumegar" água do excesso de refrigeração e quase congelação. As crianças são gente atenta e curiosa (e também gulosa). Aconteceu que, por necessidade de hidratação e decerto num devaneio anti-alcoólico, pedi uma Fanta. A lata laranja atraiu o olhar de dois jovens (10 ou 11 anos, não sei bem) que andavam por ali, muito educadamente, pediram licença para sentar. Disse imediatamente que sim, mas desconfiado que me iriam pedir um sumo (e estava disposto a dizer-lhes imediatamente que não)... não sabia se me tinham lido o pensamento, o facto é que se sentaram só e pareciam estar felizes por partilhar o momento de beber a lata, mesmo sem beber nada. Não me decidia a abrir a lata, que ali estava. Houve um momento de indecisão, mas os remorsos de uma possível suspeição infundada mas também a pensar que já estava "agarrado", pedi mais um copo (para poupar o empregado, que já tinha trazido um). Dando a entender que ia dividir o sumo, coloquei um copo à frente de cada um, enquanto perguntava se alguém queria beber pela lata (no pressuposto errado que ficaria para mim), mas nesse momento, um deles, que continuava concentrado na lata, disse que preferia a lata, mas quando vou para lhe pegar para a abrir, vira-se para o amigo e aponta para as pérolas de água em formação (passado pouco tempo começariam a "chover" pela superfície vertical da lata)... eventualmente iniciado havia pouco tempo, estava a mostrar a maravilha daquela animação ao colega (claramente mais desatento, ou chegado do interior onde o frio ainda não chegou); tinha razão, o mestre, pois o discípulo esbugalhou os olhos e ficou maravilhado. O amigo com toda a espontaneidade, vira-se para mim e pergunta "De onde vem a água"? Claro que é nestes momentos que sabe bem ser pedagogo. Hoje, que recupero a história por associação à do professor, começo mesmo a pensar (conhecendo bem a esperteza congénita dos guineenses) que não foi casual, mas sim premeditado: o "artista" estava mais interessado na explicação do que no seu trinhão de sumo.

Em crioulo, expliquei de todas as formas que me lembrei, até perceber que tinham entendido a "santíssima" trindade Gelo+Água+Vapor de água e entendessem que era a temperatura que determinava a passagem de estado entre elas, entre 0 para o gelo (com algumas temperaturas pelo meio, como a corporal, para comparação) e 100º, iagu firbi quando se lhe incorpora calor. O vapor de água foi claramente o mais difícil, pois gelo e água conhecem muito bem, sabem que o gelo derrete e se torna em água, e que ao contrário, colocando água na arca esta torna-se em gelo passado algum tempo (ainda ensaiei uma explicação sobre o funcionamento dos frigoríficos e que estes não "fazem" frio como estavam a dizer, dito mais cientificamente extraem calor, mas rapidamente deram a entender que me estava a espalhar e a afastar do essencial). Voltando ao vapor, como haveria de definir vapor de água para que percebessem? Fui pelos cenários, perguntei se sabiam o que acontecia, quando se punha água a ferver ao lume e se esquecia. Responderam ao desafio, com multitude de pormenores, um até descreveu a dificuldade que a mãe tinha tido em raspar o carvão para lavar depois. Então para onde foi a água? perguntei. Passou-se um momento, o mais d(esperto) observou que, "se pusermos a tampa para impedir que ela fuja, não dá, porque ela faz cada vez mais força". Um cientista! Um pouco mais, reinventaria a máquina a vapor ou a panela a pressão. Escaldado com o exemplo do frigorífico, desisti de explorar o assunto. A nuvem do cozinhado, a condensação na parte superior da tampa, acabaram por perceber, garantido por um pequeno exame. A curiosidade, a capacidade de se maravilhar, fazem parte desse querer aprender. Por si próprio (são a nata da elite, segundo Fernando Pessoa), ou pelos outros; havendo sempre (essa restrição, mesmo com fraca variabilidade histórica, depende obviamente da organização política) uma maioria que não aprende, nem sozinhos nem ensinados (a que corresponde o povo, nesta tipologia pessoal pessoana anti-democrática). Estas são as verdadeiras elites, mesmo se cada vez mais escassas e arredadas do poder, por ameaçarem a mediocridade reinante. Já Fernando Pessoa, em pleno conhecimento de causa, o dizia. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei, e desgraça de quem tem dois: ou fura um, para disfarçar, ou emigra. 

O professor induziu a pergunta e não só colheu uma amostra estatisticamente representativa do falhanço da escola, como ainda detectou os subprodutos, todo o fingimento da mediocridade no poder, não só de falta de formação de elites, mas mesmo de deformação de pseudo-elites. O que temos? Pior que a massa de ignorantes (dos quais poucos, neste ambiente, poderão aspirar à humildade socrática que favorece a utilização da pergunta "Porquê"), os macacos ensinados a armar-se em espertos (decerto filhos de peixe), preparados para serem os políticos "muito" democráticos do futuro, conjugam ignorância com arrogância. Onde estão as elites de amanhã? É preciso repensar a escola obsoleta que temos, fazer exames sérios e exigentes, despedir a granel. A escolaridade obrigatória tornou-se um sequestro da juventude pelo estado pseudo-democrata-socializante, que para nada serve, senão como pernicioso obstáculo à mobilidade social e à manutenção de pseudo-elites medíocres e corruptas. Há que devolver às famílias as crianças! Com esta escola mais vale transferir a angústia: que vão aprender sózinhas e depois que se sujeitem a exame.

Só pela existência de uns poucos, que à sua grandiosa escala, mantiveram estoicamente o esboço de formação de elites, tais como o Eminente professor, é que o país ainda não desapareceu. Pena é que as poucas vozes nesse deserto não tenham força suficiente para contrariar o triste estado a que nos conduziu a lógica da defesa da mediania e dos coitadinhos: como reconhece o ladino professor e magnífico pedagogo, chumbaram todos. Que bosta de escola, que se esqueceu que é feita para fazer pensar, para compreender o mundo, para fazer a sociedade beneficiar do contributo dos melhores e não ficar exposta aos piores! Comungo com o meu irmão esta nossa pedagogia da lata orlada de pérolas de água de outras latitudes.

Acrescentando que é uma das razões que me faz sentir livre na Guiné-Bissau e muito menos stressado, que nesse país de velhos precocemente senis (aos 40, já só podem invejar a presença de espírito dos dinos e tentar varrer a sua insustentável leveza para debaixo do tapete da sala, só que esta levanta e contamina toda a casa), numa involução educacional e regressão geracional, forjada desde a escola, contrastando decididamente, especialmente em Portugal, com as conquistas do século XX. Fala um filho de professores primários, que conheceu pessoalmente Paulo Freire na Guiné-Bissau, em criança. Com admiração, como sempre, muito obrigado, Professor, por existir!

domingo, 4 de maio de 2025

nous parions que nos párias À paris n'ont pas appris

De acordo em acordo até ao desacordo final, os líderes partidários, cada vez menos maioritários, tardam em acordar para a vida. Na realidade, de mais de 95%, viram a fasquia rebaixada para menos dos dois terços exigíveis a um discurso ditatorial, devido àquilo que foi considerado como traição do MADEM, pelos respectivos activistas. Num inenarrável desperdício de rúbricas e assinaturas, comprometem-se mutuamente mundos e fundos. Com mesas redondas ou quadradas, em Paris é outro estilo (nada draconiano, plutôt macroniano). É pena que não tenham sobrado fundos (indigência ou má gestão?) para pagar uns trocados a um revisor de português (sabendo que estes são muito mais miseráveis que os franceses, nas suas exigências), para evitar acentuar indevidamente o "a". Há muitos "à" que são "a". Ahahahah! O pior é que não se trata apenas do português, mas da organização das ideias. Seria igualmente preciso pagar a um editor, para organizar o conteúdo e evitar, por exemplo: encavalitar considerandos (ou outros itens igualmente desapropriados) em caracterizações; retomar, como ponto principal (no extremo esquerdo da tabulação) o número 5 de uma sequência indentada (com avanço). Para além dessas questões imputáveis à (este é legítimo, podem sempre tentar aprender) redacção, resta o conteúdo, que se mostra bem pior que as questões de forma, ao não se pronunciar claramente sobre a questão chave de um eventual boicote eleitoral. Nomear comissões parece um simples silogismo para um rotundo falhanço negocial. Quando chegar a hora da verdade, o que contará será a realidade. Nessa altura, este acordo não passará de uma vaga recordação, à imagem de muitos outros, com que a práxis política guineense da traição se encarrega de ilustrar para a posteridade o cardápio da hipocrisia.

sábado, 3 de maio de 2025

Incompreensível, incoerente, insustentável, e com o rei na barriga

De forma disléxica, anacrónica e descontextualizada, em mensagem do 1º de Maio, publicada na página oficial do Partido, o líder do PAIGC anuncia como imperativo nacional "afastar os militares do jogo político e devolver o poder ao povo". Ora, se constatarmos que os militares se encontram auto-excluídos do jogo político (reduzidos à sua condição de "forças republicanas"), a sua mensagem torna-se incompreensível: que consequência desejaria afinal, qual o efeito para essa causa? o que deveriam fazer as forças armadas para o contentar? Será que pecam por omissão? Há uma dúzia de anos, quando as forças armadas também serviram de bode expiatório ao PAIGC para os seus desaires políticos, o discurso era outro. Para além disso, qual a sua legitimidade para ditar "imperativos nacionais"?